:: Fofurinhas
Outro dia, um amigo disse que queria uma floricultura só para entregar flores e ver a reação das pessoas.
segunda-feira, agosto 31
quinta-feira, agosto 27
quarta-feira, agosto 26
terça-feira, agosto 25
:: Carta aberta
Florzinha,
faz tempo que estou te devendo um obrigada como você merece, eu sei. O jantar que você preparou com as suas próprias mãos me marcou de um jeito que fiquei travada para escrever. Acontece, às vezes, quando aparece uma coisa muito boa. Ou muito ruim. E a comida tem dessas coisas de mexer com os sentimentos, você sabe.
Confesso que fiquei impressionada com a casa, com a rua sem saída, cheia de árvores, com o caminho detalhado à perfeição. Depois, o labrador abanando o rabo no portão e eu um pouco tensa porque estava com meu vestido predileto. A moça que trabalha na sua casa gritava pela sua mãe enquanto eu esperava na porta. Sua mãe, esbelta, bem vestida e querida. Muito querida. Eu devia imaginar.
Teve a coisa do meu tio também, não nego. Essa coisa dos projetos dele terem sempre um tipo de calor que eu não sei bem explicar. Mas é como se a gente tivesse ligada, de alguma forma até familiar, naquele espaço. Depois, os irmãos gêmeos, a irmã mais nova, as histórias do quase ex-namorado. Eu estava com saudades, sabia?
E então você me convidou para conhecer a cozinha e eu pensei "ufa ufa" que vou conhecer a cozinha de vidrotil preto. E foi bem como eu imaginava, mas sem as lindas panelas Le Creuset sobre as bocas do fogão. Sem a vista para a cidade, dos janelões. Sem o perfume da comida. Sem a hortinha no parapeito. Que linda aquela hortinha.
Os sofás confortáveis, os arranjos de orquídeas espalhados por toda a casa. E eu adoro flores. A que você me deu de aniversário ainda está no meu vaso mais bonito, bem no centro da sala. Uma salinha tão pequena que faz ressaltar ainda mais o bambu da sorte (ou é bambu imperial? eu costumo te perguntar).
Você teve de explicar a receita com detalhes pra eu acreditar que aqueles canapés todos você tinha preparado sozinha. E eu anotei cada um deles. E acreditei. Seu pai serviu um Gran Coronas tinto, espanhol, em taça de cristal, e eu bebi um gole ou outro porque ia dirigir depois. Você vem da cozinha com lindos suportes de canapés com esculturinhas de comer. E aí a comida é bonita. E a comida é gostosa. E eu adoro esse pacote que mistura os melhores sabores com um visual de botar reparo.
Primeiro, canapés de abobrinha com queijo de cabra e baby rúcula. Tem de grelhar na chapa bem quente as fatias fininhas de abobrinha, você ensinou. Se puder, use queijo holandês, que é mais firme, e fatie com descascador de legumes, sabe? Sei, mocinha. Sei. Para amarrar assim, use salsinhas depois de branqueadas. Esse processo chama branquear, água quente e depois água fria. Seca e amarra os rolinhos de abobrinha recheada.
Desacreditei.
E então as peras com presunto cru e mais baby rúcula. Depois as bruscchettas com brie e mel de trufas. Tá vendo aqui? É o mel de trufas, dá pra fazer só com mel, mas esse, com trufas, deixa mais gostoso. Deixa mesmo. Eu sei. E ufa que tenho o tal do mel de trufas em casa para imitar sem gastar mais.
Seu pai cuidou do prato principal, o penne com molho de tomate e pancetta picante, que estava mesmo incrível. E é coisa pra homem, parece. Eu não ia reconhecer a sua delicadeza ali.
