quinta-feira, dezembro 13

:: Coisas para repetir

Ali tem sempre vasinhos com miniflores de verdade no banheiro, um saleiro automático todo moderno que processa o sal-grosso e deixa a salada mais gostosa ainda, água com gás gelada para acompanhar o vinho tinto que certamente será aberto. Ali tem sempre alguma cantora do jazz tocando em bom som, meia-luz, as pessoas certas e as conversas da vida.

sexta-feira, dezembro 7

:: Bom pra mim ou pra você?

Tem gente que começa a trabalhar com comida e fica chata. Não acha nada bom, avalia tudo o tempo todo. Eu me policio pra não acabar assim. Presto sempre atenção na comida, claro, mas não fico numa neura em tudo quanto é lugar. A chance da coisa virar um pesadelo só cresce porque a tendência é achar defeito em tudo. Natural. Por outro lado, não consigo evitar minha exigência extrema com o serviço. Eu saio para comer para ser, entre outros, bem atendida. Muito bem atendida. Eu gosto de tudo nos trinques, gosto de chegar e ser recebida com cardápio na mesa, como deve ser. Gosto de pedir as bebidas rapidamente ou de ter qualquer tipo de ajuda se quiser escolher um vinho. Gosto que o couvert seja delicadamente oferecido e, se por um acaso eu não quiser, tenho de me sentir muitíssimo à vontade para dizer “não, obrigada”.

Fato é que, nas últimas voltas por aí, tem acontecido algo que me irrita profundamente e, tem quem diga, que é o auge do bom serviço. Discordo. Me lembro da primeira vez que registrei o fato na minha cabeça. Eu estava em Salvador, correndo por todos os restaurantes do Nordeste como repórter do guia Unicard, da Bei, e fui ao elegantíssimo (e bem empinado) Trapiche Adelaide. Os momentos mais difíceis na viagem (que durou dois meses) era comer sozinha nesses lugares sofisticados nos quais os garçons ficam te rodeando sem descanso. Eles já são assim normalmente. Quando uma menina aparece sozinha, então, a coisa ganha corpo de uma forma assustadora - ou porque é uma menina, ou pela estranheza da coisa (não é natural ir a lugares desse perfil sozinha).

Enfim, garçom sempre tem de estar atento e a postos. Sempre. Mas essa coisa de ficar servindo a sua bebida sem parar, é constrangedora. Primeiro porque quem disse que eu queria aquele gole? Quem disse que o gelo não derreteu e aquilo tudo está aguado e eu quero, de repente, trocar de copo? Quem disse que eu quero beber naquela velocidade? E ainda não é o pior. O pior é essa “mania” dos restaurantes-mais-que-chiques de deixar o seu refrigerante fora da sua mesa, apoiado longe, em uma mesinha onde somente eles têm o total controle.

E então, eles vão e vêm com as latinhas, te servem loucamente (e com toda a elegância, claro) e, se acaba, eles simplesmente abrem outra e continuam te servindo como se nada tivesse acontecido. Ninguém pergunta se você quer outra, ninguém quer saber se, por um acaso, você quer mudar de refrigerante ou resolveu optar por aquele vinho incrível da adega. Mais tarde, a conta chega com milhões de refrigerantes que você simplesmente não pediu, mas tomou. Que custam absurdos R$ 5 ou coisa que o valha. Não estou falando de preço. Normalmente, quem é habitué desses lugares tem mesmo dinheiro. Estou falando da concepção que está por trás disso.

Nestes últimos dias, passei por isso algumas vezes, durante uma matéria (que, lógico, não tem nada a ver com isso) que estou apurando aos poucos. Sempre em restaurantes com o mesmo perfil. Tem quem diga que essa é a forma mais adequada de um bom atendimento. Eu discordo.
:: Descobertas para guardar

No meio de um monte de conversa informal, aprendi com a Giuliana Bastos duas coisas que anotei.

A primeira, ela aprendeu com a Beth, chef e dona do delicioso e sempre muito bem-cuidado bufê Beth Cozinha de Estar, no Itaim. Eu estava comentando que, depois do purê da minha avó, o melhor é o da cantina Nello´s, em Pinheiros, com preços ótimos. E então ela me contou que uma boa forma de fazer um purê bem cremoso é cozinhar as batatas no leite. Vou testar.

Depois, falando sobre café (aliás, um parênteses, leiam a matéria que saiu ontem na Ilustrada, no caderno Comida, "Caçador de Café", que está um brilho), ela me explicou algo que aprendeu com o craque Ensei Neto: quando for fazer café coado em casa, "despreze os últimos 50 a 100 ml de água, pois eles retêm grande parte de cafeína e de seu amargor".

sábado, dezembro 1

:: Cão de aluguel

Outro fim de semana, meu celular apitou pela manhã:

"Morning neighbour. Tá dormindo? Acorda e vem me visitar no número 951".

Ele finalmente tinha voltado pra São Paulo (depois de morar na Austrália, no Rio, em Cumuru, na Bahia...). Agora é de verdade. Simplesmente o irmão que eu escolhi se mudou para a mesma rua que a minha. Umas casas pra lá, naquela parte com mais árvores ali. Como se não bastasse, trouxe meus afilhados e meu filho postiço.

Desde que Mordred nasceu, ele virou meio meu. Depois foi crescer no meio do mato da Bahia, na praia, aquela coisa saudável, que deixou ele um pouco magro e selvagem e não tão carinhoso como poderia ser se tivesse crescido ao meu lado. Fato é que agora a família voltou completa. E eu ganhei meu cachorro de novo, com casa e tudo. Ele fica uns números pra frente e eu posso buscá-lo pra passear a hora que eu bem entender e nem preciso limpar os estragos que ele faz dentro de casa, um luxo. Outro dia foi assim. Acordamos bem cedinho e fomos dar uma volta no bairro em família. Olha que coisa (ele é o de cima da direita, com coleira preta):





:: Lista de compras

Na primeira lista de compras do apartamentinho estavam:

Veja (o laranja)
Desinfetante
Balde
Rodo
Pano de chão
Flores