:: Mulheres do jazz
Tem um monte de coisa para escrever. Sempre é assim porque reparo com muito cuidado nos detalhes. De qualquer coisa. Tem um monte de coisa para registrar, como termos feito maquiagem, delicadérrima, com o gay que produz as drag queens da Parada Gay, que eu cheguei com a noiva no meu automóvel e senti um nervoso que nunca tinha experimentado _é pior que dirigir com grávida ou com criança pequena_, que o pôr-do-sol, lá do topo da cidade, estava deslumbrante. Mas o que importa mesmo é que eles entraram com Etta James. Etta James. E, claro, vão ser muito felizes.
segunda-feira, julho 26
:: Registros de viagem
Papai passou uns dias fora. De lá daquela terra onde fiz minha primeira viagem sozinha, de mochilão, de norte a sul. Uma terra que chamam de Chile. De lá, mandava recadinhos como pequenos filmes de pequenos momentos. Os pequenos momentos que a gente não esquece. Tenho precisado disso. Deixar de lado os grandes momentos e abrir espaço para pequenos acontecimentos.
Bem, contou do dia em que o carro amanheceu coberto de gelo, descreveu o nascer do sol do outro lado do lago. A vista para o Osorno. Contou do dia em que subiu no vulcão até encontrar neve. Na volta, disse, parou num canto para tomar pisco e camarones.
Teve um dia que escreveu mais à noite. Havia ido a um concerto de cello, de uma solista inglesa, num teatro que foi construído dentro do lago llanquille. Falou também do pôr-do-sol, do céu rosado, do vulcão ao fundo. Do dia em que foi jantar no Astrid & Gaston. Você conhece, filha? É incrível. Conheço, pai. É mesmo incrível.
Passou um tempo, me pediu conselho. Veja só, o que eu sugeria além de ceroulas, cachecol, meias de lã, gorro, sapatos forrados, pisco e vinho. Sugeri que voltasse. Porque, ele sabe, não gosto de sentir saudade. Até hoje não aprendi. Passou mais uns dias e ele voltou.
Preparou a mesa do café da manhã com louças campestres e taças para o suco de laranja natural. Era manhã e a casa estava toda ensolarada. E então ele foi até o fogão fazer “ovos revueltos”, enquanto os pães esquentavam. Como quando éramos pequenas. Até hoje é assim. Os melhores ovos mexidos. Vai ser sempre assim.
Papai passou uns dias fora. De lá daquela terra onde fiz minha primeira viagem sozinha, de mochilão, de norte a sul. Uma terra que chamam de Chile. De lá, mandava recadinhos como pequenos filmes de pequenos momentos. Os pequenos momentos que a gente não esquece. Tenho precisado disso. Deixar de lado os grandes momentos e abrir espaço para pequenos acontecimentos.
Bem, contou do dia em que o carro amanheceu coberto de gelo, descreveu o nascer do sol do outro lado do lago. A vista para o Osorno. Contou do dia em que subiu no vulcão até encontrar neve. Na volta, disse, parou num canto para tomar pisco e camarones.
Teve um dia que escreveu mais à noite. Havia ido a um concerto de cello, de uma solista inglesa, num teatro que foi construído dentro do lago llanquille. Falou também do pôr-do-sol, do céu rosado, do vulcão ao fundo. Do dia em que foi jantar no Astrid & Gaston. Você conhece, filha? É incrível. Conheço, pai. É mesmo incrível.
Passou um tempo, me pediu conselho. Veja só, o que eu sugeria além de ceroulas, cachecol, meias de lã, gorro, sapatos forrados, pisco e vinho. Sugeri que voltasse. Porque, ele sabe, não gosto de sentir saudade. Até hoje não aprendi. Passou mais uns dias e ele voltou.
Preparou a mesa do café da manhã com louças campestres e taças para o suco de laranja natural. Era manhã e a casa estava toda ensolarada. E então ele foi até o fogão fazer “ovos revueltos”, enquanto os pães esquentavam. Como quando éramos pequenas. Até hoje é assim. Os melhores ovos mexidos. Vai ser sempre assim.
quinta-feira, julho 22
:: Caderno de notas
Ela escreveu pela manhã para contar que sonhou comigo. Você me dava de presente uma caixa de brigadeiros da Maria Brigadeiro, disse.
Já minha aborinha, minha inspiração, perguntou se ela pode plantar uma minirrucula. Eu posso até botar minhoca, disse. Mas a minhoca não come rúcula? Se ela comer minha rúcula eu vou ficar deveras puta.
