quinta-feira, fevereiro 17

:: Velharias e coleções

Mamãe resolveu colocar o armário abaixo. Já vai fazer 3 anos que saímos (eu e minha irmã) de casa e os armários ainda estavam tomados. Eu, naturalmente, não consegui carregar minhas velharias todas por falta de espaço. A missão do domingo de manhã era ver o que se quer e o que não se quer. Abriu-se uma exceção para que eu pudesse deixar algumas tranqueiras lá, porque na minicasa não cabe. Ufa. Mas a regra era clara: tudo em caixas, de maneira organizada e naquela parte do armário lááá em cima onde nenhum ser alcança nunca.

Joguei tanto papel fora que nem acreditei. Me desapeguei de todos os "Guias da Folha" de início de carreira, que eu amontoava num canto religiosamente. Me desfiz dos textos da escola, das apostilas do cursinho (pelas quais sempre tive o maior xodó) e dos cadernos da faculdade. Com alguma dor. Verdade.

Guardei mais umas cartas de amigos e amores que achei espalhadas. Guardei uns cadernos esculturais da escola e meus boletins, com as cartas de autoavaliação que eu fazia em diferentes cores. O mais difícil talvez tenha sido me desfazer dos bichos de pelúcia. Mas hoje consigo entender melhor por que.

São macacaos. Macacos e sapos. E eles fazem parte, de uma forma ou de outra, dessas minhas duas coleções. É como se eu tivesse desfalcando coleções que levei a vida para formar _e poder chamar de co-le-ção, assim, com orgulho.

Bem, estão todos num saco plástico daqueles gigantes, pretos. Fiquei com um. Um macaco que não devo me desfazer para todo o sempre.

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