:: Idiotices
quinta-feira, junho 30
segunda-feira, junho 27
domingo, junho 26
:: Sobre o nada e algumas vontades aleatórias
Existem vontades próprias de domingos chuvosos e friorentos. Eu tenho vontade de pantufas brancas, por exemplo. De manta amarela no sofá, com um livro de alguma história real, meio triste, talvez. Domingos chuvosos me fazem querer ouvir João Gilberto por horas e tomar chá. Se eu pudesse escolher, acho que faria isso. Colocaria João Gilberto para recebê-lo aqui. E a água a esquentar no meu bule verde-que-queima-a-mão. Sobre a mesa, ia deixar as xícaras do Ca'd'Oro separadas. Aquelas xícaras que não são particularmente bonitas, mas são antigas e são de bolinhas. E gostamos de velharias e acho que ele já aprendeu o quanto gosto de bolinhas. Acho. Acontece que a gente não pode fazer escolhas. Nem essas mais simples. E então levantei bem mais cedo do que eu queria, sem pantufas brancas, sem manta amarela, sem a lista inteirinha de João Gilberto, sem chá e sem a companhia dele e fui para o jornal. E não foi só o plantão, sabe. Foi o ir e o voltar em dia de Parada Gay e jogo do Corinthians.
Existem vontades próprias de domingos chuvosos e friorentos. Eu tenho vontade de pantufas brancas, por exemplo. De manta amarela no sofá, com um livro de alguma história real, meio triste, talvez. Domingos chuvosos me fazem querer ouvir João Gilberto por horas e tomar chá. Se eu pudesse escolher, acho que faria isso. Colocaria João Gilberto para recebê-lo aqui. E a água a esquentar no meu bule verde-que-queima-a-mão. Sobre a mesa, ia deixar as xícaras do Ca'd'Oro separadas. Aquelas xícaras que não são particularmente bonitas, mas são antigas e são de bolinhas. E gostamos de velharias e acho que ele já aprendeu o quanto gosto de bolinhas. Acho. Acontece que a gente não pode fazer escolhas. Nem essas mais simples. E então levantei bem mais cedo do que eu queria, sem pantufas brancas, sem manta amarela, sem a lista inteirinha de João Gilberto, sem chá e sem a companhia dele e fui para o jornal. E não foi só o plantão, sabe. Foi o ir e o voltar em dia de Parada Gay e jogo do Corinthians.
quinta-feira, junho 16
:: Diálogos inúteis
Não acreditava muito nessa coisa de urucubaca, mas, repara: estourei meu espelhinho numa árvore dia desses. Não conseguia dirigir então peguei o carro da minha mãe, que está viajando. Niqui eu peguei o automóvel dela, pouco depois, o espelhinho cai. Assim, supernormal. Cai! E então fui deixar o automóvel no mecânico e implorei, em tom de súplica:
- Pelamor, não me cobra caro senão vou te dar tudo os cheque sem-fundo.
Causei aquele constrangimento. E espero que funcione. De coração. Porque, né.
Não acreditava muito nessa coisa de urucubaca, mas, repara: estourei meu espelhinho numa árvore dia desses. Não conseguia dirigir então peguei o carro da minha mãe, que está viajando. Niqui eu peguei o automóvel dela, pouco depois, o espelhinho cai. Assim, supernormal. Cai! E então fui deixar o automóvel no mecânico e implorei, em tom de súplica:
- Pelamor, não me cobra caro senão vou te dar tudo os cheque sem-fundo.
Causei aquele constrangimento. E espero que funcione. De coração. Porque, né.
quarta-feira, junho 15
terça-feira, junho 14
:: Amizades musicais
Ela está lá do outro lado do mundo. Mas a gente sempre dá um jeito de alimentar nossa amizade musical com surpresas de dar alegria ao coração. Hoje ela apareceu com uma música que eu ouvia na adolescência, num passado muito remoto, quando eu dançava forró agarradinha. Uma música bem brasileirinha de presente de aniversário.
Ela está lá do outro lado do mundo. Mas a gente sempre dá um jeito de alimentar nossa amizade musical com surpresas de dar alegria ao coração. Hoje ela apareceu com uma música que eu ouvia na adolescência, num passado muito remoto, quando eu dançava forró agarradinha. Uma música bem brasileirinha de presente de aniversário.
