terça-feira, julho 20

:: A carência

É. Tenho um pouco de aflição de gente muito carente. Mas sabe que esses dias tenho conversado muito com meu gato. Estranho, hein? Bem, hoje estava pensando nisso, à mesa, enquanto esperava meu PF no Bar do Biu, que tanto gosto, aqui na esquina de casa. Uma menina entrou. De todas as mesas, vazias, escolheu uma bem do meu lado. Pois bem. Pediu uma H2O. Eu lia jornal e aproveitava a fresta de sol que entrava pela janela. E então:

- Você come sempre aqui?
- Não, mas já comi muitas vezes.
- A comida é boa?
- Eu gosto. É caseira. Esse aí que te atendeu é o filho da baiana que fica na cozinha. Ela veio do interior da Bahia e faz comidinhas bem caseiras.
- Ah, que bom. Estou aqui do lado, sabe, no hospital, com uma amiga minha que está fazendo uma operação e não conheço bem aqui.


Tá. Minha comida chegou. Peguei uma colher pequena de cada coisa e pedi pra embrulhar o resto. Comi. Paguei a conta. E fui. Levantei e "bom almoço". "Ah, obrigada". Depois pensei, puxa, ainda bem que tenho um gato.

Um comentário:

ian.press comunicação disse...

Os carentes me irritam um pouco. Também tenho uma gata. E prefiro conversar com ela do que com qualquer um que sentar ao meu lado na hora do almoço. Ou pior, ter que procurar alguém pra sentar perto e puxar papo!