quinta-feira, maio 28

:: Gaveta

1.

Quando eu era pequena, custava a entender como é que eu tinha só um ano de diferença da minha irmã mais velha. Porque quando chegava no fim de maio, ela fazia aniversário e ficava "dois anos" mais velha que eu, já que eu fazia aniversário só no mês seguinte. Como assim, né? A única coisa que eu entendia perfeitamente era que era uma glória estar "dois" anos abaixo. Eu sempre amei ser caçula - era como se eu tivesse duas mães sempre que eu precisasse (e quisesse) e uma mãe e uma irmã no resto do tempo. Ainda é um pouco assim, confesso, mas agora tenho ainda a "melhor" amiga da vi-da. Depois veio meio irmão mais novo, por parte de pai. E até hoje eu repito ufa que ainda sou a caçula da minha mãe. E meu pai, pra entrar no meu charminho, diz que eu ainda sou a caçula dele também, "caçulas das meninas". E eu acho fofo.

2.

Tem a história do meu irmão pequeno também. A gente tem tanta coisa identica de gênio, que dá aflição. E quando ele era menorzinho, a gente vivia se provocando, na brincadeira. Um dia foi mais ou menos assim, a gente disputando meu pai:

- É MEU pai, Bru.
- Não. É MEU!
- Nem vem que ele é MEU pai antes.
- Não. É MEU!
- Tá, Bru, então nosso pai. Nosso.
- Não. É MEU!
- Mas, Bru... Se o papai for só seu pai a gente não ia ser irmão.

E num ato de de-ses-pe-ro:

- Tá bom, Lu, tá bom. Nosso pai, nosso pai, nosso pai.

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