:: Sobre manhãs e sobre o tempo
Desde pequena enrolei para acordar. Pulei o café da manhã por anos, anos. Por mais cinco minutos na cama. Tenho pavor da voz da minha mãe ecoando "força, força", como ela bradava, pelo corredor, quando era preciso levantar, sem choro nem vela.
Depois que me dei uma casa de presente, para amar e me sentir feliz, passei a acordar cedo, bem cedo. Passei a valorizar os minutos do banho e do escovar os dentes, os minutos do beber leite com café e água gelada. O tempo lento, que faço passar arrastado, de ler um pouco do jornal ou um livro de comida. Tem isso, não leio romances pela manhã.
Hoje acordei mais tarde do que eu devia. Mas mais cedo que eu me sentia capaz _tarde da noite que fui dormir ontem. E então fiz minhas tarefas matinais sem o sofrer do pouco sono. Peguei o carro de espelho quebrado, me levei até a manicure. E lá dei um trato nas unhas, no cabelo.
Depois deixei o carro para arrumar, para que eu não mate ninguém e nem me meta em nenhum acidente. Dirigir sem espelhinho não dá, apesar de eu gostar de certa emoção, vez ou outra. Para chegar ao jornal, peguei três transportes públicos (três-transporter-públicos!). E cheguei no horário e estou a trabalhar. Borrei a unha, claro, mas já tenho um lide _e já me afeiçoei por ele.
Desde pequena enrolei para acordar. Pulei o café da manhã por anos, anos. Por mais cinco minutos na cama. Tenho pavor da voz da minha mãe ecoando "força, força", como ela bradava, pelo corredor, quando era preciso levantar, sem choro nem vela.
Depois que me dei uma casa de presente, para amar e me sentir feliz, passei a acordar cedo, bem cedo. Passei a valorizar os minutos do banho e do escovar os dentes, os minutos do beber leite com café e água gelada. O tempo lento, que faço passar arrastado, de ler um pouco do jornal ou um livro de comida. Tem isso, não leio romances pela manhã.
Hoje acordei mais tarde do que eu devia. Mas mais cedo que eu me sentia capaz _tarde da noite que fui dormir ontem. E então fiz minhas tarefas matinais sem o sofrer do pouco sono. Peguei o carro de espelho quebrado, me levei até a manicure. E lá dei um trato nas unhas, no cabelo.
Depois deixei o carro para arrumar, para que eu não mate ninguém e nem me meta em nenhum acidente. Dirigir sem espelhinho não dá, apesar de eu gostar de certa emoção, vez ou outra. Para chegar ao jornal, peguei três transportes públicos (três-transporter-públicos!). E cheguei no horário e estou a trabalhar. Borrei a unha, claro, mas já tenho um lide _e já me afeiçoei por ele.
:: Pequenas alegrias
Ele foi curto e grosso. Me disse que eu tinha de parar naquele minuto, estivesse fazendo o que estivesse, por oito minutos e uns quebrados, para a gente assistir, ao mesmo tempo, um vídeo que ele separou pra mim. Eu obedeci, sem pestanejar, e amei mais ainda tê-lo como amigo _embora ainda não esteja recuperada com o fato de que ele não estará presente no dia iluminado em que me torno, oficialmente, uma balzaquiana. Antes, pedi dois minutos, um pra ir ao banheiro, outro para me servir de uma tacinha de cristal de licor.
Ele foi curto e grosso. Me disse que eu tinha de parar naquele minuto, estivesse fazendo o que estivesse, por oito minutos e uns quebrados, para a gente assistir, ao mesmo tempo, um vídeo que ele separou pra mim. Eu obedeci, sem pestanejar, e amei mais ainda tê-lo como amigo _embora ainda não esteja recuperada com o fato de que ele não estará presente no dia iluminado em que me torno, oficialmente, uma balzaquiana. Antes, pedi dois minutos, um pra ir ao banheiro, outro para me servir de uma tacinha de cristal de licor.