Eu já não aguentava mais comer, verdade. E não gosto muito dessa sensação de estar estufada (e meu pai me ensinou "satisfeita"), à noite. Mas não resisti. E depois de me prometer pular a sobremesa você surge com aqueles figos recém-saídos da frigideira, servidos com mascarpone ("batido com açúcar e raspas de limão-siciliano, Lu"), regado delicadamente com uma redução de balsâmico com mel. E eu nem te agradeci como fiquei com vontade de agradecer. Mas está aqui. E, o que quero dizer, é que não vou esquecer. E gosto de cada detalhe. Mais ou menos como você faz na cozinha. Não esquece nenhum detalhe. Nenhum.
Florzinha,
faz tempo que estou te devendo um obrigada como você merece, eu sei. O jantar que você preparou com as suas próprias mãos me marcou de um jeito que fiquei travada para escrever. Acontece, às vezes, quando aparece uma coisa muito boa. Ou muito ruim. E a comida tem dessas coisas de mexer com os sentimentos, você sabe.
Confesso que fiquei impressionada com a casa, com a rua sem saída, cheia de árvores, com o caminho detalhado à perfeição. Depois, o labrador abanando o rabo no portão e eu um pouco tensa porque estava com meu vestido predileto. A moça que trabalha na sua casa gritava pela sua mãe enquanto eu esperava na porta. Sua mãe, esbelta, bem vestida e querida. Muito querida. Eu devia imaginar.
Teve a coisa do meu tio também, não nego. Essa coisa dos projetos dele terem sempre um tipo de calor que eu não sei bem explicar. Mas é como se a gente tivesse ligada, de alguma forma até familiar, naquele espaço. Depois, os irmãos gêmeos, a irmã mais nova, as histórias do quase ex-namorado. Eu estava com saudades, sabia?
E então você me convidou para conhecer a cozinha e eu pensei "ufa ufa" que vou conhecer a cozinha de vidrotil preto. E foi bem como eu imaginava, mas sem as lindas panelas Le Creuset sobre as bocas do fogão. Sem a vista para a cidade, dos janelões. Sem o perfume da comida. Sem a hortinha no parapeito. Que linda aquela hortinha.
Os sofás confortáveis, os arranjos de orquídeas espalhados por toda a casa. E eu adoro flores. A que você me deu de aniversário ainda está no meu vaso mais bonito, bem no centro da sala. Uma salinha tão pequena que faz ressaltar ainda mais o bambu da sorte (ou é bambu imperial? eu costumo te perguntar).
Você teve de explicar a receita com detalhes pra eu acreditar que aqueles canapés todos você tinha preparado sozinha. E eu anotei cada um deles. E acreditei. Seu pai serviu um Gran Coronas tinto, espanhol, em taça de cristal, e eu bebi um gole ou outro porque ia dirigir depois. Você vem da cozinha com lindos suportes de canapés com esculturinhas de comer. E aí a comida é bonita. E a comida é gostosa. E eu adoro esse pacote que mistura os melhores sabores com um visual de botar reparo.
Primeiro, canapés de abobrinha com queijo de cabra e baby rúcula. Tem de grelhar na chapa bem quente as fatias fininhas de abobrinha, você ensinou. Se puder, use queijo holandês, que é mais firme, e fatie com descascador de legumes, sabe? Sei, mocinha. Sei. Para amarrar assim, use salsinhas depois de branqueadas. Esse processo chama branquear, água quente e depois água fria. Seca e amarra os rolinhos de abobrinha recheada.
Desacreditei.
E então as peras com presunto cru e mais baby rúcula. Depois as bruscchettas com brie e mel de trufas. Tá vendo aqui? É o mel de trufas, dá pra fazer só com mel, mas esse, com trufas, deixa mais gostoso. Deixa mesmo. Eu sei. E ufa que tenho o tal do mel de trufas em casa para imitar sem gastar mais.
Seu pai cuidou do prato principal, o penne com molho de tomate e pancetta picante, que estava mesmo incrível. E é coisa pra homem, parece. Eu não ia reconhecer a sua delicadeza ali.
