segunda-feira, outubro 29

:: Sobre o show que não fui

Depois de um acesso de pânico, pensando na muvuca do Anhembi e naquele público teen que fala durante o show, na distância que euzinha ia ficar do palco e nos R$ 200 que tinha gastado, vendi meu ingresso para ver Björk. Não me arrependo, apesar de a repercussão ter sido espetacular. O aproveitamento máximo do "meu querido amigo comprador" ajudou:

"Oi Amore,

o show ontem foi um escandalo! Muito bom....mesmo! E eu pensei em vc várias horas pq achei q vc devia estar lá...e como fui representando seu ingresso, tinha q te fazer presente nem q fosse no pensamento.

A Bjork mandou beijos, gritados e com arranjos músicais fantásticos acompanhando...

beijos e brigado pelo ingresso."
:: A nossa jovem Janis Joplin

A última música do show da Cat Power me lembrou um dos momentos mágicos de NY e meu "primeiro encontro" com ele, aqui em São Paulo, numa festinha da psicologia. Ela simplesmente fechou o show com "I've been loving you too long", do Otis Redding, com a máxima classe. É para quem pode, claro.

***

Não fosse Otis Redding, a gente não teria ficado junto, provavelmente. Porque foi quando ele colocou Otis para tocar na pista, que eu cheguei perto para fuçar o que estava ali atrás das pick-ups. Otis já era símbolo pra mim muito antes. Talvez por isso tenha me chamado tanto a atenção. Meu pai contava, quando eu era pequena, que ele fazia som nas festas com cassete e tocava esse negão incrível que morreu precocemente, em um acidente de avião.

***

Quando cheguei em NY, depois de horas de viagem muito mal-dormidas, encontrei minha irmã e Mari e fomos com o saudoso "L train" to Brooklyn. Foi no meu primeiro dia que conheci Williamsburg e o café Aurora, que a gente gosta tanto e toma brunch com ovos de todas as espécies (com Mari Sil e Roger, sempre). Frio e sol batendo no rosto e, adivinha, Otis Redding no som ambiente. Foi arrasador. Das coisas que marcam a gente.

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Tudo isso para dizer que o show do sábado do Tim, no Auditório Ibirapuera, me deixou assim, pensando nessa coisa de "melhores momentos". O show valeu cada centavo e, no final das contas, compensou a frustração de não ter visto a Feist. A Feist é frustração dupla. A primeira foi em NY quando saí da aula de mochila e iPod, na chuva, naquela guerra de guarda-chuva em plena Manhattam, correndo até o Town Hall para comprar os ingressos para o show. Cheguei lá: esgotado. Lá é assim, as coisas esgotam com meses de antecedência, dá um certo nervoso. Agora veio essa em SP.

***

No balanço, sem crises, porque Cat Power realmente arrasou e, além disso, eu também tinha tentando comprar ingressos para vê-la e já estavam esgotados. Cat Power veio para compensar os dois primeiros shows, da Kátia B e da Cibelle. Kátia B fez um ar diva no palco, mas não era aquilo tudo. Um vestido longo meio hippie, uma projeção duvidosa no telão, aquela voz sem potência misturada com efeitos eletrônicos sem nenhuma novidade. E, sempre, a tal pose de diva.

Cibelle fez o tipo "menininha afetada que veio de Londres", que me irritou do começo ao fim. Mas a voz dela é mesmo um encanto. Sobretudo quando teve a sóbria idéia de cantar só com o violão. Ficou lindo de ver. Se ela arrancasse todo aquele lance teatral que eu achei extremamente forçado, tentando bancar uma coisa que ela simplesmente não era, talvez tivesse sido melhor. Mas não. Ela fez piadinhas sem parar, fez ginástica e fez graça o tempo todo. Eu não dei risada, mas, nem por isso, deixei de apreciar os bons momentos de sua voz. Aliás, eu quero comprar o disco. Ela deve funcionar muito bem no estúdio. Em certo momento, chamou a "amiga que eu amo muito, muito, muito, muito" (disse) ao palco para fazer um experimento sonoro, explicou. Vanessa da Mata subiu e cantou "Boa sorte". Foi lindo mas eu fiquei concentrada nas minhas preces, pensando "será que ela vai chamar o Ben Harper no palco também?". Não chamou, mas a palhinha foi interessante _embora eu preferisse algo mais limpo, sem aquele monte de invenções de sons.

***

Depois do segundo intervalo foi a vez dela. Cat Power subiu ao palco sem rodeios e fez um show delicioso, cheio de classe. Modelito básico: jeans preto, sapato branco (que só ela pode usar) e uma blusinha de tecido verde-escuro, que caia um pouco no ombro e causava frisson. No pescoço, uma gravata descartável, preta, de lantejoulas (ou só brilhante?), fazendo o maior tipo. Franjinha e cabelo preso, sem frescura. No começo, fez bicos e caras para os fotógrafos, de um lado a outro do palco. Na terceira música, os fotógrafos saíram e ela chamou a platéia pertinho. Todo mundo correu e colou no palco. Depois, só gentileza. Ela ganhou flores, pegou na mão de todo mundo, jogou as toalhas brancas que usou para limpar o rosto delicadamente (ao menos pareceu preocupada com a maquiagem)...

