:: Estudos
Talvez eu queria estudar a fome no nazismo, como arma de guerra. Tenho pensado muito nisso.
terça-feira, setembro 27
:: Pequenas alegrias
Meu amor eterno ao Pintinho! E obrigada deos por ele existir e me fazer rir até na desgraça. RÁ!
Meu amor eterno ao Pintinho! E obrigada deos por ele existir e me fazer rir até na desgraça. RÁ!
segunda-feira, setembro 26
domingo, setembro 25
:: O não querer
Foram quase 12 horas de hospital ontem. Quase, quase. Eu fico somando o tempo. Não sei ser diferente disso. Ontem pude vê-lo dormir um pouco mais em paz --o que me deixou mais em paz também. Mas a história no restaurante se repetiu. Foi ainda pior na verdade. Isso me aborreceu. Por mim, pela minha irmã, pelo meu pai. E agora, sabe, é domingo de manhã, passei um café fresquinho, da fazenda DaTerra, de que amo, amo, para misturar com o leite que esquentei em paralelo. Sempre na xícara de bolinhas coloridas para ver se dá alguma alegria. E então coloquei Caetano para tocar, "A Terceira Margem do Rio", dei um gole comprido na água gelada, pra fechar o ritual matinal e, sabe, terei de fazer coisas que não quero. Tem sido assim. Uma semana de coisas que não quero. Vou me arrumar (bem) mais rápido do que eu gostaria. E vou para o plantão no jornal. Se eu ficasse, ia ouvir mais Caetano. Tomar um pouco de café puro. Enrolar de pijama. Ler o jornal esparramada. Mas não. Já estou atrasada para um dia de coisas que não quero fazer.
Foram quase 12 horas de hospital ontem. Quase, quase. Eu fico somando o tempo. Não sei ser diferente disso. Ontem pude vê-lo dormir um pouco mais em paz --o que me deixou mais em paz também. Mas a história no restaurante se repetiu. Foi ainda pior na verdade. Isso me aborreceu. Por mim, pela minha irmã, pelo meu pai. E agora, sabe, é domingo de manhã, passei um café fresquinho, da fazenda DaTerra, de que amo, amo, para misturar com o leite que esquentei em paralelo. Sempre na xícara de bolinhas coloridas para ver se dá alguma alegria. E então coloquei Caetano para tocar, "A Terceira Margem do Rio", dei um gole comprido na água gelada, pra fechar o ritual matinal e, sabe, terei de fazer coisas que não quero. Tem sido assim. Uma semana de coisas que não quero. Vou me arrumar (bem) mais rápido do que eu gostaria. E vou para o plantão no jornal. Se eu ficasse, ia ouvir mais Caetano. Tomar um pouco de café puro. Enrolar de pijama. Ler o jornal esparramada. Mas não. Já estou atrasada para um dia de coisas que não quero fazer.
sábado, setembro 24
:: O registro das coisas
Tenho um pouco essa sensação de que se recuperasse um tanto da energia, ia escrever, escrever. Com minúcia de detalhes, aquela coisa da textura do pão, que chegou duro à mesa, sabe. Então, eu penso, não me sirvam pão como cortesia. Eu prefiro pagar ou não comer. Mas, mesmo, não quero saber de pão duro, que machuca a boca, seco, desse serviço com desleixo, descompromissado, como se você, cliente, fosse um idiota, ou uma merda. Outro dia saí de lá com certa vontade de escrever uma carta longa, à mão, tentando descrever a sensação que é estar ali e ser tratado daquele jeito displicente. É um restaurante dentro de um hospital. Um hospital metido a hotelaria cinco estrelas. Tudo brilhando, pé-direito alto, obras de arte, plaquinhas homenageando esse e aquele judeu. Enfermeiros com bom português, as máquinas de vida da mais alta tecnologia. Serviçais que entram nos aposentos e arrumam a cama do acompanhante com lençol