Eu já não aguentava mais comer, verdade. E não gosto muito dessa sensação de estar estufada (e meu pai me ensinou "satisfeita"), à noite. Mas não resisti. E depois de me prometer pular a sobremesa você surge com aqueles figos recém-saídos da frigideira, servidos com mascarpone ("batido com açúcar e raspas de limão-siciliano, Lu"), regado delicadamente com uma redução de balsâmico com mel. E eu nem te agradeci como fiquei com vontade de agradecer. Mas está aqui. E, o que quero dizer, é que não vou esquecer. E gosto de cada detalhe. Mais ou menos como você faz na cozinha. Não esquece nenhum detalhe. Nenhum.
sexta-feira, agosto 21
:: Carta aberta
Querido,
Confesso que me deu certo nervoso estar atrasada para o trabalho. Mais do que eu imaginava, porque tinha o trânsito das quintas-feiras de chuva que eu inventei de desconsiderar. Acho que foi aquela mistura de jazz com carinho e comidinha da alma. Eu chamo de comidinha da alma, você sabe. Aquela que preenche a gente até não faltar mais nada. Foi assim.
O pãozinho de entrada, que você deixou sobre a mesa de centro da sala para nos receber, esquentou desde o início. Estava frio, né? E aquele vento na janela com vista para as árvores de Higienópolis quase cantava. Lembra? Eu fiquei na dúvida do que tinha naquela pasta que a gente lambuzava o pão. No fundo, não sou muito boa pra descobrir ingredientes e isso até me entristece, vez ou outra. Mas ontem não. Ontem, depois que você contou o que era, eu pensei, nunca saberia descrever. O missô artesanal que trouxe lá da Liberdade com exclusividade, a salsinha picadinha até desaparecer, o bom azeite. Uma alegria.
Você sabe. Todo mundo que chegava comentava que o perfume da comida estava invadindo a área do elevador. Era quase como se estivesse nos convidando a entrar. E estava. Essa coisa de cheiro, sabe, pode perturbar os vizinhos, já pensou? Os vizinhos que colocam seus miojos na panela por três minutos e abrem aqueles saquinhos de tempero industrializado.
Ali na sua panela de pressão, que ele disse, cantava e não apitava ou qualquer outra coisa - e eu achei poético -, tinha um arroz integral. E depois vieram os detalhes do prato, enquanto você ficava na ponta dos pés, para alcançar o livro do Kikuchi na estante da sala para me mostrar aquele monte de coisa que ele escreve sobre a cura de tudo quanto é doença pela comida. Gostei daquela parte do furúnculo na face. Furúnculo na face, ele diz. E resolve com nirá, parece.
A receita, foi dele. Lá do Satori da Liberdade, onde você vai vez ou outra - e precisamos ir todos juntos um dia, não? Kikuchi ensinou e você fez maravilhosamente bem para os amigos aquele risoto de arroz integral, que fica por mais de 40 minutos no fogo baixo na panela de pressão, antes de acrescentar os cogumelos, que tanto gosto. Uma delícia. Não sei se vou arriscar por dois motivos: não tenho panela de pressão e até a menor boca do meu fogão faz um fogo mais alto do que o esperado, mesmo quando está no mínimo (ele disse que vai ver aqui a saída do gás, ele tem disso, sabe consertar as coisas e eu adoro).
Junto, aquela carne que desmanchou na boca, com cenoura e pimenta-biquinho. Já pensou na cor daquele prato? O marrom, o vermelho que chegava a brilhar, o laranja. Uma coisa. Na cozinha, improvisamos o lixo. Ele disse que sempre foi assim, improvisado. Tomei mais um copo d'água e voltei para o sofá e as conversinhas e o jazz. Um privilégio.
E você reaparece, quando o relógio já começa a me fazer me sentir mal (está certo isso? "me fazer me sentir mal"?), carregando aquela travessa com maçãs perfumadas e o regime, o relógio. Ai. E a descrição quase cruel: o bolo de tapioca (de saquinho e você até fez graça), a maçã da tarte tatin. E o relógio e o regime e todo mundo no segundo prato. Mas eu me levantei. E, pouco depois, o trânsito e o relógio e o trabalho e o trânsito.