Dançou e cantou. Dançou como ninguém. Uma dancinha sexy e simples sempre percorrendo o palco inteiro, raramente parada no centro. E a voz saía. Ela tossiu algumas vezes e, no final do show, depois de jogar um cigarro para o alto algumas vezes e deixá-lo cair no chão e pegá-lo de volta, pediu para alguém da platéia acender e fumou durante a última música. Mesmo assim, a voz dela simplesmente saía e era de arrepiar. Ainda tão novinha e com essa classe toda ao vivo, de gente grande, sem medo de ser feliz. Talvez tenha sido essa postura que mais tenha me atraído. Essa coisa de não ficar bancando nada. De ser natural, simples. E tudo com aquela voz rouca que saía sem esforço, fazendo um som que me lembrou uma jovem Janis Joplin, na maior elegância.

Para digerir tudo aquilo, só uma sessão de "comes e bebes" no Balcão com as amigas até 3 am.

:: Umas voltas por aí

Eu sempre tenho preguiça de ir ao centro. Sobretudo nesses dias de calor insuportável. Eu reclamo do cheiro ruim, fico irritada com o trânsito, fico acabada com o tanto de polícia na rua e com os mendigos detonados que vivem ali jogados. Isso tudo realmente me abala e, para piorar, tenho um certo medo, confesso. Mas, sempre que eu supero essa birra inicial e vou, vale muito a pena. Eu saio de lá feliz com as novas descobertas, querendo voltar. O processo, depois, se repete. Mas, pelo menos, eu acumulo bons motivos para superar a preguiça mais uma vez. Assim vai.

Hoje foi a mesma coisa. Acordei cheia de preguiça e com a pressão estranha por conta do calor. Tinha de descer logo depois do banho para esperar o carro do jornal e ir até o centro. As janelas abertas e aquele bafo, sem ar-condicionado. Fui. Chegando lá, aconteceu o previsto: aquela onda de irritação, o calor cada vez pior, o trânsito, a pressão. O carro parou num farol e eu desci.

Era ali na Rua do Comércio, ao lado da Bolsa de Valores, que eu precisava ir. Caminhei por aquelas ruas onde não anda carro. Olhei os camelôs gritando e aquele trânsito todo de pessoas comuns. Mais adiante, estava o Salve Jorge. Lembrei da picanha na chapa que comi ali outro dia, num sábado, e foi delicioso. Mais uns passos e cheguei no Caffè Latte. Foi pisar ali dentro para agradecer e sentir todo o esforço aparente compensado.

Uma decoração charmosinha e clean, com piso claro, mesinhas e poltronas confortáveis, um balcão atraente com quitutes quentinhos, uma prateleira com os cafés Pessegueiro e Orfeu expostos _também para venda_ e uma máquina de café vermelha toda bonitona, fazendo a maior presença ali no meio.

Sentei sozinha em uma das poltronas, deixei minha bolsa pendurada e meu livro fechado sobre a mesinha baixa. Peguei o jornal que estava ao lado (podia ser o Valor, Folha de S.Paulo ou Estadão, além dos guias) e fiquei lendo as críticas dos shows do Tim. Enquanto isso, um jazz tocava baixinho, fazendo o som ambiente perfeito. Ar-condicionado na medida, um paraíso. Abri o cardápio, dei uma olhada com calma nos driques de café e pedi um cappuccino gelado, que estava fora do cardápio, mas é servido normalmente se o cliente quiser.

Veio com as proporções corretas de leite, leite vaporizado e espresso Pessegueiro e duas pedrinhas de gelo. Um pouco de chocolate polvilhado interferindo na receita clássica italiana, mas ok, estava gostoso. Fiquei com vontade de ficar ali por mais tempo e aproveitar para almoçar. Não deu tempo. Por isso tenho de voltar.

Tem saladinhas bacanas, com kani e outras cositas mas. Entre os pratos rápidos, lasanha de legumes ou filé com shiitake e shimeji servido com legumes grelhados. Para um lanche rápido, me interessou o sanduíche de salmão com geléia de pimenta e, para a sobremesa, fiquei curiosa para experimentar o cheesecake de tangerina.

