:: Intervalo
Eu vou ali na máquina do outro lado da Redação pegar uma Coca light. Só me resta tomar Coca-Cola neste sábado à noite, enquanto tenho de monitorar o número de mortos em Santa Catarina, a situação na Nigéria e o estado de José Alencar, que foi internado no Sírio...
sábado, novembro 29
:: Onde eu bato cartão
Auditório Ibirapuera. Estávamos no café, fazendo o trabalho ficar bem (bem mesmo) mais divertido do que ele é. E ele quis ser simpático e perguntou se eu queria ir ao show do Hurtmold - porque sabe que sempre digo não para os programas não-planejados. E eu disse sim. Fomos nós três ver aqueles bons (e tão gatinhos) músicos e ainda aproveitamos uma palhinha do Camelo que, até ontem eu não acreditava que estava mesmo com a Mallu Magalhães - mas eu vi com os meus próprios olhos e fiquei realmente chocada: é verdade. E ela é uma minipessoa.
Ouve comigo? eu ia dizer pra ele...
Auditório Ibirapuera. Estávamos no café, fazendo o trabalho ficar bem (bem mesmo) mais divertido do que ele é. E ele quis ser simpático e perguntou se eu queria ir ao show do Hurtmold - porque sabe que sempre digo não para os programas não-planejados. E eu disse sim. Fomos nós três ver aqueles bons (e tão gatinhos) músicos e ainda aproveitamos uma palhinha do Camelo que, até ontem eu não acreditava que estava mesmo com a Mallu Magalhães - mas eu vi com os meus próprios olhos e fiquei realmente chocada: é verdade. E ela é uma minipessoa.
Ouve comigo? eu ia dizer pra ele...
:: As preocupações pré-casamento e pré-filho
Ela o conheceu há pouco tempo e nem pensa em casamento. Mas, na vida, quer casar. Quer muito. Então, no meio dos detalhes, disse que está muito preocupada porque ele tem o lóbulo da orelha colado e ela quer ter um filho com o lóbulo da orelha descolado. Ela diz, eu reparo muito nas mãos e nos olhos e nos lóbulos das orelhas. Como eu só fui perceber isso agora? Que ele tem o lóbulo colado? Está muito preocupada.
Ela o conheceu há pouco tempo e nem pensa em casamento. Mas, na vida, quer casar. Quer muito. Então, no meio dos detalhes, disse que está muito preocupada porque ele tem o lóbulo da orelha colado e ela quer ter um filho com o lóbulo da orelha descolado. Ela diz, eu reparo muito nas mãos e nos olhos e nos lóbulos das orelhas. Como eu só fui perceber isso agora? Que ele tem o lóbulo colado? Está muito preocupada.
sexta-feira, novembro 28
:: Brutal
Ela sempre fala "brutal" e a gente imita. A gente imita e depois ri. E hoje fomos, las 3 chicas, almoçar juntas em um restaurante baiano, para eu continuar a apuração de uma matéria que estou fazendo. Enquanto eu tomava suco de umbu e contava a história dele pra elas, porque elas andam irritadas comigo porque, no fundo, eu sou uma pessoa fechada, ela disse os "racionais passionais" são os que mais sofrem.
Ela sempre fala "brutal" e a gente imita. A gente imita e depois ri. E hoje fomos, las 3 chicas, almoçar juntas em um restaurante baiano, para eu continuar a apuração de uma matéria que estou fazendo. Enquanto eu tomava suco de umbu e contava a história dele pra elas, porque elas andam irritadas comigo porque, no fundo, eu sou uma pessoa fechada, ela disse os "racionais passionais" são os que mais sofrem.
quinta-feira, novembro 27
:: Enrolada na cozinha
Ele sempre diz que eu só escrevo as coisas boas, então, é como se esse texto das tragédias na cozinha fosse feito só pra ele.
***
Eu tinha planejado tudo muito rápido, por conta da eterna falta de tempo. Mas, enfim, chegou o dia em que ela viria me ver. Saí correndo do jornal, fui fazer uma matéria na rua, depois fui ao supermercado e ...casa. Não sei se era o cansaço ou o pouco tempo que eu tinha, mas me atrapalhei inteira na cozinha e fiquei um pouco tensa, confesso. Eu me enrolei até com a água do macarrão, imagina.