Ainda assim, coloquei um disco de jazz com os antigos, com Bessie, com Django, com Louis e tentei esquecer. Porque, ali, naquele momento, eu só tinha que agradecer você por aquele almoço. E pelo carinho. Obrigada.
Querido,
Confesso que me deu certo nervoso estar atrasada para o trabalho. Mais do que eu imaginava, porque tinha o trânsito das quintas-feiras de chuva que eu inventei de desconsiderar. Acho que foi aquela mistura de jazz com carinho e comidinha da alma. Eu chamo de comidinha da alma, você sabe. Aquela que preenche a gente até não faltar mais nada. Foi assim.
O pãozinho de entrada, que você deixou sobre a mesa de centro da sala para nos receber, esquentou desde o início. Estava frio, né? E aquele vento na janela com vista para as árvores de Higienópolis quase cantava. Lembra? Eu fiquei na dúvida do que tinha naquela pasta que a gente lambuzava o pão. No fundo, não sou muito boa pra descobrir ingredientes e isso até me entristece, vez ou outra. Mas ontem não. Ontem, depois que você contou o que era, eu pensei, nunca saberia descrever. O missô artesanal que trouxe lá da Liberdade com exclusividade, a salsinha picadinha até desaparecer, o bom azeite. Uma alegria.
Você sabe. Todo mundo que chegava comentava que o perfume da comida estava invadindo a área do elevador. Era quase como se estivesse nos convidando a entrar. E estava. Essa coisa de cheiro, sabe, pode perturbar os vizinhos, já pensou? Os vizinhos que colocam seus miojos na panela por três minutos e abrem aqueles saquinhos de tempero industrializado.
Ali na sua panela de pressão, que ele disse, cantava e não apitava ou qualquer outra coisa - e eu achei poético -, tinha um arroz integral. E depois vieram os detalhes do prato, enquanto você ficava na ponta dos pés, para alcançar o livro do Kikuchi na estante da sala para me mostrar aquele monte de coisa que ele escreve sobre a cura de tudo quanto é doença pela comida. Gostei daquela parte do furúnculo na face. Furúnculo na face, ele diz. E resolve com nirá, parece.
A receita, foi dele. Lá do Satori da Liberdade, onde você vai vez ou outra - e precisamos ir todos juntos um dia, não? Kikuchi ensinou e você fez maravilhosamente bem para os amigos aquele risoto de arroz integral, que fica por mais de 40 minutos no fogo baixo na panela de pressão, antes de acrescentar os cogumelos, que tanto gosto. Uma delícia. Não sei se vou arriscar por dois motivos: não tenho panela de pressão e até a menor boca do meu fogão faz um fogo mais alto do que o esperado, mesmo quando está no mínimo (ele disse que vai ver aqui a saída do gás, ele tem disso, sabe consertar as coisas e eu adoro).
Junto, aquela carne que desmanchou na boca, com cenoura e pimenta-biquinho. Já pensou na cor daquele prato? O marrom, o vermelho que chegava a brilhar, o laranja. Uma coisa. Na cozinha, improvisamos o lixo. Ele disse que sempre foi assim, improvisado. Tomei mais um copo d'água e voltei para o sofá e as conversinhas e o jazz. Um privilégio.
E você reaparece, quando o relógio já começa a me fazer me sentir mal (está certo isso? "me fazer me sentir mal"?), carregando aquela travessa com maçãs perfumadas e o regime, o relógio. Ai. E a descrição quase cruel: o bolo de tapioca (de saquinho e você até fez graça), a maçã da tarte tatin. E o relógio e o regime e todo mundo no segundo prato. Mas eu me levantei. E, pouco depois, o trânsito e o relógio e o trabalho e o trânsito.