A manhã foi ótima e agora minha listinha de "motivos para voltar ao centro" tem mais um item de peso, já devidamente registrado no meu Moleskine que anda na bolsa.
:: Os diálogos sinceros que eu adoro

pelo msn:

- Xuxu, parabéns atrasado!
- Isso não serve! Cadê meu presente e meu beijo?

quinta-feira, outubro 25

:: Dos desejos aleatórios

Quero comer um Godiva.

quarta-feira, outubro 24

:: Highlights

(na minha mera opinião)

Eu não entendo nada de cinema. Eu só gosto. Eu esqueço os nomes dos diretores, dos atores, dos próprios filmes. Eu não tenho jeito para escrever sinopses, nem para explicar, em palavras, o que eu achei daquele detalhe ou daquela atuação. Eu não ouso fazer relações malucas com outros filmes, muito menos com acontecimentos políticos que não sejam óbvios. Ao mesmo tempo, eu sinto um monte de coisa, eu levo questões para o divã, eu discuto com amigos sobre as coisas simples que fizeram algum sentido para mim.

Vi bastante coisa da Mostra até agora. Tenho feito o meu melhor para conciliar horários - coisa de gente louca, mas tem valido muito a pena. No balanço, até agora, acho que foi uma das melhores.

Os meus prediletos até aqui:

"Um Amor Jovem", do meu queridinho Ethan Hawke, que atuou na dupla "Antes do Amanhecer" e "Depois do Pôr-do-sol". Para melhorar, Catalina Sandino Moreno (de Maria Cheia de Graça e que, há pouco, atuou num dos curtas de "Paris, te amo").



"Do outro lado", de Fatih Akin, um diretor de origem turca, que talvez seja um dos meus prediletos de hoje, que fez "Contra a Parede" e "Crossing the Bridge"



"Em Paris" - com os dois gostosinhos Romain Duris (protagonista de "De Tanto Bater Meu Coração Parou" - amo!) e Louis Garrel, que fez "Os Sonhadores" e atua em outros filmes em cartaz na Mostra.




"I'm Not There" - um jeito original de falar sobre Bob Dylan, que ganhou prêmios no Festival de Veneza, com a atuação deslumbrante de Cate Blanchett.



"Viagem a Darjeeling", de Wes Anderson (de "A Vida Marina com Steve Zissou", com os atores mais engraçados (eu rolei de rir) e com as incríveis malas da Louis Vuitton (feitas especialmente para o filme?).



"Sonhando Acordado", do mesmo diretor de "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", Michel Gondry. E quem diria que Gael Garcia ia se dar tão bem num papel como esse?



"Sombras de Goya" - a dupla Javier Barden e Natalie Portman é imperdível



Ufa!
:: Das dobradinhas que eu adoro

Ontem, fiquei com o celular mais desligado do que ligado. Até o final do dia, resolvi umas pendências de trabalho e fui assistir, às 19h, "Viagem a Darjeeling".

Depois, por conveniência, assisti "People - Histórias de Nova York", na mesma sala IG, antiga e querida Sala Uol reformada. Saí tarde da sessão. Tarde para o habitual. Num pensamento rápido, resolvi jantar no Pasquale.

É a dobradinha perfeita. Ali fica aberto até tarde, os preços são bons, tem aquela alcachofrinha no azeite deliciosa para abrir o apetite - ou a caponata que também é alvo de desejo. E então aquelas massas que sempre estão gostosas, com tomatinhos frescos picados, manjericão e mussarela de búfala, ou com pancetta, azeitonas pretas, molho de tomate, queijo peccorino... Humm...

E então, você vai para a casa feliz da vida e dorme ouvindo o barulhinho da chuva.
:: Leio, anoto e releio

Uma prima de uma amiga minha que também é amiga de uma outra amiga e, então, também é minha amiga escreveu um e-mail para essa amiga com uma citação de Clarice L. - ela deve ter lido em algum lugar, gostado e anotado. Depois, quis compartilhar. Esta amiga, quando recebeu o e-mail, anotou para reler (eu acho) e colocou no blog dela - porque também queria compartilhar. Aí, eu fui dar o meu giro habitual por esse mundo dos blogs-que-eu-mais-gosto e li isso que a amiga da minha amiga e também prima de outra amiga e por tudo isso minha amiga também escreveu. Eu gostei e anotei para reler - mas também coloquei aqui porque gosto compartilhar.

"A vida serve é para a gente morrer dela."
.:A.W.A.Y:.

quinta-feira, outubro 18

:: Minha musa

Por que eu não consigo parar de ouvir Nina Simone? Por que ela sempre cai tão bem em todos os dias e momentos? Agrada em todas as temperaturas e climas? Por que eu olha essa mulher e acho ela um deslumbre? Um luxo? Pura classe? Uma coisa que não existe nada igual ou parecido? Ela é a minha m.u.s.a.

:: O rascunho da agenda

Ontem comecei a esboçar a minha agenda da Mostra (atenção, esse assunto não esgota e eu não canso dele). Foi um caos. Resolvi marcar, assim por cima, os que quero muito ver, a partir dos diretores que conheço (que, claro, sempre esqueço os nomes, mas tenho uma boa consultoria por trás, rá!). Não dá pra listar tudo aqui (porque a pré-lista ficou gigantesca), mas olha uma palhinha:

**Filme novo de Fatih Akin, que dirigiu "Contra a Parede", um dos meus filmes prediletos da mostra de 2003 (ou 2004?) e de "Crossing the Bridge - O Som de Istambul", da mostra de 2005 (ou de 2006?).