Os pratos não saíram lindos como eu previa e nem consegui me organizar a ponto de servir entrada e prato principal numa seqüência (ai, os tremas...) ideal. Tentei adiantar a entrada e, claro, fiz a besteira de misturar o molhinho da salada antes da hora e aí as minirrúculas (sim, dobra-se o “r”) ficaram meio murchas na hora de ir pra mesa.
Enfim, servi a saladinha de rúcula e presunto cru e não-figo (porque perdi o figo no caminho entre o supermercado e a casa, juro) numa cestinha de parmesão - que eu mesma fiz! Depois, tinha um espaguete ao limone, com raspas de limão-siciliano e taiti (pra ficar verdinho e amarelo) e manjericão.
Ele sempre diz que eu só escrevo as coisas boas, então, é como se esse texto das tragédias na cozinha fosse feito só pra ele.
***
Eu tinha planejado tudo muito rápido, por conta da eterna falta de tempo. Mas, enfim, chegou o dia em que ela viria me ver. Saí correndo do jornal, fui fazer uma matéria na rua, depois fui ao supermercado e ...casa. Não sei se era o cansaço ou o pouco tempo que eu tinha, mas me atrapalhei inteira na cozinha e fiquei um pouco tensa, confesso. Eu me enrolei até com a água do macarrão, imagina.
Os pratos não saíram lindos como eu previa e nem consegui me organizar a ponto de servir entrada e prato principal numa seqüência (ai, os tremas...) ideal. Tentei adiantar a entrada e, claro, fiz a besteira de misturar o molhinho da salada antes da hora e aí as minirrúculas (sim, dobra-se o “r”) ficaram meio murchas na hora de ir pra mesa.
Enfim, servi a saladinha de rúcula e presunto cru e não-figo (porque perdi o figo no caminho entre o supermercado e a casa, juro) numa cestinha de parmesão - que eu mesma fiz! Depois, tinha um espaguete ao limone, com raspas de limão-siciliano e taiti (pra ficar verdinho e amarelo) e manjericão.
terça-feira, novembro 25
:: Holerite
A gente sempre abre o holerite, vira uma pra outra e pergunta:
- E aí, alguma novidade?
E cai na risada. Já é tradição.
Somos as únicas do jornal inteiro, acho, que fazemos isso religiosamente. Hoje, liguei no ramal dela para perguntar:
- E aí, abriu seu holerite?
E ela:
- Ai, eu ainda fico muito fascinada com essa coisa do mundo dos adultos, de ter 13º salário.
A gente sempre abre o holerite, vira uma pra outra e pergunta:
- E aí, alguma novidade?
E cai na risada. Já é tradição.
Somos as únicas do jornal inteiro, acho, que fazemos isso religiosamente. Hoje, liguei no ramal dela para perguntar:
- E aí, abriu seu holerite?
E ela:
- Ai, eu ainda fico muito fascinada com essa coisa do mundo dos adultos, de ter 13º salário.
:: O cobrador
Sempre que pego o ônibus atrasada tem um cobrador muito incrível. Um negão alto e magro, com seus 40/50 anos e sempre, sempre sorrindo. Ele conversa sem parar e fala assim para cada um que passa na catraca:
- Oi, amigão
- Bom dia, lindona
- Oi, bela
- Bom dia, queridão
A gente até esquece que está atrasada.
Sempre que pego o ônibus atrasada tem um cobrador muito incrível. Um negão alto e magro, com seus 40/50 anos e sempre, sempre sorrindo. Ele conversa sem parar e fala assim para cada um que passa na catraca:
- Oi, amigão
- Bom dia, lindona
- Oi, bela
- Bom dia, queridão
A gente até esquece que está atrasada.
segunda-feira, novembro 24
:: Ludoteca
Quando meu pai me trouxe esse sapo da Amazônia, eu nunca, nunca pensei que pudesse me desprender dele a ponto de dar o bicho na mão de uma criança. Mas, então, a minha pituquinha ali, com aqueles olhos, aquela pernoquinha fofa e eu não resisti.
Tem também as bolinhas da geladeira. Quando ela viu, até falou. Ela fala "bó, bó, bó" (bola, hein?). De repente, a gente estava ali esparramada no tapete vermelho, brincando loucamente com os meus objetos prediletos, que morro de ciúme. A glória.
Descobri que minha casa é lúdica, um ambiente perfeito para crianças - e que eu posso suportar bem essa coisa de mexerem nas minhas coisas.
