:: Ataque de texto conciso
E então aproveitei o curso da firma pra exercitar o tal do texto conciso. Outro dia ele disse que até era a favor do texto conciso, mas não era a favor da morte da poesia. rá rá. Isso tudo num jornal. Bom, aí escrevi umas coisas assim:
hoje ela contou que no trabalho dela o processo era mais ou menos assim: primeiro o ser engorda. depois vai pra terapia intensiva. no fim, pede demissão.
favor não comer pipoca no cinema com a mão que carrega OI-TO pulseiras. grata. aliás, favor não comer pipoca no cinema. grata.
descobrimos o que faltou na nossa família: um curso de maldade
e então abri o meu biscoito da sorte e era assim: "terminada a decadência, inicia-se o progresso"
uma coisa sem glamour, mas adorei: "Resolvi todos os problemas da minha vida: misturei Activia e Johnnie Walker. Tô cagando e andando..."
favor não desgastar a piada. grata.
vingança é um prato que se come frio
favor avisar quando eu estiver com alface (ou qualquer outra coisa do gênero) no meio dos dentes. grata.
quarta-feira, abril 28
sexta-feira, abril 23
:: Causos da Espanha
Ia escrever algo do tipo aqui. Mas acabou de saiu na Folha Online.
Se eu tivesse topado encarar aquela cerveja com tapas para assistir ao clássico do futebol num bar (Real Madrid e Barcelona), na primeira noite em Madri, não teria almoçado no parque no dia seguinte, nem visto a linda escultura do Calder no jardim do Reina Sofía (enquanto turistas ficavam amontoados à frente da Guernica de Picasso), nem observado bem de perto as várias cores de tulipas do Jardim Botânico. Muito menos teria tido tempo de fuçar tão calmamente a feira de livros velhos ao ar livre, que trazia raridades e livros de receitas já amarelados. Por isso não me arrependo.
Luiza Fecarotta/Folha Imagem
Obra de Alexander Calder, no jardim do museu Reina Sofía
E, depois de tantos dias de convivência intensa com a gastronomia local e com os colegas de viagem, fiquei com a certeza de que fiz o melhor em caminhar sozinha naquela manhã. Foi um dia lindo de sol e frio leve.
Mas o auge em Madri foi mesmo o Mercado de San Miguel, ali pertinho da Plaza Mayor, inteiro envidraçado, mostrando para os passantes as cores de suas frutas e a suculência escandalosa de seus frutos do mar frescos. Ali se come tapas de todas as espécies. Experimentei, por exemplo, uma torrada coberta com guacamole, com um ovo de gema firme por fora e molinha por dentro, e, para coroar, uma anchova que veio dar graça e sabor ao petisco.
Às nove da noite, mas ainda claro, chegamos ao Rocamador, um hotel-monastério no meio do nada, num silêncio absoluto. Meus olhos quase fecharam ao longo jantar. Nunca havia comido uma paleta de cordeiro daquele tamanho, que escapava do prato --e estava tão tenra que fiz questão de não deixar pedra sobre pedra. Um exagero de gordo. Mas o melhor não foi o menu, confesso. O que me manteve acordada foram os causos de Carlos Tristancho, 54. Um personagem. Fazia tempo que não conhecia um cara como esses na gastronomia. Com histórias tão envolventes para contar.
Luiza Fecarotta/Folha Imagem
Tapa de guacamole, ovo e anchova, servido Mercado de San Miguel
Rei dos porcos
Tristancho fala pelos cotovelos. Se apresenta como o "rei dos porcos". Verdade. Tem uma propriedade ali nas redondezas, na região de Extremadura, onde cria porcos pretos selvagens, que vivem livres em campos extensos (leia matéria na Ilustrada de hoje). Vende os cortes diretamente à patota dos chefs estreladíssimos da Espanha --Ferran Adrià, Andoni, Joan Roca. "Quando o alimento passa por muitas mãos, é muito maltratado", diz.
Mas ele não é só um criador de porcos. Tristancho é casado com uma ex-modelo, tem cinco filhos. "Na minha casa não tem televisão, gosto do ambiente familiar." Antes dos porcos, dos filhos e da mulher, vivia do cinema. Já atuou em mais de 70 filmes, entre eles, longas de Almodóvar. "Hoje não sinto falta, mas penso voltar para o cinema, como diretor." Também já produziu um programa de música na TV, no qual recebeu personalidades como Madonna, Prince...