**"A Desconhecida", de Giuseppe Tornatore, que fez o meu querido "Cinema Paradiso".

**"Paranoid Park", de Gus Van Sant, que dirigiu "Elefalte" e "Gerry".

**"Caótica Ana", do mesmo diretor de, atenção, "Lucia e o Sexo", Julio Medem.

**"Sonhando Acordado", de Michel Gondry, do imperdível "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança"

Tem ainda Wes Anderson, Neil Jordan (de um dos meus prediletos da mostra de 2005, "Café da Manhã em Plutão"). Tem Paul Auter (!!!), Kitano (mesmo de "Dolls"). Tem David Lynch, Tarantino, Irmãos Coen. Tem retorspectiva de Claude Lelouch. Eba!

Por aí vai. Mais e melhor.
:: Tensão pré-mostra

Tem a ansiedade pré-mostra e tem a tensão pré-mostra. Explico.

A ansiedade pré-mostra é uma coisa gostosa e eu já escrevi um pouco lá embaixo. Você faz a carteirinha com fotinhos divertidas - que você nunca mais se desfaz -, lê nos cadernos de cultura sobre um filme ou outro, espera pelo incrível Guia da Folha que tem bolinhas para colorir (imagina pra mim, a rainha das canetinhas), você discute um pouco com as pessoas into it.

A tensão pré-mostra é quando você entra em contato pela primeira vez com o monstro da programação e percebe, aos poucos, que não consegue ajustar uma agenda impecável que dê conta de todos os seus prediletos. Nem sequer dos prediletos. Aí você quer faltar no inglês, na terpia, você quer trabalhar só depois da última sessão, você fica com aqueles horários na cabeça, você anota na agenda, você levanta no meio da noite para encaixar mais aquele filme que você tinha esquecido. É uma espécie de minipânico, simples assim.

Depois que a programação intensiva começa, você respira fundo e percebe que dá sim para ver boas coisas nas suas janelas e que você pode, quem sabe, dar um cano naquele compromisso importante por mais um filme. E, se por um acaso você perder alguma grande exibição, você não vai morrer. I hope so.
:: Pela tangente

Sabe que outro dia meu querido professor de inglês deu um retorno individual para cada aluno depois das provas (escrita e oral). O assunto "provas" vai aparecer aqui mais dia menos dia, com um post inteirinho só pra ele. Enquanto isso, só uma prévia porque veio a calhar.

Tirei boa nota na prova oral e o feedback foi que o meu problema é que eu dou umas travadas quando não sei uma mísera palavra e que eu preciso ser mais trqnquila para, sem crise, contornar essas situações e buscar novos jeitos de falar uma mesma coisa. Eu concordei, claro. Faz todo o sentido. Só tentei explicar que, que situação, eu sou meio assim no minha língua nativa também.

Outro dia estava conversando e precisava citar uma história de uma pessoa que ficou grávida várias vezes. Não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que contava essa história e muito menos a primeira, segunda ou terceira vez que eu travava no plural de gravidez. Rá! Eu parei no clímax e perguntei:

- Mas.... e o plural de gravidez?
- Gestações.

quarta-feira, outubro 17

:: Sobre a ansiedade pré-mostra

A Mostra Internaconal de Cinema é um dos eventos que mais espero no ano, desde 2000, quando fiz minha primeira maratona. Sempre existe uma tensão pré-mostra, um ajuste de agendas, uma dedicação integral nos fins de semana, sem trela pra encontros familiares ou festas até tarde. No máximo, um almoço ou jantar entre um filme e outro, naquele restaurante que fica no caminho da sala a para a sala b.

A vinheta, é uma expectativa pararela. Às vezes, muito maluco, mas tão grande quanto. Pelo que me lembro, a que mais gostei até hoje foi a da 28º criada pelo designer gráfico Amir Admoni, com trilha do Abujamra. Naquele ano, vi mais ou menos 30 filmes - por sorte estava fazedo um frila com horários bem flexíveis - e, juro, não cansei. Jamais. Eu sempre queria mais e mais daquela abertura que dava uma alegria na gente. Ele achou o mesmo. Em uma entrevista que Admoni deu na época para o meu amigo Igor Ribeiro, que escreveu uma matéria sobre na Ilustrada, disse que "a vinheta está próxima da mistura de paz e sonho que há na arte de Gitai, por isso satisfez o público". Pode até ser. Mas pode ser mais. Eu gosto do colorido e do astral da trilha. Infelizmente, não achei no YouTube pra mostrar. Droga, droga.

No ano passado, a vinheta foi mais sóbria. Criava certa tensão que persistia quando os filmes que vinham a seguir eram mais pesados. Mas belíssima ainda assim.