Ela escreveu pela manhã para contar que sonhou comigo. Você me dava de presente uma caixa de brigadeiros da Maria Brigadeiro, disse.
Já minha aborinha, minha inspiração, perguntou se ela pode plantar uma minirrucula. Eu posso até botar minhoca, disse. Mas a minhoca não come rúcula? Se ela comer minha rúcula eu vou ficar deveras puta.
quarta-feira, julho 21
:: As imagens que moram na cabeça dele
Ele disse que tem imagens que moram em sua cabeça. As coisas que viram pó. As coisas duplas, paralelas. As casas que lembram barcos ou os barcos em formas de casas. Um navio tranquilamente navegando pelo céu. A gente vendo só o casco indo embora, ele diz. Depois, muito aos poucos, sem me deixar perceber, me fez falar de coisas que gosto de ficar pensando. Falei daquela rede da casa antiga da praia, ali no deque, perto das plantas. A rede de ler e balançar e cochilar e namorar e contar histórias e estrelas.
- Mas não existe mais, depois da reforma.
- Por que não tem mais?
- Não tem mais o deque que corta a casa. A família cresceu, a casa cresceu.
- Mas rede não precisa só de gancho?
- Mas ão adianta. Eram ganchos presos em paredes. Paredes que nao existem mais....
- Não tem outras paredes?
- Agora são paredes distantes. Agora temos espaço amplo e não entrecortado por redes ou paredes.
- Mas rede não precisa ficar em paredes paralelas. Já vi paredes perpendiculares.
- Mas agora os cantos todos são tomados por janelas...
- Ah, janelas são importantes também.
- São janelas enormes. Para entrar bastante sol. E levar toda a tristeza, se houver. Quando houver.
Ele disse que tem imagens que moram em sua cabeça. As coisas que viram pó. As coisas duplas, paralelas. As casas que lembram barcos ou os barcos em formas de casas. Um navio tranquilamente navegando pelo céu. A gente vendo só o casco indo embora, ele diz. Depois, muito aos poucos, sem me deixar perceber, me fez falar de coisas que gosto de ficar pensando. Falei daquela rede da casa antiga da praia, ali no deque, perto das plantas. A rede de ler e balançar e cochilar e namorar e contar histórias e estrelas.
- Mas não existe mais, depois da reforma.
- Por que não tem mais?
- Não tem mais o deque que corta a casa. A família cresceu, a casa cresceu.
- Mas rede não precisa só de gancho?
- Mas ão adianta. Eram ganchos presos em paredes. Paredes que nao existem mais....
- Não tem outras paredes?
- Agora são paredes distantes. Agora temos espaço amplo e não entrecortado por redes ou paredes.
- Mas rede não precisa ficar em paredes paralelas. Já vi paredes perpendiculares.
- Mas agora os cantos todos são tomados por janelas...
- Ah, janelas são importantes também.
- São janelas enormes. Para entrar bastante sol. E levar toda a tristeza, se houver. Quando houver.
:: Travesseiro
Quando penso no Itamar Assumpção e suas letras e seu timbre de voz e sua forma tão intensa de cantar, me dá certa irritação o fato de eu ter me deixado levar por comentários alheios e desistido do nome oficial do meu gato: I-ta-mar. Mas, então, quando lembro que ele se chama Moacir, vou ouvir Coisas (de todos os números) e logo depois me vem um depoimento (decisivo) do Wynton Marsalis, até esqueço do começo de tudo.
"Moacir Santos was nothing less than the Duke Ellington of South America".
Quando penso no Itamar Assumpção e suas letras e seu timbre de voz e sua forma tão intensa de cantar, me dá certa irritação o fato de eu ter me deixado levar por comentários alheios e desistido do nome oficial do meu gato: I-ta-mar. Mas, então, quando lembro que ele se chama Moacir, vou ouvir Coisas (de todos os números) e logo depois me vem um depoimento (decisivo) do Wynton Marsalis, até esqueço do começo de tudo.
"Moacir Santos was nothing less than the Duke Ellington of South America".
terça-feira, julho 20
:: A carência
É. Tenho um pouco de aflição de gente muito carente. Mas sabe que esses dias tenho conversado muito com meu gato. Estranho, hein? Bem, hoje estava pensando nisso, à mesa, enquanto esperava meu PF no Bar do Biu, que tanto gosto, aqui na esquina de casa. Uma menina entrou. De todas as mesas, vazias, escolheu uma bem do meu lado. Pois bem. Pediu uma H2O. Eu lia jornal e aproveitava a fresta de sol que entrava pela janela. E então:
- Você come sempre aqui?
