:: Das manhãs que a gente escolhe
Eu não escolhi levantar cedo, mas, agora, passada a irritação, sinto que foi bom o telefone ter me acordado antes do despertador. Ontem forcei as pálpebras o quanto pude para ler. Acabei, enfim, o "Lady Sings the Blues", da Billie Holiday. Tenho essa mania de enrolar nas últimas páginas de livros que gosto muito, já disse isso uma ou duas vezes nas minhas anotações. Acabou mais triste do que eu imaginava, verdade. Mas é uma tristeza misturada com alegria. Cantar assim, de sentir, não é coisa à-toa. Ela diz muito isso, que canta o que sente. Por isso que sai daquele jeito. No posfácio, Ruy Castro diz que ela morreu de enfarte, heroína e emoções em excesso e quase me fez chorar, de tanto que mistura essa coisa do trágico-lindo. Existe isso?
Hoje, pela manhã, nesta manhã que até tem raios de sol tentando entrar na minicasa que tanto gosto, acordei antes do que eu queria. Mas então, passada a irritação, teve ovinhos caipiras mexidos com pão de linhaça feito na chapa com manteiga aviação. Devo pular o almoço. Nesta manhã, teve o jornal e os discos. Acordei com vontade de ouvir Lady e, enfim, passei os discos dela que trouxe de Londres para o computador e, depois, para o iPod. Se tudo der certo, devo ouvir uma canção ou outra no meio da tarde, na hora da pausa para o chá, se houver. Fiz o mesmo com os quatro discos que trouxe da Anita O'Day, que são lindos, de matar os corações. Enquanto isso, ele está fazendo o mesmo com uma colação do Dave Brubeck, a "Time Was", que trouxe da mesma cidade onde pretendo morar.
E então, depois de todo o ritual, que adoro inventar, está na hora de um banho lento para ir, em seguida, para o jornal e ter um bom dia de trabalho. Estou pronta.
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