Neste ano, não resisti. E talvez tenha sido cagada, mas não dá mais para voltar atrás. Fuçando o site da Mostra achei a vinheta desta 31º, do Hector Babenco, e assisti. Talvez perca aquele clima de ansiedade que é uma delícia, da espera para ver a vinheta. Talvez não. Talvez o fato de eu ter visto num pequeno computador não queira dizer nada, já que a exibição nas grandes telas é sempre imbatível. Para quem, como eu, não resistir, tá aqui:

domingo, outubro 14

:: Do No Scrubs!

Eu estou dizendo que é muito bom ela ter voltado. Olha a última do www.no-scrubs.blogspot.com:

:: Das Pequenas Transgressões

Ter filhos é poder falar cocô, pum e arrotão na frente da tia-avó do seu marido.

:: Das pequenas transgressões 2

Ter filhos é estimular que façam cocô/pum/arrotão na frente da tia-avó do seu marido.

:: Das pequenas transgressões 3

Ter filhos é ter em quem jogar a culpa caso lhe escape um pum na frente da tia-avó do seu marido.

(É claro que isso não aconteceu, gente. É só um exemplo hipotético, ok? Meu marido nem tem tia-avó...)

sábado, outubro 13

:: Lichia

Vale muito ir ao Astor (predileto da vida!) e tomar uma caipirinha da lichia. No Ritz também tem uma deliciosa. Mas, bom mesmo, é ir até a Liberdade, fazer uma pausa considerável ali no Marukai (tentador mercado oriental) e comprar o suco de lichia em latinha, o Chin Chin - Lyches Juice Drink, por um preço ótimo. A verdade é que aqui nesta casa também tem suco de lichia e geladinho. Meio doce demais, mas vale a pena e dá um toque especial para acompanhar o petisco da visita. É o Ceres Lithci, que você pode comprar no supermercado na esquina.

:: O mundo paralelo dos gordos

Eu tenho uma teoria sobre os gordinhos: ou eles são amargurados (como o papel principal de Marilou Berry em "Uma Questão de Imagem") e invejam tudo, ou eles resolvem se amar muito e são insuperáveis, engraçados, tem um senso de humor invejável e são os prediletos da turma.

Outro dia o Phé começou um papo muito engraçado sobre essa história de ser gordo e eu adorei. Ele até citou o "de menininhas" lá no Phepperland (http://phepperland.blogspot.com)* quando postou isso aqui:



Não é um sucesso? Rá!

*eu ainda não sei fazer links aqui. Pronto, falei!
:: Jogo do adivinha

Eu adoro brincar de adivinha. Sobretudo quando o assunto é música. E ele sempre inventa umas brincadeiras de adivinha divertidinhas. Outro dia estávamos falando de capas de discos. Depois, das mais lindas capas de discos.

- A minha preferida parece uma obra de arte...
- Hum...
- Dicas: é um disco de jazz. Eu tenho, você tem.
- Família Marsalis? Hum... Joshua Redman...?
- Não! Dica: a música mais importante do disco é um hit.
- Ai, tô tensa. Não seiii.
- A música é dividia em cinco tempos.
- Eu não sei compassos.
- Os tempos dão nome à música.
- Take Five! Dave Brubeck Quartet! Time Out!
- Ufa!
- Ufa!

:: Pequenos luxos

Hoje fui ao espanhol Toro, que depois da reforma ganhou um clima mediterrâneo delicioso, com uma årea iluminada nos fundos, árvores, pé-direito alto e arejado, e dividi uma sagria especialíssima, superfeminina, de vinho branco, morangos, hortelã e Brandy.
:: A família Moleskine

:: Sobre a hierarquia dos papos

Eu e a Mari (sempre nós) temos manias de hierarquizar os assuntos. Alguns, por exemplo, são proibidos para o carro, para onde ficam reservadas só as amenidades, que também amamos - as melhores músicas, as estréias do cinema, a lista dos lugares novos que queremos ir, a cor do esmalte do pé (fúteis, mas gostosos)... E então hoje, estavávamos no elevador e:

- Ah, preciso te contar!
- Mas tem certeza que isso é assunto para elevador?
- Não! É assunto para banheiro público!



Rá, rá, rá!
:: Os pequenos luxos



É muita honra vir pra cá num sábado à noite, escrever no branquinho ouvindo jazz, janelões abertos e aquela brisa, apoiando o computador num livro do Donald Judd, sentada no sofá, de pernas para o ar - recém-depiladas! Rá!
:: Ala infantil



Depois que meu priminho nasceu, em uma destas úlimas madrugadas, o pai foi até em casa conversar com a filha mais velha, de dois anos. E então contou que o "seu irmãozinho chegou" e se ela não queria visitar. Ficou calada e com bico. Ele tentou de novo, delicadamente. Ela cedeu. Colocou uns óculos escuros por livre e espontânea vontade e foi. Chegando no hospital, o pai e a mãe disseram:

- Viu seu irmãozinho, pituca?