Ainda assim, coloquei um disco de jazz com os antigos, com Bessie, com Django, com Louis e tentei esquecer. Porque, ali, naquele momento, eu só tinha que agradecer você por aquele almoço. E pelo carinho. Obrigada.
:: Falas soltas
Fomos nós três ao Pasquale para jantar e falar da vida e abraçar e rir e matar um pouco das saudades. Lá pelas tantas, o garçom chegou perto e eu comecei assim:
- Uma Pepsi light, por favor? (habitué do Pasquale, feliz da vida com a ausência total de cigarro, confesso, já sabia que lá é Pepsi)
- Uma Coca, por favor?
- Só tem Pepsi, pode ser?
- Pode.
E a terceira, em cima:
- Ah! Também quero uma Coca.
Fomos nós três ao Pasquale para jantar e falar da vida e abraçar e rir e matar um pouco das saudades. Lá pelas tantas, o garçom chegou perto e eu comecei assim:
- Uma Pepsi light, por favor? (habitué do Pasquale, feliz da vida com a ausência total de cigarro, confesso, já sabia que lá é Pepsi)
- Uma Coca, por favor?
- Só tem Pepsi, pode ser?
- Pode.
E a terceira, em cima:
- Ah! Também quero uma Coca.
quarta-feira, agosto 19
:: Tudo junto
De um lado da mesa, ovo caipira mexido e quentinho, para garfadas entre um parágrafo e outro da autobiografia de Billie Holiday, que me deixa cada dia mais impressionada. Numa passagem, ela fala sobre a música de Pablo Casals e eu quase não acredito. Enquanto isso, Peggy Lee canta "Summertime" numa versão que entra dentro da gente e parece mentira. Logo depois, último gole de Coca Light com gelo (pensando num licor de chocolate). Escova de dente. Vida real.
De um lado da mesa, ovo caipira mexido e quentinho, para garfadas entre um parágrafo e outro da autobiografia de Billie Holiday, que me deixa cada dia mais impressionada. Numa passagem, ela fala sobre a música de Pablo Casals e eu quase não acredito. Enquanto isso, Peggy Lee canta "Summertime" numa versão que entra dentro da gente e parece mentira. Logo depois, último gole de Coca Light com gelo (pensando num licor de chocolate). Escova de dente. Vida real.
terça-feira, agosto 18
:: Em busca do phino
E então eu comecei a colaborar pro Em Busca do Phino. Aviso: eu encarno uma personagem. Uma personagem igualzinha a mim. Rá rá.
Hoje tem post novo. Mas eu prefiro o primeiro, de estreia.
Lá tem textos como esse do Rafa, que é um dos meus prediletos e começa assim:
"Era sexta-feira e minha amiga La-Pan, chinesa, estava arrasada em Berlim. Eu tentava consolá-la, mas não havia jeito. Ela estava muito triste por ter sido mal tratada por uma senhora alemã, para quem havia pedido uma informação. Furiosa, me contava ela, começou a xingar a velha no meio da rua: “Fuck me, fuck me!” Então que a rua toda começou a rir da cara da pobre orientalzinha.
Tadinha, trocou o “you” pelo “me” e deu naquilo. Eu, na verdade, estava chateado com a situação porque ninguém tentou comer a chinesinha. Se por acaso um dia eu saísse na rua e começasse a gritar “fuck me” e ninguém viesse tirar uma casquinha do meu corpo, seria a MÓÓÓRRRRTE. Principalmente se fosse em Berlim, a cidade dos fetiches."
E então eu comecei a colaborar pro Em Busca do Phino. Aviso: eu encarno uma personagem. Uma personagem igualzinha a mim. Rá rá.
Hoje tem post novo. Mas eu prefiro o primeiro, de estreia.