- Não, mas já comi muitas vezes.
- A comida é boa?
- Eu gosto. É caseira. Esse aí que te atendeu é o filho da baiana que fica na cozinha. Ela veio do interior da Bahia e faz comidinhas bem caseiras.
- Ah, que bom. Estou aqui do lado, sabe, no hospital, com uma amiga minha que está fazendo uma operação e não conheço bem aqui.
Tá. Minha comida chegou. Peguei uma colher pequena de cada coisa e pedi pra embrulhar o resto. Comi. Paguei a conta. E fui. Levantei e "bom almoço". "Ah, obrigada". Depois pensei, puxa, ainda bem que tenho um gato.
É. Tenho um pouco de aflição de gente muito carente. Mas sabe que esses dias tenho conversado muito com meu gato. Estranho, hein? Bem, hoje estava pensando nisso, à mesa, enquanto esperava meu PF no Bar do Biu, que tanto gosto, aqui na esquina de casa. Uma menina entrou. De todas as mesas, vazias, escolheu uma bem do meu lado. Pois bem. Pediu uma H2O. Eu lia jornal e aproveitava a fresta de sol que entrava pela janela. E então:
- Você come sempre aqui?
- Não, mas já comi muitas vezes.
- A comida é boa?
- Eu gosto. É caseira. Esse aí que te atendeu é o filho da baiana que fica na cozinha. Ela veio do interior da Bahia e faz comidinhas bem caseiras.
- Ah, que bom. Estou aqui do lado, sabe, no hospital, com uma amiga minha que está fazendo uma operação e não conheço bem aqui.
Tá. Minha comida chegou. Peguei uma colher pequena de cada coisa e pedi pra embrulhar o resto. Comi. Paguei a conta. E fui. Levantei e "bom almoço". "Ah, obrigada". Depois pensei, puxa, ainda bem que tenho um gato.
segunda-feira, julho 19
domingo, julho 18
sexta-feira, julho 16
:: Pequenas histórias
Escolhi um disco de música clássica bem elegante para escrever sobre aquela mulher ali ao lado, uma ou duas cadeiras adiante, à minha esquerda. Ela traz algum romantismo para esse voo esquisito, que atrasou horas, mudou de portão, mudou até o número e, céus, mudou o próprio avião. Uma bagunça.
Ficamos parados no solo uma hora ou mais, depois de ter os nervos atiçados ali na sala de embarque poucos minutos antes. Tivemos até de abrir os chocolates que levávamos de presente do free shop quando a fome bateu. Pior: o o sol deixou o ambiente abafado e o ar-condicionado permanecia desligado. Cirou-se uma sauna que fez surgir, em poucos minutos, odores desagradáveis no ar.
Mas aquela senhora realmente traz algo de especial para esse momento deselegante. Camisa branca para dentro da calça, alinhadíssima, cabelo curto muito bem arrumado, uma malha de cashmiere rosa claro sobre os ombros. Certamente está usando algum perfume francês _e deve ser o mesmo que usa há anos, anos.
Divido minha atenção basicamente entre duas coisas aqui neste voo tão comprido. Reparo nos seus movimentos e, vez ou outra, paro um pouco para ler. Ela lê bastante também. Usa uns óculos finíssimos para leitura, com aro grosso, de muita personalidade. Mas não perde a delicadeza do rosto, que ainda não foi tomado por rugas. Mas suas mãos não escondem. Já tem certa idade.
Ela dormiu pouco. Tratou de usar parte de seu tempo para escrever. Virou o menu do jantar do lado do avesso e teve, assim, um papel quase inteiro em branco. Está com o dedo indicador da mão direita machucado, protegido por um curativo. E não é canhota. Mas parece que não se importa.
A caneta desliza pelo papel e algo ali me faz lembrar de Virginia Woolf. Por isso que de repente me desliguei do desconforto dessa poltrona e da vontade de chegar em casa. Porque realmente alguma coisa nela me lembra Virginia Woolf. E então posso lembrar de Miss Daloway e das flores e tudo parece caminhar melhor.
O meu vizinho da volta é um senhor gentil, careca, de óculos e também gosta de ler, pelo que percebi. Mas agora está entretido com o xadrez, que joga pela tela individual que temos aqui nessa classe de luxo. Mas, confesso, ele ainda não escovou os dentes e o mal-cheiro atinge o meu lado da cama de tempos em tempos.