Ela se virou, emburrada, com aquela pinta toda, com os óculos escuros:

- Não estou vendo nin-guém.

Com a devida pausa.


Outra das crianças:

No fim do ano, sempre tem jogos internos no Vera Cruz. Três séries se dividem em quatro cores (vermelho, azul, branco e amarelo) para um grande campeonato. Nestas circunstâncias, a coordenadora não pode usar nenhuma das quatro cores. Então ela foi um dia de verde, outro de... rosa. E uma menininha, quando a viu, saiu correndo e:

- Elisa, Elisa! Que bom você veio de vermelho!
- Mas eu estou de rosa.
- Então, Elisa, rosa é a mistura do vermelho com o branco.

quinta-feira, outubro 11

:: Fofito

A Mostra Internacional de Cinema do ano passado (ou foi de 2005?) foi muito musical. Primeiro pelos filmes e documentários de música que assisti, depois, pelas várias trilhas que eu e o Di anotamos na hora dos créditos e fomos fuçar depois. Em estado sempre alerta, com o caderninho na bolsa, é que conhecemos coisas incríveis que entraram pro nosso repertório.

Foi assim que vimos "Habana Blues". O filme tem uma coisa muito triste sobre as relações humanas e, ao mesmo tempo, muito alto astral do suingue cubano, o requebrado, a música que vem de dentro daqueles seres, de verdade. Por meses (até hoje, na verdade), eu e o Di cantamos "el rap del sei-la-o-que ratero", que é a coisa mais fofita.

Ontem na madrugada (mais uma daquelas que passei bem acordada) assiste o filme de novo. Chorei um pouco e fiquei animada o outro pouco. Não dá para resistir à energia da sonoridade. Hoje acordei querendo achar isso no Youtube:



Por que crianças cantando e dançando sempre acabam comigo?
:: Gifts

Mari Tassi trouxe o chaveiro dos meus sonhos do British Museum, aquele do gato azul. Trouxe mais um gatinho para ficar na minha bancada e, atenção, uma agenda Moleskine 2008. Um sucesso.

:: Drops

Outro dia cheguei em casa agitada, já meio tarde. Então fiquei um pouco aqui no branquinho e depois fui ler. O plano para depois era: dormir! Mas, que nada. O livro está cada vez mais tenso, eu tinha mil coisas de trabalho na cabeça e, quando apaguei o abajur, despertei totalmente. Fui para a TV. Já não adiantava ler a história do cara que se droga sem parar. Então, na TV, coloquei em algum telecine e assisti "Terapia do Amor". Sim, eu fiz isso e faço isso de vez em quando. A história, em linhas gerais, é de uma mulher recém-separada, de 37 anos, que se apaixona por um artista não-assumido, de 23. Num certo dia, ela vai à manicure com uma amiga (afinal, ninguém é de ferro!) e fala:

- (...) e ainda tenho de comprar o presente para o meu namorado... Pensei em dar um jogo novo da Nintendo, que ele quer muito.
- Você gosta de sexo?! Então não faça isso!

Rá!

Enfim... compensou pela trilha sonora...
:: O teste do iPod

Você testa o repertório de um iPod deixando tocar no shuffle. Você aprova se não quiser passar nada pra frente. Ou, de repente, se quiser passar muito rápido tudo de tanto que amou e quer mais e mais e mais.

Testei o meu outro dia por um tempão. Foi incrível, é invejável.

Rá!

terça-feira, outubro 9

:: Ela voltou!



Quando ela ficou grávida, voltou a escrever. E foi um sucesso. Mesmo. Os textos mais gostosos e engraçados que eu lia e relia e lia pros amigos e mandava por e-mail para as amigas. Depois ela pariu. Aí ficou sem dormir e aquela coisa toda e deixou de escrever. Só eu sei, que, escondida, ela fazia anotações em um caderninho horrendo que todo mundo sempre pensou que fossem as horas das mamadas, dos cocôs de alice, do peso que ganhou na semana e quantas vezes tomou aquele pozinho mágico que se chama funchicórea (como é que se escreve isso?). Mas não. Ela estava fazendo rascunhos e mais rascunhos de textos pós-parto. Enfim, ela voltou e isso é muito bom.

Vamos lá: www.no-scrubs.blogspot.com

segunda-feira, outubro 8

:: Intercâmbio

Então eu chamei de intercâmbio essa conversa entre os blogs. Aí, outro dia o Phé veio aqui e comentou uma das frases que anoto no dia-a-dia no moleskine para depois escrever aqui. Eu gostei tanto que vou copiar uma parte do comentário aqui:

"Dentro dessas frases legais, tenho uma boa! Era um adesivo colado no bumbo da minha primeira bateria:

I May Be FAT, But You're UGLY, And I Can DIET.

Que tal?"