recém-chegado da lavanderia, de um branco impecável. As equipes mais reconhecidas de médicos. E aquele restaurante ali. Com um salão que até ficou interessante, suspenso, envidraçado, com vista para as outras unidades do hospital mas também para um verde vistoso, que até alegra. Mesas relativamente espaçadas, o que dá certo conforto. E aquela coisa de antigamente, de quando o Viena era um lugar legal, nos primórdios, dos lápis de cor, para rabiscar nas toalhas de papel. Essa parte gosto ainda hoje porque é lúdico. E, sabe, ali no hospital não se tem muita força para conversar, às vezes. Então a gente se põe a desenhar e é melhor. Acalma. Mesmo que você seja uma pessoa como eu, que não sabe desenhar um homem-palito sequer. Tem a coisa das cores e vocie pode ficar escrevendo nomes. Não sei. Mas você pisa ali e é uma desgraça. Porque, acompanha, estar ali é o respiro. É o respiro daquelas pessoas que estão sofrendo profundamente ali naquele hospital. Daquelas pessoas que acompanham os doentes. Que presenciam a dor de alguém que ama. Aquele restaurante ali (gente, alguém percebe isso e resolve esse problema) deveria nos acolher. Acolher mesmo. Você deveria ser recebido com rapidez. Quem está ali está com fome. Está até meio enjoado. Está há tempos sem comer. E, pior, está triste. Quem está ali, está triste. É preciso saber lidar com esse público. Esse público cansado, exaurido, triste. Não é qualquer restaurante, alguém avisa? E então demora-se um tempo escorregadio esperando que algum garçom faça o favor de te olhar. E mais um tempo até que ele faça o favor de caminhar até a sua mesa. E esse inferno de pão cortesia. Sério: não me sirvam pão cortesia. Eu quero um couvert agora, ao sentar na mesa, com pão quentinho, rápido. Eu estou triste e com fome. Não me façam esperar. Pior: não me façam esperar por um pão cortesia frio e duro e seco que demora uma eternidade capaz de tirar o último fio de bom humor que poderia haver ali bem no fundo da minha alma. Traga as nossas bebidas rápido. E, sabe, anote meus pedidos com atenção. Não traga a omelete com fritas se pedimos com salada. Não traga o misto com pão pita se pedimos com pão francês. Porque a comida ali já é ruim. Meia-boca. Então, sabe, se eu quero um pão francês e eu estou triste... Me traga um pão francês. Ali, sabe, tudo fica mais delicado. Tudo fica mais urgente. Me recepcione bem, por favor. Não estou pedindo muito, acho. É algo que esperaria em qualquer restaurante. Eu saio de casa para comer bem e ser bem atendido. Se não, não faria sentido. Mas ali, sabe, tem de ser mais impecável. E tem isso, bastam os preços alarmantes, a comida de quinta categoria, o café Pilão mal-tirado. Estou descontando tudo isso. De verdade. Estou descontando. Mas me atenda bem, com carinho e precisão. Eu estou triste, com fome, meio enjoada, carente. Não me traga pão amanhecido, duro, seco, que demora horas para chegar à mesa. Não troque a minha salada por fritas, nem o meu pão francês por pão pita. Não desvie o olhar quando te olho, garçom, ali de longe. Eu quero mais uma coca zero com gelo. E sem limão. Anota isso no seu caderninho: eu não gosto de limão na coca com gelo. Me traga a conta já com a máquina do cartão e faz isso tudo passar logo, sabe. Porque amanhã terei de comer aqui de novo. E o sofrimento só cresce. O cansaço. A fome misturada com o enjoo. Por favor, me atendam melhor. A vida já está difícil o bastante para eu ter de lidar com a sua incompetência.
