:: O não querer
Foram quase 12 horas de hospital ontem. Quase, quase. Eu fico somando o tempo. Não sei ser diferente disso. Ontem pude vê-lo dormir um pouco mais em paz --o que me deixou mais em paz também. Mas a história no restaurante se repetiu. Foi ainda pior na verdade. Isso me aborreceu. Por mim, pela minha irmã, pelo meu pai. E agora, sabe, é domingo de manhã, passei um café fresquinho, da fazenda DaTerra, de que amo, amo, para misturar com o leite que esquentei em paralelo. Sempre na xícara de bolinhas coloridas para ver se dá alguma alegria. E então coloquei Caetano para tocar, "A Terceira Margem do Rio", dei um gole comprido na água gelada, pra fechar o ritual matinal e, sabe, terei de fazer coisas que não quero. Tem sido assim. Uma semana de coisas que não quero. Vou me arrumar (bem) mais rápido do que eu gostaria. E vou para o plantão no jornal. Se eu ficasse, ia ouvir mais Caetano. Tomar um pouco de café puro. Enrolar de pijama. Ler o jornal esparramada. Mas não. Já estou atrasada para um dia de coisas que não quero fazer.
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