Quando meu pai me trouxe esse sapo da Amazônia, eu nunca, nunca pensei que pudesse me desprender dele a ponto de dar o bicho na mão de uma criança. Mas, então, a minha pituquinha ali, com aqueles olhos, aquela pernoquinha fofa e eu não resisti.
Tem também as bolinhas da geladeira. Quando ela viu, até falou. Ela fala "bó, bó, bó" (bola, hein?). De repente, a gente estava ali esparramada no tapete vermelho, brincando loucamente com os meus objetos prediletos, que morro de ciúme. A glória.
Descobri que minha casa é lúdica, um ambiente perfeito para crianças - e que eu posso suportar bem essa coisa de mexerem nas minhas coisas.
:: Frases-pérola
Ela é nossa chefe, ela levanta da cadeira no meio do fechamento, de repente, e ela, em voz alta, pede atenção:
- Tenho duas coisas pra dizer:
um: é proibido assobiar Young Folks aqui
dois: eu exijo um amigo-secreto amanhã
Por isso que eu agradeço sempre, sempre, antes de dormir.
Ela também diz que é preciso "ajudar o coleguinha", que "só vai embora hoje quem sugerir um bom título pra capa", que "se vocês não ficaram satisfeitos com os dias de plantão no Ano Novo e no Natal podem vir falar comigo".
Ela é nossa chefe, ela levanta da cadeira no meio do fechamento, de repente, e ela, em voz alta, pede atenção:
- Tenho duas coisas pra dizer:
um: é proibido assobiar Young Folks aqui
dois: eu exijo um amigo-secreto amanhã
Por isso que eu agradeço sempre, sempre, antes de dormir.
Ela também diz que é preciso "ajudar o coleguinha", que "só vai embora hoje quem sugerir um bom título pra capa", que "se vocês não ficaram satisfeitos com os dias de plantão no Ano Novo e no Natal podem vir falar comigo".
:: Almoço da firma
- Sempre que eu falo como é aqui, que a gente ganha pouco e trabalha muito, acham que, ainda assim, meu trabalho é uma maravilha.
- Comigo não é assim, pra mim as pessoas falam: "Sai desse inferno, peloamordedeus"!
- Mas eu converso com jornalista tipo da revista da Igreja Universal, né?
- Sempre que eu falo como é aqui, que a gente ganha pouco e trabalha muito, acham que, ainda assim, meu trabalho é uma maravilha.
- Comigo não é assim, pra mim as pessoas falam: "Sai desse inferno, peloamordedeus"!
- Mas eu converso com jornalista tipo da revista da Igreja Universal, né?
domingo, novembro 23
sexta-feira, novembro 21
:: Por e-mail
Penso muito em vc, todos os dias. Motivos:
4) pq amo sua casa e quero uma igual
5) pq nossos encontros (adorados) nunca são suficientes pra liquidar os assuntos pendentes
7) pq vc é a melhor companhia para conversar sobre temas realmente importantes
9) pq música boa me faz lembrar de vc (e tenho escutado várias)
10) pq meu punho dói e eu faço ginástica laboral sempre que dá (haha)
11) pq eu morro de saudades
Pulei alguns itens, mas, minutos depois, chega um recadinho no celular:
Mais um motivo: pq pintei as unhas de vermelho 40º.
Penso muito em vc, todos os dias. Motivos:
4) pq amo sua casa e quero uma igual
5) pq nossos encontros (adorados) nunca são suficientes pra liquidar os assuntos pendentes
7) pq vc é a melhor companhia para conversar sobre temas realmente importantes
9) pq música boa me faz lembrar de vc (e tenho escutado várias)
10) pq meu punho dói e eu faço ginástica laboral sempre que dá (haha)
11) pq eu morro de saudades
Pulei alguns itens, mas, minutos depois, chega um recadinho no celular:
Mais um motivo: pq pintei as unhas de vermelho 40º.
:: Sobre almoços de domingo
Era o segundo fim de semana que ela tentava marcar o almoço-família-do-namorado-quase-marido. Enfim, deu certo e domingo eu ia participar do ritual-mostrar-casa-nova e tal.
Chegamos primeiro que os outros convidados. A casa estava impecável, com sol entrando por todos os lados. Mesa posta, virada de lá pra cá, porque do jeito original, com uma ponta encostada na parede, ia ficar tudo meio apertado. Ela já estava com a minibarriga encostada ali atrás, no fogão, para preparar o arroz numa grande panela.