Todos os dias, acorda antes do amanhecer e se põe a escrever. Agora está dedicado a uma novela. "Uma novela gastronômica. É um banquete e tem uma cozinheira que toca os alimentos e mostra sua essência. Quero que seja um tratado, não só uma novela." E Tristancho, que faz um culto à vida, como ele mesmo diz, também conhece filmes do Glauber Rocha, canções de Maria Bethânia e Caetano Veloso e performances de dança do Grupo Corpo.
Não dá detalhes, mas conta "an passant" que ficou em coma por três anos. "Só depois comecei a recuperar os aromas da infância e voltei a me sentir vivo." E hoje dedica sua vida aos porcos, aos filhos, à mulher e à comida. "O prazer tem de estar implícito na comida."
Queijos espanhóis
Ali no térreo do Rocamador, tomado por uma atmosfera bucólica, fizemos também uma degustação de queijos espanhóis guiada pelo professor Ramón Cava, da Universidade de Extremadura. Ao todo, provamos dez exemplares, divididos por tipo de queijo (vaca, cabra e ovelha), do mais suave para o mais intenso. "No país, temos cem tipos de queijos principais. No Norte, predominam queijos produzidos a partir de leite de vaca, no Mediterrâneo, leite de cabra e, no centro, leite de ovelha", diz o especialista.
O auge da degustação foi o Torta del Casar, de forma cilíndrica, pasta branca, lisa e cremosa, que passa por um processo de maturação mínimo de 60 dias, em câmara com baixa temperatura e alto teor de umidade.
Luiza Fecarotta/Folha Imagem
Queijo espanhol Torta del Casar, que passa por um processo de maturação mínimo de 60 dias
Produzido a partir do leite cru de ovelha, em Cáceres (na região de Extremadura), o produto tem sabor intenso, ligeiramente ácido e com notas de amargor. Este último vem de uma erva chamada cardo, que é colocada em contato com o leite cru no processo de separação do soro, para que fique livre de impurezas. Para conservá-lo, basta congelá-lo ou banhá-lo em azeite de oliva.
Extras
Degustamos ainda um menu dividido em dez etapas, no restaurante Atrio, duas estrelas no guia "Michelin", em Cáceres, outro de 19 etapas do chef Paco Roncero, no La Terraza del Casino, em Madri, impecável e inventivo --meninos de terno, meninas de vestido, salto e batom vermelho.
Na rota, também apareceram as cidades romanas. Perdidos no labirinto das antigas construções de Cácares, por exemplo, paramos em um convento, onde freiras vendem doces típicos, ricos em gema de ovo, através de uma grade, de forma que não podemos vê-las. Em uma mordida, se entende. Dos deuses.
SERVIÇO
Hotel Rocamador
Ctra. Nacional Badajoz-Huelva km 41.100, Almendral - Badajoz
tel. +34 924 4890 00
Atrio Restaurante
Av. de España, 30, Cáceres
tel. +34 927 242 928
La Terraza del Casino
Alcalá, 15, Madri
tel. +34 915 321 275
Mercado de San Miguel
Plaza de San Miguel, s/nº, Madri
A jornalista LUIZA FECAROTTA viajou a convite da Embaixada da Espanha em São Paulo
Ia escrever algo do tipo aqui. Mas acabou de saiu na Folha Online.
Se eu tivesse topado encarar aquela cerveja com tapas para assistir ao clássico do futebol num bar (Real Madrid e Barcelona), na primeira noite em Madri, não teria almoçado no parque no dia seguinte, nem visto a linda escultura do Calder no jardim do Reina Sofía (enquanto turistas ficavam amontoados à frente da Guernica de Picasso), nem observado bem de perto as várias cores de tulipas do Jardim Botânico. Muito menos teria tido tempo de fuçar tão calmamente a feira de livros velhos ao ar livre, que trazia raridades e livros de receitas já amarelados. Por isso não me arrependo.
Luiza Fecarotta/Folha Imagem
Obra de Alexander Calder, no jardim do museu Reina Sofía
E, depois de tantos dias de convivência intensa com a gastronomia local e com os colegas de viagem, fiquei com a certeza de que fiz o melhor em caminhar sozinha naquela manhã. Foi um dia lindo de sol e frio leve.