Adorei.
:: A menina do rap e do hip-hop

A playlist do iPod

A Tribe Called Quest
Jurassic 5
Mos Def
Sabotage
Gog
:: A linguagem das crianças

As histórias da família dele são as mais divertidas. Tem uma que quando ela era pequena chamava travesseiro de cabeceiro e insistia: "Cabeceiro é onde coloca a cabeça, mãe!".

sexta-feira, outubro 5

:: A vidinha em NY

Ela manda e-mail com a notícia de que Sondre Lerche vai tocar em NY. Depois diz que o show do Bloc Party foi uma das melhores coisas da vida. E agora vem com essa, no blog, que o Caetano vai tocar lá nos dias 19 e 20 de novembro.
:: Das melhores

O Tommy é dos mais engraçados e ontem ele recuperou uma clássica da família:

"Vamos dormir porque as visitas querem ir embora!"

Rá!
:: O meu leite subiu!

O maior pavor na aula de barista é o leite. A gente tira café e fica aquele medinho da aula do leite, que vem depois. Porque é clássico que o leite não sobe. Ele precisa dobrar de volume quando é vaporizado, mas o processo não é simples. Ele precisa, ainda, ficar brilhante e sem bolhas. Sem bolhas???

Enfim, ontem tivemos a tal da aula do leito. Primeiro teórica, depois prática. Treinammos, no começo com água e detergente - o efeito é o mesmo. Depois, passamos para o próprio leite. É praticamente uma aula de pornografias sexuais. Rá!

Primeiro porque o leite tem de subir. Segundo porque você precisa limpar toda hora o bico vaporizador (aquela coisa meio cilíndrica e comprida): envolto naquele paninho de pia, você faz movimentos para cima e para baixo (!). Depois, quando o leite está devidamente vaporizado na pitcher você deve homogeneizar, mexendo rapidamente de um lado para o outro, no sentido horizontal, com certa velocidade. Para melhor explicar a natureza do movimento, a professora ainda fala: "Quem já empinou pipa?".

Nessa hora, eu não agüentei: caí na risada e os mais espertinhos - ou maliciosos - riram comigo.

quinta-feira, outubro 4

:: Um carioca?

Outro dia, na aula, aprendemos a linguagem das cafeterias. Acho que a maioria ali já sabia o que era um carioca. Eu só não sabia a receita exata (uma xícara com 20 ml de água quente e, depois, um espresso curto extraído em cima). Eu fiz cara feia de "eca!" me livre disso. "Como alguém pode?". E então, outro dia saí para jantar com meus tios e o núcleo da família e na hora do cafezinho minha tia gordinha e mais engraçada vira para o garçom com a maior espontaneidade e:

- Por favor, eu quero um carioca. Loiro, barriga tanquinho olhos azuis e.... cego!!!

Rá rá!
Amei.
:: Conversa de bar

Ontem encontrei uma amiga da escola que não via há muito tempo. Conversamos sobre a vida em geral e eu perguntei como estava a família. Desta vez, não foi a mesma pergunta que todo mundo faz para todo mundo. A irmã dela foi seqeüestrada há um tempo, por 20 e poucos dias, ao acaso. A família não tinha grana e foi um sofrimento tremendo. Achei lindo quando ela começou a falar do assunto e disse:

"'Estar sofrendo' passa.
'Ter sofrido' não passa nunca.
Então é preciso aprender a lidar."

terça-feira, outubro 2

:: Amigo sem cerimônia

O Vic é esse tipo de amigo sem cerimônia que eu adoro. Outro dia soube que eu estava fazendo curso de barista e escreveu um e-mail fofo. Olha:

"putz, se já era fresca com comida,
com música,
com cinema,
com balada,
e com homem,
agora vai ficar fresca também para tomar café???

hehe
quero tomar café quando chegar em sampa. feito por você."
:: Nem mais, nem menos: o ponto ideal da boa mesa

Neste fim de semana, meu pai me pegou para criar. Aquele colo bem quentinho para aplacar o frio e, entre um filme e outro naquela televisão gigante, mimos da cozinha. No sábado me buscou para irmos ao Garabed. Agora é assim, cada sábado e domingo liga alguém diferente para fazer o tour. A reação é sempre a mesma: ficam impressionados como sou bem-orientada e não me perco ali na zona norte. O caminho todo, aliás, faz parte da experiência. E todo mundo fica alerta, também, quando digo: chegamos, é ali naquela porta de alumínio de garagem.

Desta vez, paramos ali no início da rampa da entrada. A fila ia até lá embaixo. E então o garçom informou a espera. Não foi 10 minutos, nem meia hora. "São 50 minutos ou mais". Desistimos na hora. Não que não valesse a pena esperar. A gente sabe que vale. Mas "50 minutos ou mais", dá aquela impaciência que pode colocar tudo a perder. Também não é pelo tempo em si, pois, sair da zona norte e ir até a zona oeste e achar um outro restaurante, talvez demorasse o mesmo, ou mais. Mas ficar parado, no frio, mal-acomodado...