No centro da sala, aperitivos delicados, como o tomatinho-cereja com flor-de-sal, à vontade. Hum, eu pensei. No som, seleção finíssima de bossa nova. O bobó de camarão já estava pronto, com camarões limpinhos, graúdos. Hum, eu pensei.
À mesa, todos sentados, um espumante rosé, depois um vinho rosé e eu na coca light, em um copo de vidro que imita a latinha - sou mesmo fã, confesso. Tem algo de adolescente nisso. Eu sei.
Depois da entrada, uma salada que estava deliciosa, com frango defumado, simples de fazer, que quero copiar num almoço em casa, urgente, ela serviu o bobó com arroz. E aqueles camarões aparecendo por todos os lados... Hum, eu pensei...
Talheres quase cruzados, e a mãe dela chega com o pai só para “um oi rápido”. Ficam em pé em volta da mesa, jogando ótima conversa fora, cheia de graça. E a mãe se vira para o aparador das travessas e repara que falta o.... cuscuz! Onde está o cuscuz?, ela diz.
A minipessoa, a filha, a anfitriã, a dona da casa impecável, aquela que preparou playlist de bossa nova com toda a elegância, aquela que dá miniabraços para receber os convidados, tinha, simplesmente, esquecido de servir o cuscuz.
Talheres descruzados, foi uma ótima notícia, recomeçamos o almoço mais uma vez. Na maior tranqüilidade e alegria.
Era o segundo fim de semana que ela tentava marcar o almoço-família-do-namorado-quase-marido. Enfim, deu certo e domingo eu ia participar do ritual-mostrar-casa-nova e tal.
Chegamos primeiro que os outros convidados. A casa estava impecável, com sol entrando por todos os lados. Mesa posta, virada de lá pra cá, porque do jeito original, com uma ponta encostada na parede, ia ficar tudo meio apertado. Ela já estava com a minibarriga encostada ali atrás, no fogão, para preparar o arroz numa grande panela.
No centro da sala, aperitivos delicados, como o tomatinho-cereja com flor-de-sal, à vontade. Hum, eu pensei. No som, seleção finíssima de bossa nova. O bobó de camarão já estava pronto, com camarões limpinhos, graúdos. Hum, eu pensei.
À mesa, todos sentados, um espumante rosé, depois um vinho rosé e eu na coca light, em um copo de vidro que imita a latinha - sou mesmo fã, confesso. Tem algo de adolescente nisso. Eu sei.
Depois da entrada, uma salada que estava deliciosa, com frango defumado, simples de fazer, que quero copiar num almoço em casa, urgente, ela serviu o bobó com arroz. E aqueles camarões aparecendo por todos os lados... Hum, eu pensei...
Talheres quase cruzados, e a mãe dela chega com o pai só para “um oi rápido”. Ficam em pé em volta da mesa, jogando ótima conversa fora, cheia de graça. E a mãe se vira para o aparador das travessas e repara que falta o.... cuscuz! Onde está o cuscuz?, ela diz.
A minipessoa, a filha, a anfitriã, a dona da casa impecável, aquela que preparou playlist de bossa nova com toda a elegância, aquela que dá miniabraços para receber os convidados, tinha, simplesmente, esquecido de servir o cuscuz.
Talheres descruzados, foi uma ótima notícia, recomeçamos o almoço mais uma vez. Na maior tranqüilidade e alegria.
quarta-feira, novembro 19
:: Costumes femininos
Por isso que eu digo: no fundo, esse blog é mesmo para meninas!
Pois só elas devem entender o fato de eu ter acordado bem mais cedo do que o necessário, depois de, ontem, ter saído de madrugada do jornal, para ir à manicure. E lá, pedir, de quebra, para lavarem meu cabelo, com cremes e frescurinhas especiais. Lavem! Lavem! E, depois de tudo isso, achar que nada será capaz de estragar meu dia.
Por isso que eu digo: no fundo, esse blog é mesmo para meninas!
Pois só elas devem entender o fato de eu ter acordado bem mais cedo do que o necessário, depois de, ontem, ter saído de madrugada do jornal, para ir à manicure. E lá, pedir, de quebra, para lavarem meu cabelo, com cremes e frescurinhas especiais. Lavem! Lavem! E, depois de tudo isso, achar que nada será capaz de estragar meu dia.
terça-feira, novembro 18
:: Dos escritos
Foi assim que mandei pra ele.