Tenho um pouco essa sensação de que se recuperasse um tanto da energia, ia escrever, escrever. Com minúcia de detalhes, aquela coisa da textura do pão, que chegou duro à mesa, sabe. Então, eu penso, não me sirvam pão como cortesia. Eu prefiro pagar ou não comer. Mas, mesmo, não quero saber de pão duro, que machuca a boca, seco, desse serviço com desleixo, descompromissado, como se você, cliente, fosse um idiota, ou uma merda. Outro dia saí de lá com certa vontade de escrever uma carta longa, à mão, tentando descrever a sensação que é estar ali e ser tratado daquele jeito displicente. É um restaurante dentro de um hospital. Um hospital metido a hotelaria cinco estrelas. Tudo brilhando, pé-direito alto, obras de arte, plaquinhas homenageando esse e aquele judeu. Enfermeiros com bom português, as máquinas de vida da mais alta tecnologia. Serviçais que entram nos aposentos e arrumam a cama do acompanhante com lençol recém-chegado da lavanderia, de um branco impecável. As equipes mais reconhecidas de médicos. E aquele restaurante ali. Com um salão que até ficou interessante, suspenso, envidraçado, com vista para as outras unidades do hospital mas também para um verde vistoso, que até alegra. Mesas relativamente espaçadas, o que dá certo conforto. E aquela coisa de antigamente, de quando o Viena era um lugar legal, nos primórdios, dos lápis de cor, para rabiscar nas toalhas de papel. Essa parte gosto ainda hoje porque é lúdico. E, sabe, ali no hospital não se tem muita força para conversar, às vezes. Então a gente se põe a desenhar e é melhor. Acalma. Mesmo que você seja uma pessoa como eu, que não sabe desenhar um homem-palito sequer. Tem a coisa das cores e vocie pode ficar escrevendo nomes. Não sei. Mas você pisa ali e é uma desgraça. Porque, acompanha, estar ali é o respiro. É o respiro daquelas pessoas que estão sofrendo profundamente ali naquele hospital. Daquelas pessoas que acompanham os doentes. Que presenciam a dor de alguém que ama. Aquele restaurante ali (gente, alguém percebe isso e resolve esse problema) deveria nos acolher. Acolher mesmo. Você deveria ser recebido com rapidez. Quem está ali está com fome. Está até meio enjoado. Está há tempos sem comer. E, pior, está triste. Quem está ali, está triste. É preciso saber lidar com esse público. Esse público cansado, exaurido, triste. Não é qualquer restaurante, alguém avisa? E então demora-se um tempo escorregadio esperando que algum garçom faça o favor de te olhar. E mais um tempo até que ele faça o favor de caminhar até a sua mesa. E esse inferno de pão cortesia. Sério: não me sirvam pão cortesia. Eu quero um couvert agora, ao sentar na mesa, com pão quentinho, rápido. Eu estou triste e com fome. Não me façam esperar. Pior: não me façam esperar por um pão cortesia frio e duro e seco que demora uma eternidade capaz de tirar o último fio de bom humor que poderia haver ali bem no fundo da minha alma. Traga as nossas bebidas rápido. E, sabe, anote meus pedidos com atenção. Não traga a omelete com fritas se pedimos com salada. Não traga o misto com pão pita se pedimos com pão francês. Porque a comida ali já é ruim. Meia-boca. Então, sabe, se eu quero um pão francês e eu estou triste... Me traga um pão francês. Ali, sabe, tudo fica mais delicado. Tudo fica mais urgente. Me recepcione bem, por favor. Não estou pedindo muito, acho. É algo que esperaria em qualquer restaurante. Eu saio de casa para comer bem e ser bem atendido. Se não, não faria sentido. Mas ali, sabe, tem de ser mais impecável. E tem isso, bastam os preços alarmantes, a comida de quinta categoria, o café Pilão mal-tirado. Estou descontando tudo isso. De verdade. Estou descontando. Mas me atenda bem, com carinho e precisão. Eu estou triste, com fome, meio enjoada, carente. Não me traga pão amanhecido, duro, seco, que demora horas para chegar à mesa. Não troque a minha salada por fritas, nem o meu pão francês por pão pita. Não desvie o olhar quando te olho, garçom, ali de longe. Eu quero mais uma coca zero com gelo. E sem limão. Anota isso no seu caderninho: eu não gosto de limão na coca com gelo. Me traga a conta já com a máquina do cartão e faz isso tudo passar logo, sabe. Porque amanhã terei de comer aqui de novo. E o sofrimento só cresce. O cansaço. A fome misturada com o enjoo. Por favor, me atendam melhor. A vida já está difícil o bastante para eu ter de lidar com a sua incompetência.
sexta-feira, setembro 23
quinta-feira, setembro 15
terça-feira, setembro 13
:: Repeat
Estou num amor sem-fim com o Itamar Assumpção. Ouço e fico cada dia mais atenta aos detalhes das letras e fico admirando e achando aquilo que ele fez e deixou pra gente lindo, lindo. Ele diz coisas como "A tua boca me dá água na boca / Ai que vontade de grudar uma na outra / E sugar bem devagar / gota por gota" ou então aquela dos olhos nos olhos, de que amo: "Cartão postal é bacana mas bom mesmo é ter você na minha cama / Mensagem não é consolo bom mesmo é ali olho no olho".