Fomos até o caixa, na frente da cozinha aberta, onde fica aquele belo forno a lenha e abrimos todos os freezers para escolher o que levar para casa. Foram esfihas, homus, babaganouj, pãezinhos, charutinho de uva... Tudo embalado e pago, pegamos o carro sentido Rua Sergipe.






Ai, que presente. Enfim, chegamos ao Carlota, da Carla Pernambuco (adoro esses turnos emendados do almoço até o jantar). O cardápio é aquela coisa: só de ler, sua boca vai salivando e preparando suas papilas e seu estômago para o que vem pela frente. Começamos com os pastéizinhos de alho-poró e camarão. Uma perdição, o recheio era praticamete um creme, com sabores equilibrados... A fritura no ponto ideal, deixou a massa crocante e sem nada de gordura extra, escorrendo - ficou sequinha.

Na taça, um delicioso Los Vascos - Domaines Barons de Rothschild (Lafite) -, produzido em uma das vinícolas mais tradicionais do Chile - um tinto encorpado e seco, que adoro, apesar de não entender muito desse mundo das uvas...

Para o principal, ele pediu carne e eu fiquei nos frutos do mar. Chegaram ao mesmo tempo à mesa um filé mignon ao molho de vinho do Porto e balsâmico e risoto de figos e os meus camarões suculentíssimos empanados com algum creme que ainda não descobri exatamente o que é, ao lado de um risoto al dente de Parma.

A sobremesa fechou o almoço em altíssimo nível: um bolo quente de banana com sorvete de canela. É, na verdade, uma espécie de petit gâteau, é o mesmo formato e o mesmo princípio. Então, quando você dá a primeira colherada, sai aquela bananada de dentro com consistência de geléia e esparrama no seu prato, misturando, delicadamente, com o sorvete de canela que estava ali ao lado, estrategicamente posicionado. Um arraso.

Depois disso, quem resiste ao novo livro de receitas? Eu recomendo: "As Doceiras", de Carla Pernambuco. Só com quitutes incríveis e imperdíveis. Nesta semana, tem festa!

Bolo quente e cremoso de banana

400 g de bananada cremosa
200 g de manteiga
4 ovos
4 gemas
1/2 xíc. + 2 col. (sipa) de açúcar
1/2 xíc. de farinha de trigo peneirada
manteiga para untar
Sorvete para acompanhar

Derreta a bananada no microondas ou em banho-maria.
Numa tigela, junte a bananada, os ovos, as gemas e misture bem com um batedor de mão ou um fouet. Acrescente o açúcar e a farinha. Misture até formar uma massa homogênea. Unte 10 forminhas individuais com manteiga e distribua a massa. Leve ao forno por 8 minutos. Sirva quente, acompanhado de sorvete a sua escolha.

10 porções.
:: Vou confessar, meu cafezinho é um fracasso!

Como a gente faz para manter a auto-estima sem esmalte, de unhas rapadas, cutícula catastrófica, sem perfume, cabelo preso, avental preto escondendo o decote, calça suja de café e, além de tudo, o seu café espresso, no final das contas, é ruim?

Porque dava para encarar a ausência temporaria do "ritual menininhas" pela manhã por alguns dias fácil, fácil, caso o resultado final fosse incrível. É o meu terceiro dia na máquina e, óh, céus, o meu espresso já saiu repetidas vezes intragável. Tem a parte do grão, claro. Tem o moinho, que sempre está desregulado (sempre, sempre culpar o moinho!). Mas aí tem a sua mão mesmo. E essa, não dá pra trocar.

É tudo uma questão de prática e dom. Se você não leva jeito, esquece. Eu ainda estou na parte: "com a prática eu chego lá". É cedo para desistir. Fiz alguns espressos direitinho, até. Se você for pensar bem, não ultrapassei o tempo, alcancei a medida certa, de 30 ml, que é o padrão que utilizamos em aula.

Mas aí aparecem todos aqueles mínimos detalhes que fazem toda a diferença na hora de avaliar o produto final - a bebida que está ali, na sua xícara. É preciso aprender cuidadosamente a quantidade de pó certa (são 7 g para um espresso). É preciso aprender a força exata que se deve fazer na compactação, nem mais, nem menos. E então, é preciso ter o dom da compactação: a borra precisa estar superalinhada e sem nenhum resquício de pó de café sobrando sem compactação no porta-filtro.

Aí você faz todo o precesso milhões de vezes e seu espresso continua com algum problema! Aí você olha pro chão e vê seu decote escondido por um avental preto bem sem-graça. Aí você vira para o lado e seu cabelo não mexe porque está preso. Aí você inclina o pescoço e nada daquele perfuminho que você adora e que sempre alegra. Aí você olha para as suas mãos, tão macias.... E, de repente: elas estão meio calejadas da água quente, com aquela unha terrível, sem aquele esmalte bonitinho que você adora da Dior.

Depois disso tudo, para onde é que vai a sua auto-estima? Me diz!