Mas o auge em Madri foi mesmo o Mercado de San Miguel, ali pertinho da Plaza Mayor, inteiro envidraçado, mostrando para os passantes as cores de suas frutas e a suculência escandalosa de seus frutos do mar frescos. Ali se come tapas de todas as espécies. Experimentei, por exemplo, uma torrada coberta com guacamole, com um ovo de gema firme por fora e molinha por dentro, e, para coroar, uma anchova que veio dar graça e sabor ao petisco.
Às nove da noite, mas ainda claro, chegamos ao Rocamador, um hotel-monastério no meio do nada, num silêncio absoluto. Meus olhos quase fecharam ao longo jantar. Nunca havia comido uma paleta de cordeiro daquele tamanho, que escapava do prato --e estava tão tenra que fiz questão de não deixar pedra sobre pedra. Um exagero de gordo. Mas o melhor não foi o menu, confesso. O que me manteve acordada foram os causos de Carlos Tristancho, 54. Um personagem. Fazia tempo que não conhecia um cara como esses na gastronomia. Com histórias tão envolventes para contar.
Luiza Fecarotta/Folha Imagem
Tapa de guacamole, ovo e anchova, servido Mercado de San Miguel
Rei dos porcos
Tristancho fala pelos cotovelos. Se apresenta como o "rei dos porcos". Verdade. Tem uma propriedade ali nas redondezas, na região de Extremadura, onde cria porcos pretos selvagens, que vivem livres em campos extensos (leia matéria na Ilustrada de hoje). Vende os cortes diretamente à patota dos chefs estreladíssimos da Espanha --Ferran Adrià, Andoni, Joan Roca. "Quando o alimento passa por muitas mãos, é muito maltratado", diz.
Mas ele não é só um criador de porcos. Tristancho é casado com uma ex-modelo, tem cinco filhos. "Na minha casa não tem televisão, gosto do ambiente familiar." Antes dos porcos, dos filhos e da mulher, vivia do cinema. Já atuou em mais de 70 filmes, entre eles, longas de Almodóvar. "Hoje não sinto falta, mas penso voltar para o cinema, como diretor." Também já produziu um programa de música na TV, no qual recebeu personalidades como Madonna, Prince...
Todos os dias, acorda antes do amanhecer e se põe a escrever. Agora está dedicado a uma novela. "Uma novela gastronômica. É um banquete e tem uma cozinheira que toca os alimentos e mostra sua essência. Quero que seja um tratado, não só uma novela." E Tristancho, que faz um culto à vida, como ele mesmo diz, também conhece filmes do Glauber Rocha, canções de Maria Bethânia e Caetano Veloso e performances de dança do Grupo Corpo.
Não dá detalhes, mas conta "an passant" que ficou em coma por três anos. "Só depois comecei a recuperar os aromas da infância e voltei a me sentir vivo." E hoje dedica sua vida aos porcos, aos filhos, à mulher e à comida. "O prazer tem de estar implícito na comida."
Queijos espanhóis
Ali no térreo do Rocamador, tomado por uma atmosfera bucólica, fizemos também uma degustação de queijos espanhóis guiada pelo professor Ramón Cava, da Universidade de Extremadura. Ao todo, provamos dez exemplares, divididos por tipo de queijo (vaca, cabra e ovelha), do mais suave para o mais intenso. "No país, temos cem tipos de queijos principais. No Norte, predominam queijos produzidos a partir de leite de vaca, no Mediterrâneo, leite de cabra e, no centro, leite de ovelha", diz o especialista.
O auge da degustação foi o Torta del Casar, de forma cilíndrica, pasta branca, lisa e cremosa, que passa por um processo de maturação mínimo de 60 dias, em câmara com baixa temperatura e alto teor de umidade.
Luiza Fecarotta/Folha Imagem
Queijo espanhol Torta del Casar, que passa por um processo de maturação mínimo de 60 dias
Produzido a partir do leite cru de ovelha, em Cáceres (na região de Extremadura), o produto tem sabor intenso, ligeiramente ácido e com notas de amargor. Este último vem de uma erva chamada cardo, que é colocada em contato com o leite cru no processo de separação do soro, para que fique livre de impurezas. Para conservá-lo, basta congelá-lo ou banhá-lo em azeite de oliva.
Extras
Degustamos ainda um menu dividido em dez etapas, no restaurante Atrio, duas estrelas no guia "Michelin", em Cáceres, outro de 19 etapas do chef Paco Roncero, no La Terraza del Casino, em Madri, impecável e inventivo --meninos de terno, meninas de vestido, salto e batom vermelho.
