quinta-feira, maio 29

:: Os trechos que grifo de lápis

Os meus livros costumam ser todos grifados (e eu não gosto de emprestar livros nem discos). Hoje eu estava no ônibus driblando o enjoo que sinto quando leio em movimento porque Sándor Márai está indo muito, muito bem. Dali a pouco, surge uma passagem linda, que eu grifei rapidinho no farol:

"O homem sem palavras, orgulhoso e triste se esforçou por ser completamente confiante, completamente modesto, completamente submisso. Por exemplo, ele sempre trazia presentes, pequenos presentes. Era de chorar. Porque o homem recatado se envergonhava de dar presentes miúdos, no Natal, no aniervsário, eu sempre ganhava dele algo caro, vistoso, uma bela viagem, uma pele nobre, um carro novo, jóias... O que sempre faltava era exatamente que ele voltasse para casa uma noite trazendo castanhas assadas por vinte centavos. Você entende?... Ou açúcar cristal, sei lá. Mas agora ele trazia".

(em "De Verdade")

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