:: Sobre as coisas que a gente não esquece
Outro dia, eu estava meio chorosa e liguei pra ela. Ela disse: estou indo pra sua casa, vamos jantar. Eu amei. Ela passou no super, comprou morangos vermelhinhos. Eu passei em outro e comprei alguns ingredientes que faltavam. Cozinhamos até tarde.
Eu disse que não gostava (não sabia) de descascar batatas. Ela disse que gostava. Abri a terceira gaveta e deixei ela escolher uma faca - no meio de todas, tenho uma faca para cada coisa. Disse que só não podia pegar a minha faca de tomates, que ganhei do meu pai (ja-mais). Acho que ela aprendeu.
E então, ela começou a descascar as batatas lindamente, enquanto eu preparava a carne, que logo ia para o forno. Ouvíamos Novos Baianos e estava tudo bem melhor no coração. Enquanto isso, falava do incrível descascador que conheceu em Londres.
Depois de uma semana, ela escreve e diz que tem presentinho. Eu vou fazer uma visita enquanto ela está no computador. E ela tira um pacote da bolsa, meio desengonçado, no papel bolha, mas com um toque especial (sempre). E lá estava o descascador. Eu não resisto a esse tipo de coisa. Não esqueço nunca.
Fez piadinha, que não quer ir na minha casa para cozinhar e tal. Mas eu fiquei pensando... será que ela não quer vir nem descascar tomates?
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2 comentários:
Descasco qualquer coisa na casinha, sempre. Você faz poesia de tudo. Me ensina?
errado. você é que faz as histórias que viram poesia. eu só descrevo.
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