:: As leituras, o vazio
E então eu acabei de ler as cartas de Tabucchi. Livro grifado inteirinho, com imagens de que gosto muito, como aquela da mulher que disse "tchau, até amanhã" e nunca mais apareceu. Depois ele foi redescobri-la numa foto no jornal que embrulhava os legumes que havia comprado naquele verdureito neto de italianos, um jornal amassado, manchado de alface. "Tiro as frutas e legumes, e vejo que é o mesmo sorriso de quarenta anos atrás, de quando você me disse: Tchau, até amanhã." E agora, aquele vazio de quando a gente acaba um livro de que tanto gostou, enrolou para ler, para que não acabasse, mas acabou. E na dúvida de começar ou não aquele best-seller que comprei com a amiga na amada Livraria da Vila ou se tento de novo, pela milésima vez, ler "O Passado", de Alan Pauls, naquela linda edição da Cosac Naify. Pois, desta vez, passei da página 30 e estou desconfiada de que a leitura possa engatar. Ainda mais porque Sofia tinha aquela mania de deixar bilhetes e cartas espalhadas. E eu tenho um amor desmedido por cartas escritas à mão.
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