Lá tem textos como esse do Rafa, que é um dos meus prediletos e começa assim:
"Era sexta-feira e minha amiga La-Pan, chinesa, estava arrasada em Berlim. Eu tentava consolá-la, mas não havia jeito. Ela estava muito triste por ter sido mal tratada por uma senhora alemã, para quem havia pedido uma informação. Furiosa, me contava ela, começou a xingar a velha no meio da rua: “Fuck me, fuck me!” Então que a rua toda começou a rir da cara da pobre orientalzinha.
Tadinha, trocou o “you” pelo “me” e deu naquilo. Eu, na verdade, estava chateado com a situação porque ninguém tentou comer a chinesinha. Se por acaso um dia eu saísse na rua e começasse a gritar “fuck me” e ninguém viesse tirar uma casquinha do meu corpo, seria a MÓÓÓRRRRTE. Principalmente se fosse em Berlim, a cidade dos fetiches."
domingo, agosto 16
quinta-feira, agosto 13
:: Registros do cotidiano
Tem uma matéria muito tragicômica no Cotidiano de hoje. "Minha vida virou um inferno" é a manchete. Lá pelas tantas, tem a aspas do analista de sistema Marcelo Taboada bem assim: "Está mudando tudo na minha vida. Não posso mais fumar, não posso andar de fretado, não posso dirigir deopis de beber um copinho e ainda por cima o Corinthians perdendo. Só falta agora pegar a gripe suína".
Tem uma matéria muito tragicômica no Cotidiano de hoje. "Minha vida virou um inferno" é a manchete. Lá pelas tantas, tem a aspas do analista de sistema Marcelo Taboada bem assim: "Está mudando tudo na minha vida. Não posso mais fumar, não posso andar de fretado, não posso dirigir deopis de beber um copinho e ainda por cima o Corinthians perdendo. Só falta agora pegar a gripe suína".
quarta-feira, agosto 12
:: Outra corrente
O Rô ouviu em algum lugar e escreveu no Facebook e eu li no Facebook e escrevi aqui. Acho que preciso de um twitter a-go-ra.
"Cara, ouvi uma frase fantástica: 42 mil pessoas no mundo com gripe suina e todo mundo quer usar máscara; 36 milhões de infectados com o vírus HIV e ninguém quer usar camisinha"
O Rô ouviu em algum lugar e escreveu no Facebook e eu li no Facebook e escrevi aqui. Acho que preciso de um twitter a-go-ra.
"Cara, ouvi uma frase fantástica: 42 mil pessoas no mundo com gripe suina e todo mundo quer usar máscara; 36 milhões de infectados com o vírus HIV e ninguém quer usar camisinha"
terça-feira, agosto 11
sexta-feira, agosto 7
quinta-feira, agosto 6
:: Tensão pré-cozinha
Faz meses que fico falando pro papai que quero preparar uma receita especial pra ele, pra gente tomar junto com o delicioso Cheval des Andes, da Terrazas, que eu trouxe lá de Mendoza e encostei no fundo do armário. Mas agora faltam dois dias pro tal do ovo e eu praticamente travei. Fui fuçar primeiro a receita do purê de cara do Alex Atala, no Escoffianas Brasileiras. Anotei lista de ingredientes e fiz um telefonema:
- Pá... Eu não vou ter como fazer o pré-preparo de uma parte da receita porque exige muito tempo e eu tenho plantão até meia-noite no sábado (se não tiver catástrofe)...
E ele ficou de deixar tudo encaminhado pra quando eu chegar, no domingo. Eba eba.
Depois, fiz a lista da farofinha que vai sobre o ovo. E eu tenho de comprar ovos caipiras, salsinha e alho. Ufa que já tenho a flor-de-sal e o azeite de trufa, senão ia falir e já gastei horrores com as pantufas personalizadas que vou dar de presente (R$ 13, em seis vezes, lembra?).
Enfim, um ou dois exercícios de respiração e Caetano no ar, acho que melhora. Espero.
