segunda-feira, julho 23

:: Da lista da saudade






O Bryant Park ta na lista dos parques prediletos (da vida!). Desde o primeiro dia por ali (nessas fotos invernais), fiquei apaixonada. Tem mesinhas rodeando o pequeno gramado (limpissimo), sol batendo sempre (na primavera as arvores ficam verdinhas e voce acha um lugar ou outro com sombra)... Ai voce vai andar pela regiao, para um instante por ali, senta, e almoca. Ali por perto as pessoas fazem assim: saem dos seus escritorios e param para comer alguma coisa, conversando, observando a movimentacao, olhando aquelas arvores e a belissima construcao da Biblioteca Publica de NY, um dos meus cantos mais adorados, onde eu me enfiava alguns dias de frio para ler e estudar, com aquele silencio, o sol batendo la dentro, pessoas de todos os tipos concentradas em todos os tipos de coisas, aqueles livros em volta...

No Bryant Park é assim: voce se sente a vontade, voce pode sentar numa mesinha para ler jornal, revista, um livro (eles ficam numas prateleirinhas como esta mostrando aquela foto aqui de cima). Voce pode levar seu laptop e usar wi-fi publico. Sim, tem wi-fi no parque (!!!). Uma delicia... Ai, no verao, tem summer festival. Tem good morning NY alguns dias as 7h da manha com shows para voce ter um bom dia, como o da Nora Jones (posso com isso?). Tem atracoes no almoco (como um pianista x, tocando ali no meio, num piano lindissimo). Tem eventos no cair do dia, ou a noite.

Foi ali que passei o meu aniversario. As 16h fui pra la, o gramado interditado e um mundo de pessoas rodeando com cobertores e travesseiros na mao. Entao as 17h o gramado foi liberado e aquele monte de gente invadiu numa veliocidade engracadissima e estendeu seus apetrechos por ali ocupando tudo em pouquissimos minutos. E entao o gramado inteiro estava coberto por cangas, cobertos, lencois. E travesseiros, vinhos, queijos, sushis, sanduiches, cervejas, aperitivos em geral, tudo espalhado em cima. Sapatos para todos os lados e pessoas transitando sem parar. Anoiteceu. A Li me encontrou la pelas 19h e pouco e comemos alguma coisa juntas ali mesmo. Todo mundo se encontra ali. Come junto, conversa, ve o movimento (la é sempre uma grande atracao ver o movimento), guarda a bolsa do vizinho. La é assim, se de repente voce precisa ir ate a rua fazer alguma coisa (como eu que precisei ir ate o telefone publico), sem drama: pode deixar seu jantar, sua bolsa, seu sapato, suas compras. Nada acontece. Nada mesmo.






E tudo aquilo para a grande transmissao de Annie Hall, do Woody Allen, as 21h. Um telao gigantesco, um som espetacular. Tudo ao ar livre, praquelas pessoas limpinhas e cheirosas (e, atencao, muito bem educadas!). Ao todo, aquele parque reuniu 10 mil pessoas. Foi um aniversario inesquecivel e tudo isso, claro, entrou pra lista da saudade.

Um comentário:

cami disse...

dá vontade de chorar lendo isso... não só de tristeza por isso estar tão longe, mas também de alegria pela intensidade dessas vivências, que compõe as referências da vida de cada um! aniversáio inesquecível! parabéns, Lu!