Na verdade, não sei o que é menos pior, um senhor gentil e sorridente, mas sem exageros, que cedeu seu azeite de oliva extravirgem para que eu pudesse deixar meus camarões mais apetitosos, mas que delicadamente elimina gases enquanto dorme ou o almofadinha que veio ao meu lado na vinda, cheio de rituais, antipático, mas cheirosinho.
Escolhi um disco de música clássica bem elegante para escrever sobre aquela mulher ali ao lado, uma ou duas cadeiras adiante, à minha esquerda. Ela traz algum romantismo para esse voo esquisito, que atrasou horas, mudou de portão, mudou até o número e, céus, mudou o próprio avião. Uma bagunça.
Ficamos parados no solo uma hora ou mais, depois de ter os nervos atiçados ali na sala de embarque poucos minutos antes. Tivemos até de abrir os chocolates que levávamos de presente do free shop quando a fome bateu. Pior: o o sol deixou o ambiente abafado e o ar-condicionado permanecia desligado. Cirou-se uma sauna que fez surgir, em poucos minutos, odores desagradáveis no ar.
Mas aquela senhora realmente traz algo de especial para esse momento deselegante. Camisa branca para dentro da calça, alinhadíssima, cabelo curto muito bem arrumado, uma malha de cashmiere rosa claro sobre os ombros. Certamente está usando algum perfume francês _e deve ser o mesmo que usa há anos, anos.
Divido minha atenção basicamente entre duas coisas aqui neste voo tão comprido. Reparo nos seus movimentos e, vez ou outra, paro um pouco para ler. Ela lê bastante também. Usa uns óculos finíssimos para leitura, com aro grosso, de muita personalidade. Mas não perde a delicadeza do rosto, que ainda não foi tomado por rugas. Mas suas mãos não escondem. Já tem certa idade.
Ela dormiu pouco. Tratou de usar parte de seu tempo para escrever. Virou o menu do jantar do lado do avesso e teve, assim, um papel quase inteiro em branco. Está com o dedo indicador da mão direita machucado, protegido por um curativo. E não é canhota. Mas parece que não se importa.
A caneta desliza pelo papel e algo ali me faz lembrar de Virginia Woolf. Por isso que de repente me desliguei do desconforto dessa poltrona e da vontade de chegar em casa. Porque realmente alguma coisa nela me lembra Virginia Woolf. E então posso lembrar de Miss Daloway e das flores e tudo parece caminhar melhor.
O meu vizinho da volta é um senhor gentil, careca, de óculos e também gosta de ler, pelo que percebi. Mas agora está entretido com o xadrez, que joga pela tela individual que temos aqui nessa classe de luxo. Mas, confesso, ele ainda não escovou os dentes e o mal-cheiro atinge o meu lado da cama de tempos em tempos.
Na verdade, não sei o que é menos pior, um senhor gentil e sorridente, mas sem exageros, que cedeu seu azeite de oliva extravirgem para que eu pudesse deixar meus camarões mais apetitosos, mas que delicadamente elimina gases enquanto dorme ou o almofadinha que veio ao meu lado na vinda, cheio de rituais, antipático, mas cheirosinho.
sexta-feira, julho 9
:: Caras e nomes
Teve um dia que já era tarde. Ela tinha se apaixonado por ela. Então elas compraram sofá, ficaram de meia na sala e resolveram ter um gato. Passou um tempo. Elas ainda nem têm o gato, mas o bicho já foi batizado e tudo. Assim, olha: Pauly Pycles. Com "y" e "y" porque ela fala mesmo nessa língua. Essa língua do "y". E eu amo. Ela saby!
Teve um dia que já era tarde. Ela tinha se apaixonado por ela. Então elas compraram sofá, ficaram de meia na sala e resolveram ter um gato. Passou um tempo. Elas ainda nem têm o gato, mas o bicho já foi batizado e tudo. Assim, olha: Pauly Pycles. Com "y" e "y" porque ela fala mesmo nessa língua. Essa língua do "y". E eu amo. Ela saby!
:: Balanços
Será que a vida do meu gato é monótona? Ele me parece feliz, mas pensa, tem apenas quatro diversões para um dia inteiro. E são as mesmas do outro dia. E do outro. E do outro.
- O rato branco e vermelho que ele ama como se fosse um gato. Assim, como ele é pra mim.
- A bolinha colorida, que ele corre atrás até escorregar para debaixo da cama. Mas isso é diversão também (a diversão 2B). Ele vai embaixo da cama, tira a bolinha e segue a brincadeira.