Estou num amor sem-fim com o Itamar Assumpção. Ouço e fico cada dia mais atenta aos detalhes das letras e fico admirando e achando aquilo que ele fez e deixou pra gente lindo, lindo. Ele diz coisas como "A tua boca me dá água na boca / Ai que vontade de grudar uma na outra / E sugar bem devagar / gota por gota" ou então aquela dos olhos nos olhos, de que amo: "Cartão postal é bacana mas bom mesmo é ter você na minha cama / Mensagem não é consolo bom mesmo é ali olho no olho".
segunda-feira, setembro 12
:: As leituras, o vazio
E então eu acabei de ler as cartas de Tabucchi. Livro grifado inteirinho, com imagens de que gosto muito, como aquela da mulher que disse "tchau, até amanhã" e nunca mais apareceu. Depois ele foi redescobri-la numa foto no jornal que embrulhava os legumes que havia comprado naquele verdureito neto de italianos, um jornal amassado, manchado de alface. "Tiro as frutas e legumes, e vejo que é o mesmo sorriso de quarenta anos atrás, de quando você me disse: Tchau, até amanhã." E agora, aquele vazio de quando a gente acaba um livro de que tanto gostou, enrolou para ler, para que não acabasse, mas acabou. E na dúvida de começar ou não aquele best-seller que comprei com a amiga na amada Livraria da Vila ou se tento de novo, pela milésima vez, ler "O Passado", de Alan Pauls, naquela linda edição da Cosac Naify. Pois, desta vez, passei da página 30 e estou desconfiada de que a leitura possa engatar. Ainda mais porque Sofia tinha aquela mania de deixar bilhetes e cartas espalhadas. E eu tenho um amor desmedido por cartas escritas à mão.
E então eu acabei de ler as cartas de Tabucchi. Livro grifado inteirinho, com imagens de que gosto muito, como aquela da mulher que disse "tchau, até amanhã" e nunca mais apareceu. Depois ele foi redescobri-la numa foto no jornal que embrulhava os legumes que havia comprado naquele verdureito neto de italianos, um jornal amassado, manchado de alface. "Tiro as frutas e legumes, e vejo que é o mesmo sorriso de quarenta anos atrás, de quando você me disse: Tchau, até amanhã." E agora, aquele vazio de quando a gente acaba um livro de que tanto gostou, enrolou para ler, para que não acabasse, mas acabou. E na dúvida de começar ou não aquele best-seller que comprei com a amiga na amada Livraria da Vila ou se tento de novo, pela milésima vez, ler "O Passado", de Alan Pauls, naquela linda edição da Cosac Naify. Pois, desta vez, passei da página 30 e estou desconfiada de que a leitura possa engatar. Ainda mais porque Sofia tinha aquela mania de deixar bilhetes e cartas espalhadas. E eu tenho um amor desmedido por cartas escritas à mão.
:: Romantismo
Eu não tiro essa imagem da cabeça: da fazenda na região de Extremadura, na qual os gansos são criados soltos e se alimentam de figos e azeitonas para engordar naturalmente. E comem mais para acumular gordura no inverno e então são abatidos, sem dor e se tensão, para dar o melhor foie gras do mundo.
Eu não tiro essa imagem da cabeça: da fazenda na região de Extremadura, na qual os gansos são criados soltos e se alimentam de figos e azeitonas para engordar naturalmente. E comem mais para acumular gordura no inverno e então são abatidos, sem dor e se tensão, para dar o melhor foie gras do mundo.
:: Sobre amores e corações
Outro dia, antes de viajar, mandei pra ele a Karen Dalton cantando "How Sweet It Is", desses meus presentes musicais de vez ou outra. Ele respondeu. Gostou da música. Achou feliz. Depois disse que gostar de mim era "como comer algo doce com um toque meio ácido, que dá arrepio na língua". Até hoje não sei bem o que foi esse "gostar de mim". Acho que ele também não. Mas, pensando um pouco, ele tentou colocar alguma coisa em palavras. Para organizar as ideias, de repente? E então gostar de mim era mais simples, como o "primeiro café do dia", o "último uísque da noite". "Sorvete de chocolate no inverno, picolé de limão no verão", "coca zero com gelo". E outras coisas mais.
Outro dia, antes de viajar, mandei pra ele a Karen Dalton cantando "How Sweet It Is", desses meus presentes musicais de vez ou outra. Ele respondeu. Gostou da música. Achou feliz. Depois disse que gostar de mim era "como comer algo doce com um toque meio ácido, que dá arrepio na língua". Até hoje não sei bem o que foi esse "gostar de mim". Acho que ele também não. Mas, pensando um pouco, ele tentou colocar alguma coisa em palavras. Para organizar as ideias, de repente? E então gostar de mim era mais simples, como o "primeiro café do dia", o "último uísque da noite". "Sorvete de chocolate no inverno, picolé de limão no verão", "coca zero com gelo". E outras coisas mais.
sexta-feira, setembro 9
quarta-feira, setembro 7
terça-feira, setembro 6
:: Caderno de notas
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade.
