sexta-feira, outubro 22

:: O desconhecido e as homenagens

Entendo que minha mãe, meu pai, minha irmã me liguem todas às quintas bem cedinho, depois de ler minhas matérias. Entendo que eles nunca falham. Entendo também que minhas amigas de infância venham aqui me ler um pouco, de tempos em tempos. Entendo até que as mães dessas amigas, com as quais cresci, escrevam para elas falando de uma matéria ou outra que saiu no jornal com meu nome e elas gostaram. Muito. Orgulhosas.

O que ainda não entendo direito é que, às vezes, aparece um ou outro por aqui e para. Um ou outro que não me conhece. E volta. Faz pouco tempo que ela apareceu para deixar um recadinho delicado, que nem respondi. Tenho essa mania terrível de, primeiro, paralisar, e depois ler e reler e achar lindo. Verdade.

Disse "a maneira que você escreve é perfeita" e que consigo atingir quem eu nem conheço. Não respondi, mas fiquei intrigada com essa coisa. E outras também. Como essa coisa dela compartilhar meus "pequenos prazeres".

Uns dias antes, ele apareceu. Ficou intrigado com alguma coisa naquela cena da manteiga president, do jornal esparramado sobre a mesa, dos pães frescos. Com ela foi diferente. Ela ficou inquieta com a coincidência de um recado que publiquei, dizendo que minha amiga adorava ler a Ilustrada às quintas por dois motivos. Eu e Contardo. Escreveu dizendo o mesmo.

Depois trocamos um, dois e-mails. Mas fiquei com esse texto aqui parado. Desde lá. Há um tanto de tempo. Lembrei dela principalmente no fim de semana passado, por conta dos shows da caixa preta, em homenagem ao Itamar. O Itamar, aquele poeta, aquele cantor, que ganhou um radinho de pilha ainda pequeno e ia dar nome ao meu gato.

Quando me escreveu, contou que ia assistir a todos. Eu pensei o mesmo. Mas, quando chegou a hora, acabei não indo. Não nos primeiros. Tive certa vontade de escrever perguntando como foi. E contar algumas histórias do Itamar, que não sei se ela sabe, mas são as minhas prediletas. Tenho disso. Dessa coisa de reunir histórias prediletas para contar.

Um comentário:

Marina disse...

Luiza,

Os shows foram (estão sendo) incríveis (alguns menos, devo admitir, mas, em geral, incríveis).
Não perca os últimos!
E é óbvio que eu quero saber das histórias do Itamar.
Você me conta?

um beijo.