segunda-feira, outubro 31

:: O tempo não para

E eu queria, mesmo, fazer o tempo parar um tanto. Ou, não. O tempo podia continuar correndo sem que eu tivesse de correr também. O tempo podia correr enquanto eu ficava na casinha, no meu edredon branco-com-cheiro-de-lavanda, quieta. Porque a sensação que eu tive (e foi muito séria e foi muito real) é de que eu desprenderia horas e horas, dias, até, lendo os escritos dele, ouvindo no repeat "Obatalá", que é a oração que me inspira ao entrar dentro do coração dele, quase. Da casa dele. Da vida dele. Como uma coisa tão, tão profunda que merece um respeito enorme, imenso. Um respeito que nem sei bem dizer como é (nem o que é, vai saber). Mas vem com a ideia de que eu teria de me isolar um tanto do mundo. Para que eu pudesse viver aquilo inteiro. Como ele nos dá. Aquilo em estado bruto.

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