terça-feira, setembro 30

:: As histórias da gaveta

Ele mora numa casa de adulto, lá na Granja, com três quartos, um fogão com seis bocas e tudo. Tem um quadro dos Simpsons que todo mundo ama e eu também, que fica em cima de uma lareira (é, ele tem uma lareira). É meio difícil chegar de carro (sozinha, à noite, jamais). Mas, quando a gente chega, tem um monte de meninos animados, que abraçam bem forte, e cantam junto com o shuffle do macbook ligado na tomada. Às vezes dançam.

Ele cresceu, virou um homem de negócios. Não usa gravata, mas sempre está engomado, dá para perceber. Acorda cedo, tem um negócio próprio e outro negócio com chefes, porque gosta sempre de aprender.

Ele até fez aniversário outro dia. Fez churrasco e pediu para que levássemos cerveja, que é coisa meio de adolescente, mas ele cresceu. Cresceu mesmo. Custou a ganhar certa malícia, mas ganhou. Hoje fala das mulheres e come trufas negras com vinho tinto. Tem um lado meio tímido. Quando dança (se dança) são segundos - e pára.

Ele é perfumado e tem cara de metódico e organizado. Mas não. No quarto, tem camisetas misturadas com livros (ou livros escondidos no meio de camisetas). E tem uma caixinha que ele guarda as cartas de amor. "São poucas, então eu guardo", ele diz.

No sábado, uma correria, de loja em loja, para acertar no presente. Estava marcado pras 14h. Eu cheguei um pouco atrasada, às 20h30. Mas lá estava, com três embrulhos. Eu gosto dessa coisa de embrulhos. Eu gosto até dos embrulhos em papel-bolha.

Na Livraria da Vila, comprei um livro lindo (que eu queria pra mim), de drinques, gringo, com receitas e várias fotos daqueles coquetéis coloridos, para o centro de mesa. Eu queria, também, comprar um copo para cada tipo de drinque, uns cinco. Mas não achei porque não deu tempo de ir à loja dos copos avulsos. Enfim, comprei outros copos e um kit bar, pra ele ficar ali naquela cozinha aberta, que dá vista para as pequenas árvores frutíferas que ele plantou ali no jardim, e mostrar, mesmo, que ele cresceu.

2 comentários:

Mari disse...

Ai, o Bê. Amo. Um menino de ouro!

Fabio Rigobelo disse...

nossa, até eu me enamorei