E foi mais ou menos assim que mandei pra ela.
"E então eu tinha apenas uma missão para o fim de semana: ir à livraria escolher meu próximo livro... Sábado é dia de compromissos burocráticos. Sobrou para domingo. Lá na Livraria da Vila, gosto de separar uma pilha de livros e pedir um expresso curto lá nos fundos, sob as árvores. Fuçar, fuçar... E, bem depois, ir pro caixa. E então foi assim, a pilha de livros, o café. E a lista completa de tudo que tinham me indicado. Metade, não tinha disponível. De resto, nada, nada, me agradava. No fim, depois de um telefone de confiança, levei um Voltaire. Mas ainda com certa insatisfação. Acho que o que eu queria mesmo era um livro seu, recém-lançado, ali na prateleira central. Cadê? Eu pensei..."
Foi assim que mandei pra ele.
E foi mais ou menos assim que mandei pra ela.
"E então eu tinha apenas uma missão para o fim de semana: ir à livraria escolher meu próximo livro... Sábado é dia de compromissos burocráticos. Sobrou para domingo. Lá na Livraria da Vila, gosto de separar uma pilha de livros e pedir um expresso curto lá nos fundos, sob as árvores. Fuçar, fuçar... E, bem depois, ir pro caixa. E então foi assim, a pilha de livros, o café. E a lista completa de tudo que tinham me indicado. Metade, não tinha disponível. De resto, nada, nada, me agradava. No fim, depois de um telefone de confiança, levei um Voltaire. Mas ainda com certa insatisfação. Acho que o que eu queria mesmo era um livro seu, recém-lançado, ali na prateleira central. Cadê? Eu pensei..."
domingo, novembro 16
:: Ainda, as amizades
"amorzinho, fugi e vim pra casa.
aluguei Em Paris, passei na Benjamin e comprei delícias... agora irei deitar em minha cama e desfrutar o Louis Garrel, em plena quinta-feira, 18h30. Rá!
desculpe minhas reclamações nesta semana. (com certeza você iria me perguntar todos os dias "você está de mau humor hoje?". E eu ia responder que sim todas as vezes).
Adoro que a gente se ama.
um beijo"
"amorzinho, fugi e vim pra casa.
aluguei Em Paris, passei na Benjamin e comprei delícias... agora irei deitar em minha cama e desfrutar o Louis Garrel, em plena quinta-feira, 18h30. Rá!
desculpe minhas reclamações nesta semana. (com certeza você iria me perguntar todos os dias "você está de mau humor hoje?". E eu ia responder que sim todas as vezes).
Adoro que a gente se ama.
um beijo"
:: Amigos que não passam
Tenho amigos que não passam nunca. Eles mudam de cidade, mudam de país, mudam de telefone, de gosto, de namorado, de casa, de cantores prediletos. Eles mudam a aparência, mudam o círculo de amizades, os hábitos de leitura e os pratos prediletos. Ainda assim, esses amigos que mudam tanto, enquanto a gente também muda muda muda, ficam. E então, hoje, aqui na minha minicasa, onde gosto tanto de estar, ela escreveu, até fazer meus olhos encherem assim.
"Bem que vc podia dar uma escapada-delinquente e vir passar um fim de semana aqui comigo, né? Pensa só: instituto moreira salles, gula-gula, praia vermelha, livraria da travessa.... hum?"
Tenho amigos que não passam nunca. Eles mudam de cidade, mudam de país, mudam de telefone, de gosto, de namorado, de casa, de cantores prediletos. Eles mudam a aparência, mudam o círculo de amizades, os hábitos de leitura e os pratos prediletos. Ainda assim, esses amigos que mudam tanto, enquanto a gente também muda muda muda, ficam. E então, hoje, aqui na minha minicasa, onde gosto tanto de estar, ela escreveu, até fazer meus olhos encherem assim.
"Bem que vc podia dar uma escapada-delinquente e vir passar um fim de semana aqui comigo, né? Pensa só: instituto moreira salles, gula-gula, praia vermelha, livraria da travessa.... hum?"
sábado, novembro 15
:: Ao mesmo tempo
Enquanto penso o que vou fazer hoje à noite, se vou ao show da Orquestra Imperial dançar com as meninas, se aceito o convite de ir pra Granja na casa de um amigo bater papo, se vou assistir ao novo filme do Woody Allen, que quero muito, se vou ter uma conversa meio séria sobre a vida, enquanto penso nisso tudo, a máquina das roupas coloridas está quase no final.