segunda-feira, junho 13
terça-feira, junho 7
:: Os amores para sempre
A gente inventou isso. Essa coisa de que temos um amor para sempre. Um pelo outro. Que a gente gosta de estar perto _falantes ou em silêncio. Que a gente pode ficar horas abraçados (num aperto só) ouvindo a respiranção ou falando baixinho. Que podemos nos beijar. Ou não. Às vezes também podemos desprender horas que se perdem no tempo só olhando um pro outro e ouvindo aquela trilha de coisas que gostamos igual. Os discos do Air. O "Transa" do Caetano. O jazz de Dave Brubeck _e outros, tantos outros. E então era pra gente ter passado o Ano-Novo juntos. Talvez ele viesse para a minha festinha de flores brancas e biscoito Globo e músicas cuidadosamente selecionadas por mim. Talvez pulássemos tudo para termos só a nós, no meio daquela multidão que povoa os arredores da casa dele, em Copacabana. No fim, era fim de ano e não nos vimos. Nem nos abraçamos. Nem nos falamos. Nem nos olhamos. E ali ficou um buraco de alguma coisa que ainda não sei explicar _mas hei de. Hoje nos falamos de novo. Depois de meses, acho. E sempre nos prendemos em um ponto só, que pode ou não se desdobrar em outros e outros. Nos prendemos nesse lance de como a gente se gosta. Tentamos entender a distância. Uma distância que veio de repente. E que, na verdade, vem e vai. Se havia uma paixão que nos tirou a concentração do real, quem sabe. Mas não. A gente sabe. A paixão nunca, nunca nos separou nestes anos todos. Então ele me contou um pouco da menina que fez aumentar sua "ressaca de mulher", mas prometeu discorrer longamente sobre os massacres do coração num dia desses. Eu falei um pouco da tristeza que é se fechar pra não sentir mais. E não sofrer mais. E não viver mais. Falamos ainda sobre o hoje, o ontem, o anteontem. E combinamos uma coisa. "Vamos combinar uma coisa? Ou basta de combinações na vida?". E então ficou acertado que vamos ficar perto pra sempre. E que vamos nos proteger dessa coisa de fazer virar namoro. Vamos nos proteger mutuamente. Ah! Ficou combinado também que vamos para a Amazônia.
A gente inventou isso. Essa coisa de que temos um amor para sempre. Um pelo outro. Que a gente gosta de estar perto _falantes ou em silêncio. Que a gente pode ficar horas abraçados (num aperto só) ouvindo a respiranção ou falando baixinho. Que podemos nos beijar. Ou não. Às vezes também podemos desprender horas que se perdem no tempo só olhando um pro outro e ouvindo aquela trilha de coisas que gostamos igual. Os discos do Air. O "Transa" do Caetano. O jazz de Dave Brubeck _e outros, tantos outros. E então era pra gente ter passado o Ano-Novo juntos. Talvez ele viesse para a minha festinha de flores brancas e biscoito Globo e músicas cuidadosamente selecionadas por mim. Talvez pulássemos tudo para termos só a nós, no meio daquela multidão que povoa os arredores da casa dele, em Copacabana. No fim, era fim de ano e não nos vimos. Nem nos abraçamos. Nem nos falamos. Nem nos olhamos. E ali ficou um buraco de alguma coisa que ainda não sei explicar _mas hei de. Hoje nos falamos de novo. Depois de meses, acho. E sempre nos prendemos em um ponto só, que pode ou não se desdobrar em outros e outros. Nos prendemos nesse lance de como a gente se gosta. Tentamos entender a distância. Uma distância que veio de repente. E que, na verdade, vem e vai. Se havia uma paixão que nos tirou a concentração do real, quem sabe. Mas não. A gente sabe. A paixão nunca, nunca nos separou nestes anos todos. Então ele me contou um pouco da menina que fez aumentar sua "ressaca de mulher", mas prometeu discorrer longamente sobre os massacres do coração num dia desses. Eu falei um pouco da tristeza que é se fechar pra não sentir mais. E não sofrer mais. E não viver mais. Falamos ainda sobre o hoje, o ontem, o anteontem. E combinamos uma coisa. "Vamos combinar uma coisa? Ou basta de combinações na vida?". E então ficou acertado que vamos ficar perto pra sempre. E que vamos nos proteger dessa coisa de fazer virar namoro. Vamos nos proteger mutuamente. Ah! Ficou combinado também que vamos para a Amazônia.
quarta-feira, junho 1
Assinar:
Postagens (Atom)