Faz meses que fico falando pro papai que quero preparar uma receita especial pra ele, pra gente tomar junto com o delicioso Cheval des Andes, da Terrazas, que eu trouxe lá de Mendoza e encostei no fundo do armário. Mas agora faltam dois dias pro tal do ovo e eu praticamente travei. Fui fuçar primeiro a receita do purê de cara do Alex Atala, no Escoffianas Brasileiras. Anotei lista de ingredientes e fiz um telefonema:
- Pá... Eu não vou ter como fazer o pré-preparo de uma parte da receita porque exige muito tempo e eu tenho plantão até meia-noite no sábado (se não tiver catástrofe)...
E ele ficou de deixar tudo encaminhado pra quando eu chegar, no domingo. Eba eba.
Depois, fiz a lista da farofinha que vai sobre o ovo. E eu tenho de comprar ovos caipiras, salsinha e alho. Ufa que já tenho a flor-de-sal e o azeite de trufa, senão ia falir e já gastei horrores com as pantufas personalizadas que vou dar de presente (R$ 13, em seis vezes, lembra?).
Enfim, um ou dois exercícios de respiração e Caetano no ar, acho que melhora. Espero.
quarta-feira, agosto 5
:: Profissão escrever
Eu gosto dessa coisa de envolver as pessoas com as palavras e com os perfumes da cozinha na imaginação. Na minha vida sempre tem disso. E então, nas últimas semanas, amigos queridos ligaram para dizer que se acabaram nos brigadeiros e nos suflês e eu senti minha missão mais que cumprida.
Eu gosto dessa coisa de envolver as pessoas com as palavras e com os perfumes da cozinha na imaginação. Na minha vida sempre tem disso. E então, nas últimas semanas, amigos queridos ligaram para dizer que se acabaram nos brigadeiros e nos suflês e eu senti minha missão mais que cumprida.
:: Vem com o vento
Vez ou outra ela escreve. Vez ou outra sou eu. Me intriga, até. A gente passa dias, semanas, meses sem se falar. Mas ela lê meu blog-de-nome-horrível religiosamente enquanto eu bato ponto no Táxi Amarelo, no Oh Darling 1, no Oh Darling 2. É como se a gente tivesse ligada de alguma forma constantemente.
E então hoje ela mandou foto da Pina, a persa dela que namorava o Fellini, o meu persa. E os dois se jogaram pela janela, uma tragédia, mas dizem que foi por amor. A gente faz que acredita pra disfarçar a dor. E às vezes até funciona.
E tem uma ligação musical, que só a gente entende, mas não sabe explicar. Aí hoje, pensando nisso tudo depois de um dia de cão no jornal e de um banho beeeem demorado, fiquei imaginando o que eu gravaria pra ela se fosse fazer um disco a-go-ra. No mínimo, "Tete A Claques", com Chiara Mastroianni & Benjamin Biolay.
Depois, poderíamos passar horas no sofá bebendo vinho e falando de NY sem parar. E sobre as histórias de amor.
Vez ou outra ela escreve. Vez ou outra sou eu. Me intriga, até. A gente passa dias, semanas, meses sem se falar. Mas ela lê meu blog-de-nome-horrível religiosamente enquanto eu bato ponto no Táxi Amarelo, no Oh Darling 1, no Oh Darling 2. É como se a gente tivesse ligada de alguma forma constantemente.
E então hoje ela mandou foto da Pina, a persa dela que namorava o Fellini, o meu persa. E os dois se jogaram pela janela, uma tragédia, mas dizem que foi por amor. A gente faz que acredita pra disfarçar a dor. E às vezes até funciona.
E tem uma ligação musical, que só a gente entende, mas não sabe explicar. Aí hoje, pensando nisso tudo depois de um dia de cão no jornal e de um banho beeeem demorado, fiquei imaginando o que eu gravaria pra ela se fosse fazer um disco a-go-ra. No mínimo, "Tete A Claques", com Chiara Mastroianni & Benjamin Biolay.
Depois, poderíamos passar horas no sofá bebendo vinho e falando de NY sem parar. E sobre as histórias de amor.
segunda-feira, agosto 3
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