Já arrumei as compras do supermercado nos armários e resolvi abrir todas as minhas bolsas para organizar o que tinha de papel lá dentro. Enquanto ouço Chico, de janelas abertas, enquanto observo o meu pé de café, os alhos confit estão no forno, com sal grosso e alecrim, quase prontos.
Enquanto penso o que vou fazer hoje à noite, se vou ao show da Orquestra Imperial dançar com as meninas, se aceito o convite de ir pra Granja na casa de um amigo bater papo, se vou assistir ao novo filme do Woody Allen, que quero muito, se vou ter uma conversa meio séria sobre a vida, enquanto penso nisso tudo, a máquina das roupas coloridas está quase no final.
Já arrumei as compras do supermercado nos armários e resolvi abrir todas as minhas bolsas para organizar o que tinha de papel lá dentro. Enquanto ouço Chico, de janelas abertas, enquanto observo o meu pé de café, os alhos confit estão no forno, com sal grosso e alecrim, quase prontos.
quinta-feira, novembro 13
:: Salto alto
Hoje li numa reportagem da "Wish" que o restaurante Masa, em NY, subiu para três estrelas no guia Michelin. E então lembrei do almoço glorioso que tive lá, nos meus últimos dias de NY e, computando, já fui em dois três estrelas na vida (rá rá), contando com o Le Bernardin, que está na lista dos 50 do mundo.
Hoje li numa reportagem da "Wish" que o restaurante Masa, em NY, subiu para três estrelas no guia Michelin. E então lembrei do almoço glorioso que tive lá, nos meus últimos dias de NY e, computando, já fui em dois três estrelas na vida (rá rá), contando com o Le Bernardin, que está na lista dos 50 do mundo.
quarta-feira, novembro 12
terça-feira, novembro 11
:: Sobre a sorte
Dizem que grilo verde dá sorte. E hoje eu estava sentada no ônibus, ouvindo Maria Bethânia no iPod e, sério, um grilo verde, enorme, pousou bem no meu braço. E eu, delicadamente, deu um peteleco nele. O cara ao lado riu. E eu disse: ainda bem que estou acostumada com bichos, se fosse uma perua, ia dar um ataque. Ele concordou, simpático. Mal sabe que eu me controlei muito pra não começar a gritar lá no meio. Fui finíssima, como se aquilo tudo só fosse um sinal de sorte.
Dizem que grilo verde dá sorte. E hoje eu estava sentada no ônibus, ouvindo Maria Bethânia no iPod e, sério, um grilo verde, enorme, pousou bem no meu braço. E eu, delicadamente, deu um peteleco nele. O cara ao lado riu. E eu disse: ainda bem que estou acostumada com bichos, se fosse uma perua, ia dar um ataque. Ele concordou, simpático. Mal sabe que eu me controlei muito pra não começar a gritar lá no meio. Fui finíssima, como se aquilo tudo só fosse um sinal de sorte.
domingo, novembro 9
:: Sobre meu pé de café
Hoje acordei bem disposta para comprar flores. Fui com a minha madrinha no Uemura. Olhamos de tudo. E tivemos idéias, idéias e idéias. Porque ainda não estava muito apegada à minha varandinha. E então parece que tudo mudou: ali está meu pé de café.
Eu digo assim que é o meu primeiro pé de café. Mas não sei. Eu cresci entre os pés de café, eu caminhava, puxava uns frutos para comer, andava no meio da plantação em época de florada, por entre aquelas flores branquinhas e perfumadas. Hoje, enfim, eu tenho o meu pé de café. Só meu. Ele fica ali num cantinho onde bate sol e eu posso ficar sentada no banquinho na Barauna, que ganhei um dia desses, admirando. Na loja, eu falei pro vendedor, e agora, como vou conseguir trabalhar? E ele achou graça. Mas, é mesmo isso que eu penso. E eu também acho graça.
Plantamos num vaso lindo de morrer que eu comprei junto, arrumei também uma pimentinha fofis num vasinho amarelo que eu já tinha aqui em casa, vazio. E tudo aqui ganhou cor. Tem também os vasos de flores que arrumei, um grande, que fica no centro da minimesa, um minivaso no lavabo e outro no meu banheiro. Tudo bem delicado. E eu pensando, ai, o meu pé de café...