Pablo Neruda
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade.
Pablo Neruda
segunda-feira, setembro 5
domingo, setembro 4
:: Pensamentos do sol
Quando o dia amahece assim, livre de nuvens, de céu azul, azul, me bate uma vontade mista. Uma vontade de sair para comprar flores. Uma vontade de desprender bons minutos (ou horas, quem sabe) ajeitando meus vasinhos pela minicasa ao som dessas meninas folk de que adoro e me dão alegria.
Tomo o meu leite com café de sempre, na caneca de bolinhas coloridas de sempre com a água gelada de sempe também.
E agora escuto The Be Good Tanyas e me vem um sentimento de leveza que nem me deixa ficar aflita com o fato de ter de ir, mais tarde, ao mercado para comprar meus itens básicos: ovos, leite, coca zero, papel-higiênico.
E me deu vontade de contar pra ele que hoje vou almoçar no papai e que lá é ainda melhor em dias de sol. Mas não sei se ele iria entender minha fixação pelo pé de limão-siciliano, carregado, que tem ali no jardim.
E também coisinhas tolas como o lugar que enfim conheci ontem, a Casa de Francisca, que entrou pra minha lista de cantinhos mais amáveis de São Paulo. Eu descreveria em detalhes, mas não sei se ele teria muita paciência. Ou se fecharia os olhos para visualizar. Também contaria do livro que estou lendo e dos livros que comprei ontem na minha adorada Livraria da Vila, depois de pegar aquela estrada livre, livre, sozinha, ouvindo minhas músicas prediletas e livrando a cabeça desse e daquele pensamento. Coisa boa.
Grifei mais montes do Tabucchi que agora chega quase ao final –e aquele vazio, ai, aquele vazio. E me encanto cada vez mais com aquelas cartas –aquelas cartas que os homens escrevem para as mulheres. E vou observando aquelas relações todas quase preparada para começar a ler o best-seller que compramos juntas ontem. Combinamos assim: vamos ler juntas, ao mesmo tempo, esse best-seller "Um Dia". E eu falei: será meu primeiro best-seller e isso me aflige um pouco. Mas tem essa coisa meio cafona de se reinventar, não tem?
Quando o dia amahece assim, livre de nuvens, de céu azul, azul, me bate uma vontade mista. Uma vontade de sair para comprar flores. Uma vontade de desprender bons minutos (ou horas, quem sabe) ajeitando meus vasinhos pela minicasa ao som dessas meninas folk de que adoro e me dão alegria.
Tomo o meu leite com café de sempre, na caneca de bolinhas coloridas de sempre com a água gelada de sempe também.
E agora escuto The Be Good Tanyas e me vem um sentimento de leveza que nem me deixa ficar aflita com o fato de ter de ir, mais tarde, ao mercado para comprar meus itens básicos: ovos, leite, coca zero, papel-higiênico.
E me deu vontade de contar pra ele que hoje vou almoçar no papai e que lá é ainda melhor em dias de sol. Mas não sei se ele iria entender minha fixação pelo pé de limão-siciliano, carregado, que tem ali no jardim.
E também coisinhas tolas como o lugar que enfim conheci ontem, a Casa de Francisca, que entrou pra minha lista de cantinhos mais amáveis de São Paulo. Eu descreveria em detalhes, mas não sei se ele teria muita paciência. Ou se fecharia os olhos para visualizar. Também contaria do livro que estou lendo e dos livros que comprei ontem na minha adorada Livraria da Vila, depois de pegar aquela estrada livre, livre, sozinha, ouvindo minhas músicas prediletas e livrando a cabeça desse e daquele pensamento. Coisa boa.
Grifei mais montes do Tabucchi que agora chega quase ao final –e aquele vazio, ai, aquele vazio. E me encanto cada vez mais com aquelas cartas –aquelas cartas que os homens escrevem para as mulheres. E vou observando aquelas relações todas quase preparada para começar a ler o best-seller que compramos juntas ontem. Combinamos assim: vamos ler juntas, ao mesmo tempo, esse best-seller "Um Dia". E eu falei: será meu primeiro best-seller e isso me aflige um pouco. Mas tem essa coisa meio cafona de se reinventar, não tem?
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