Na rota, também apareceram as cidades romanas. Perdidos no labirinto das antigas construções de Cácares, por exemplo, paramos em um convento, onde freiras vendem doces típicos, ricos em gema de ovo, através de uma grade, de forma que não podemos vê-las. Em uma mordida, se entende. Dos deuses.
SERVIÇO
Hotel Rocamador
Ctra. Nacional Badajoz-Huelva km 41.100, Almendral - Badajoz
tel. +34 924 4890 00
Atrio Restaurante
Av. de España, 30, Cáceres
tel. +34 927 242 928
La Terraza del Casino
Alcalá, 15, Madri
tel. +34 915 321 275
Mercado de San Miguel
Plaza de San Miguel, s/nº, Madri
A jornalista LUIZA FECAROTTA viajou a convite da Embaixada da Espanha em São Paulo
quarta-feira, abril 21
terça-feira, abril 20
segunda-feira, abril 19
quarta-feira, abril 7
:: Do Itamar pra gente
"Do Itamar pra gente" era o que vinha escrito no assunto do e-mail que ele me mandou pela tarde. Lá dentro, estava escrito assim:
"Tem gente que pira e berra
Já eu canto, pio e silvo
Se fosse minha essa rua
O pé de ipê tava vivo"
Agora digo pra ele, vez ou outra, "o problema é o meu pé de ipê". Ele entende. E respiro quase aliviada.
"Do Itamar pra gente" era o que vinha escrito no assunto do e-mail que ele me mandou pela tarde. Lá dentro, estava escrito assim:
"Tem gente que pira e berra
Já eu canto, pio e silvo
Se fosse minha essa rua
O pé de ipê tava vivo"
Agora digo pra ele, vez ou outra, "o problema é o meu pé de ipê". Ele entende. E respiro quase aliviada.
terça-feira, abril 6
:: Manhãs
Desperto todos os dias com "Manhã", de Juarez Maciel. Hoje, tava aquela chuvinha chata que faz a gente não querer sair da cama. Mas então levantei bem cedinho e coloquei Glenn Gould para tocar Bach só para mim, enquanto tomava uma xícara de leite com café. Do lado de lá da parede, meu vizinho assistia TV, no talo.
Desperto todos os dias com "Manhã", de Juarez Maciel. Hoje, tava aquela chuvinha chata que faz a gente não querer sair da cama. Mas então levantei bem cedinho e coloquei Glenn Gould para tocar Bach só para mim, enquanto tomava uma xícara de leite com café. Do lado de lá da parede, meu vizinho assistia TV, no talo.
domingo, abril 4
:: A partida
Tenho uma coisa muito forte com os detalhes. Mesmo. Hoje assiste "A Partida" e é como se muita coisa tivesse mudado. Foi um dos filmes mais sensíveis que já vi. Uma coisa a história do rapaz que deixa Tóquio depois de ver, com tristeza, sua orquestra dissolver e ter de deixar seu violoncelo de lado. E então ele vai para uma cidadezinha do inteior do Japão e é empregado em uma empresa que prepara defuntos: limpeza do corpo, roupa, maquiagem, o tom exato do batom, as mãos cruzadas sobre o peito, o terço. De arrepiar. E gosto de todas as passagens mais simples, ele observando um salmão ou outro tentando vencer uma correteza, a casa de seu chefe, cheia de plantas e vida, o LP do Pablo Casals, que aparece no fundo de uma das cenas na casa onde vive, onde antes funcionava o café de sua falecida mãe.
Tenho uma coisa muito forte com os detalhes. Mesmo. Hoje assiste "A Partida" e é como se muita coisa tivesse mudado. Foi um dos filmes mais sensíveis que já vi. Uma coisa a história do rapaz que deixa Tóquio depois de ver, com tristeza, sua orquestra dissolver e ter de deixar seu violoncelo de lado. E então ele vai para uma cidadezinha do inteior do Japão e é empregado em uma empresa que prepara defuntos: limpeza do corpo, roupa, maquiagem, o tom exato do batom, as mãos cruzadas sobre o peito, o terço. De arrepiar. E gosto de todas as passagens mais simples, ele observando um salmão ou outro tentando vencer uma correteza, a casa de seu chefe, cheia de plantas e vida, o LP do Pablo Casals, que aparece no fundo de uma das cenas na casa onde vive, onde antes funcionava o café de sua falecida mãe.
sexta-feira, abril 2
:: Lista
Músicas que estou a procurar. Quem tiver alguma avisa?
