:: Histórias da piscina
Depois de uma semana sendo frustrada pela previsão do tempo - a ponto de abortar a viagem pra praia - finalmente acordei neste domingão com alguns raios de sol. Ufa. Fiquei em casa um pouco, colocando algumas coisas na máquina de lavar e guardando um sapato ou outro fora do lugar, além dos livros de cozinha brasileira, que preciso ficar uns dias sem ver. Enquanto isso, fiz uma seleção no iPod com as versões de "Night in Tunisia", que amo-amo, e mais algumas novidades que ando ouvindo, Club des Belugas, Parov Stelar, Animal Collective e o velho e bom Caetano.
Desci. E não tinha ninguém. Uma beleza. Sol, água e jornal. Eu revezei assim. Até chegarem outras pessoas barulhentas num canto. Ali do meu lado, um pouco pra lá, parou um casal de uns 30 e poucos, 40. Ela, com uma apostila na mão - lendo e grifando. Ele, com um violão que começou a tocar baixinho.
Desliguei o iPod. A turminha do fundo cantava uns funks cariocas como se não houvesse amanhã e eu fechava os olhos pensando para, para, para. O cara do violão, entretido, me fazia, em alguns momentos, parar para olhar e ouvir. Principalmente nuns solinhos delicados que fazia ali, sem esforço algum.
E então ele começou a tocar "Night In Tunisia" e até doeu. Fechei o jornal, o sol já tinha sumido atrás das nuvens, e fiquei olhando pros acordes, discretamente. Ele acabou e olhou pra frente (e eu estava ali). Fiz cara de "adorei". E não resisti: ouvi cinco versões dessa música hoje antes de descer. E agora, a sexta, ao vivo, que honra. E ele riu. E ela disse que meu ouvido era bom. Mal sabe que sou meio surda.
Depois, fechei minhas coisas, dei uma piscadinha pra eles com os dois olhos (porque não sei com um só) para me despedir e subi de escada para tomar água tônica, lavar as roupas brancas e preparar aspargos salteados na manteiga e cogumelos para o almoço.
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