- O meu pé de café. Ele coloca as patinhas em cima do vaso que tanto amo até alcançar uma folhinha. Depois volta pro chão e, de olhar fixo, dá um pulinho (que me diverte também) e arranca a folhinha. Mas não destrói. É algo delicado, como ensinei.
- Me acordar todos os dias pela manhã. Ensinei acordar cedo por conta das aulas de bike. Saía bem cedinho. Mas, aí, num dia de preguiça, ele acorda na mesma hora ingrata e não sossega enquanto não me tira da cama. (aliás, por isso que estou aqui hoje, escrevendo esse monte de bobagem).
Será que a vida do meu gato é monótona? Ele me parece feliz, mas pensa, tem apenas quatro diversões para um dia inteiro. E são as mesmas do outro dia. E do outro. E do outro.
- O rato branco e vermelho que ele ama como se fosse um gato. Assim, como ele é pra mim.
- A bolinha colorida, que ele corre atrás até escorregar para debaixo da cama. Mas isso é diversão também (a diversão 2B). Ele vai embaixo da cama, tira a bolinha e segue a brincadeira.
- O meu pé de café. Ele coloca as patinhas em cima do vaso que tanto amo até alcançar uma folhinha. Depois volta pro chão e, de olhar fixo, dá um pulinho (que me diverte também) e arranca a folhinha. Mas não destrói. É algo delicado, como ensinei.
- Me acordar todos os dias pela manhã. Ensinei acordar cedo por conta das aulas de bike. Saía bem cedinho. Mas, aí, num dia de preguiça, ele acorda na mesma hora ingrata e não sossega enquanto não me tira da cama. (aliás, por isso que estou aqui hoje, escrevendo esse monte de bobagem).
:: Receitas do coração
Outro dia ela mandou a receita que tive a honra de provar num jantar desses que a gente não esquece. Esse, que pena eu penso, lembro pelo bem e pelo mal. Era o começo do fim. Por isso agora vou tirar aquela panela de macarrão do armário para preparar tudo de novo em momentos novos, momentos de alegria. Pensa: mascarpone, presunto cru e aspargos.
Ela diz até quando devemos ferver a água do macarrão e explica porque trocou o pappardelle pelo talharim. Achou a massa grosseira para o molho, delicado. E também porque ela é delicada. Tem isso principalmente. Eu sei.
Depois ainda me pediu para tirar foto do prato. Não disse, mas tenho certo problema com isso. Até que minhas receitas ficam gostosas, mas gostosas e bonitas não é querer muito? Papai me ensinou desde cedo que devemos preparar pratos bonitos. Por isso em casa ele sempre faz questão de servir um por um e organizar isso aqui e aquilo ali ao lado e uma folhinha verde e fresca da horta. Será que meu problema é a horta?
Outro dia ela mandou a receita que tive a honra de provar num jantar desses que a gente não esquece. Esse, que pena eu penso, lembro pelo bem e pelo mal. Era o começo do fim. Por isso agora vou tirar aquela panela de macarrão do armário para preparar tudo de novo em momentos novos, momentos de alegria. Pensa: mascarpone, presunto cru e aspargos.
Ela diz até quando devemos ferver a água do macarrão e explica porque trocou o pappardelle pelo talharim. Achou a massa grosseira para o molho, delicado. E também porque ela é delicada. Tem isso principalmente. Eu sei.
Depois ainda me pediu para tirar foto do prato. Não disse, mas tenho certo problema com isso. Até que minhas receitas ficam gostosas, mas gostosas e bonitas não é querer muito? Papai me ensinou desde cedo que devemos preparar pratos bonitos. Por isso em casa ele sempre faz questão de servir um por um e organizar isso aqui e aquilo ali ao lado e uma folhinha verde e fresca da horta. Será que meu problema é a horta?
:: Pequenas alegrias
Ele manda e-mail pela manhã (ou será que foi tarde da noite?) com uma música anexada. Escreve umas palavras assim: "um bom analgésico. um pouco triste, mas bastante intrigante". E ele sempre acerta. Já disse pra ele. Acerta nas palavras. Acerta nas músicas. E assim me dá pequenas alegrias ao longo dos dias.
Ele manda e-mail pela manhã (ou será que foi tarde da noite?) com uma música anexada. Escreve umas palavras assim: "um bom analgésico. um pouco triste, mas bastante intrigante". E ele sempre acerta. Já disse pra ele. Acerta nas palavras. Acerta nas músicas. E assim me dá pequenas alegrias ao longo dos dias.
quinta-feira, julho 8
quinta-feira, julho 1
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