You Bring Me Down – Blood Red Shoes
Matilha – DJ Dolores
Sweet About Me (Gabriella Cilmi Cover) – Ida Maria
You Bring Me Down – Blood Red Shoes
Immigrant Song – Amsterdam Klezmer Band
El Microfono – Instituto Mexicano Del Sonido
Stella by Starlight (Geoff Peters, Solo Piano)
Sign Of The Times – Bob James
Stella by Starlight – Andy Cragg and Mike Graham
Song For My Father – Horace Silver
In A Sentimental Mood – Eduardo Bartoli
Laird Baird – Charlie Parker
How Deep Is The Ocean – Emma Nabarro
Track 2 – kitty daisy lewis
The Morning Belongs To The Night – Stina Nordenstam
Tokyo Mon Amour – Stereo Totale
Gal in Calico – Oscar Peterson
Duke And Dukie – Django Reinhardt Et Son Quintette Du Hot Club De France |
Christmas Tree's On Fire – Holly Golightly
Wang Wang Blues – Benny Goodman
koop island blues – Koop
dust in the wind – Daughter Darling
A Rose in Spanish Harlem – The Harlem Experiment
Hanuka Bell (Hanukkah) – The Klezmatics
Toxic (Feat. Ol' Dirty Bastard and Tiggers) – Mark Ronson
Ovo Je Muski Svet – Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra
Money (That's What I Want) – Barrett Strong
Hey, Bartender – Laurel Aitken
The Bamboos Theme – The Bamboos
Never Win – Fischerspooner
Ummh – Bobby Hutcherson
Ain't No Sunshine – Rahsaan Roland Kirk
She Appears To Be Offline – Coleco Music
Roisin Murphy - 06 - Dear Diary – Roisin Murphy
Little Spot of Soul – Skeewiff
Budos Rising – Budos Band
Kind Of Latin Rhythm – The Juju Orchestra
Ali Baba – Louie Ramirez
Black And Blue (Negros Y Azules) – Chollo Rivera And The Latin Soul Drivers
I wish You Love – Ann Sally
Donde Estabas – Omara Portuondo
Blessed Brambles – múm
Músicas que estou a procurar. Quem tiver alguma avisa?
You Bring Me Down – Blood Red Shoes
Matilha – DJ Dolores
Sweet About Me (Gabriella Cilmi Cover) – Ida Maria
You Bring Me Down – Blood Red Shoes
Immigrant Song – Amsterdam Klezmer Band
El Microfono – Instituto Mexicano Del Sonido
Stella by Starlight (Geoff Peters, Solo Piano)
Sign Of The Times – Bob James
Stella by Starlight – Andy Cragg and Mike Graham
Song For My Father – Horace Silver
In A Sentimental Mood – Eduardo Bartoli
Laird Baird – Charlie Parker
How Deep Is The Ocean – Emma Nabarro
Track 2 – kitty daisy lewis
The Morning Belongs To The Night – Stina Nordenstam
Tokyo Mon Amour – Stereo Totale
Gal in Calico – Oscar Peterson
Duke And Dukie – Django Reinhardt Et Son Quintette Du Hot Club De France |
Christmas Tree's On Fire – Holly Golightly
Wang Wang Blues – Benny Goodman
koop island blues – Koop
dust in the wind – Daughter Darling
A Rose in Spanish Harlem – The Harlem Experiment
Hanuka Bell (Hanukkah) – The Klezmatics
Toxic (Feat. Ol' Dirty Bastard and Tiggers) – Mark Ronson
Ovo Je Muski Svet – Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra
Money (That's What I Want) – Barrett Strong
Hey, Bartender – Laurel Aitken
The Bamboos Theme – The Bamboos
Never Win – Fischerspooner
Ummh – Bobby Hutcherson
Ain't No Sunshine – Rahsaan Roland Kirk
She Appears To Be Offline – Coleco Music
Roisin Murphy - 06 - Dear Diary – Roisin Murphy
Little Spot of Soul – Skeewiff
Budos Rising – Budos Band
Kind Of Latin Rhythm – The Juju Orchestra
Ali Baba – Louie Ramirez
Black And Blue (Negros Y Azules) – Chollo Rivera And The Latin Soul Drivers
I wish You Love – Ann Sally
Donde Estabas – Omara Portuondo
Blessed Brambles – múm
Assinar:
Postagens (Atom)