Hoje acordei bem disposta para comprar flores. Fui com a minha madrinha no Uemura. Olhamos de tudo. E tivemos idéias, idéias e idéias. Porque ainda não estava muito apegada à minha varandinha. E então parece que tudo mudou: ali está meu pé de café.
Eu digo assim que é o meu primeiro pé de café. Mas não sei. Eu cresci entre os pés de café, eu caminhava, puxava uns frutos para comer, andava no meio da plantação em época de florada, por entre aquelas flores branquinhas e perfumadas. Hoje, enfim, eu tenho o meu pé de café. Só meu. Ele fica ali num cantinho onde bate sol e eu posso ficar sentada no banquinho na Barauna, que ganhei um dia desses, admirando. Na loja, eu falei pro vendedor, e agora, como vou conseguir trabalhar? E ele achou graça. Mas, é mesmo isso que eu penso. E eu também acho graça.
Plantamos num vaso lindo de morrer que eu comprei junto, arrumei também uma pimentinha fofis num vasinho amarelo que eu já tinha aqui em casa, vazio. E tudo aqui ganhou cor. Tem também os vasos de flores que arrumei, um grande, que fica no centro da minimesa, um minivaso no lavabo e outro no meu banheiro. Tudo bem delicado. E eu pensando, ai, o meu pé de café...
sexta-feira, novembro 7
:: Rotina reinventada
Aqui é assim: mais sóbrio, parece. Mas, então, ela chega para ajudar com alguns comandos novos, de textos novos, de páginas novas. É praticamente tudo novo. Ela nunca tem tempo, mas para ajudar você com comandos e sistema e sugestões e um colinho, sempre arruma tempo. Ela anda pela Redação sem parar, é brava, às vezes, e seríssima, sempre - digo, séria para trabalhar, comprometida. Eu adoro ver ao vivo.
Outra ela também está na maior correria. Ainda mais do que na vida normal - aqui, na verdade, não tem muito essa coisa de vida normal, mas enfim. E então, ela me apresenta ao pessoal da diagramação, arte e fotografia e volta a escrever sem parar. Eu disse, vou ser sua estagiária nesses dois dias. Ela ri, mas acha a idéia simpática. Ter uma estagiária que não é estagiária, mas que está empenhada como se fosse uma. Telefone e computador sem parar, ela levanta por frações de segundos e vem à minha mesa com dois chocolatinhos: um Godiva, da Papua Nova-Guiná, com 70% cacau, e outro da Neuhaus, que acabou de trazer da Bélgica. Por isso que não dói me habituar a uma rotina reinventada.
Aqui é assim: mais sóbrio, parece. Mas, então, ela chega para ajudar com alguns comandos novos, de textos novos, de páginas novas. É praticamente tudo novo. Ela nunca tem tempo, mas para ajudar você com comandos e sistema e sugestões e um colinho, sempre arruma tempo. Ela anda pela Redação sem parar, é brava, às vezes, e seríssima, sempre - digo, séria para trabalhar, comprometida. Eu adoro ver ao vivo.
Outra ela também está na maior correria. Ainda mais do que na vida normal - aqui, na verdade, não tem muito essa coisa de vida normal, mas enfim. E então, ela me apresenta ao pessoal da diagramação, arte e fotografia e volta a escrever sem parar. Eu disse, vou ser sua estagiária nesses dois dias. Ela ri, mas acha a idéia simpática. Ter uma estagiária que não é estagiária, mas que está empenhada como se fosse uma. Telefone e computador sem parar, ela levanta por frações de segundos e vem à minha mesa com dois chocolatinhos: um Godiva, da Papua Nova-Guiná, com 70% cacau, e outro da Neuhaus, que acabou de trazer da Bélgica. Por isso que não dói me habituar a uma rotina reinventada.
quinta-feira, novembro 6
:: Shuffle
Eu sou muito apegada a alguns objetos pessoais - e agora também a minha cozinha inteira. Dos discos e livros, que não gosto de emprestar, tem também a minha Nikon, que é o maior xodó, o laptop e o iPod. Às vezes, fico pensando o que vou fazer quando meu Ipod parar de funcionar - porque iPods, sabemos, pára de funcionar um dia e nunca mais... Bate certo desespero.
Cada dia, aliás, fico mais impressionada com a magia do meu shuffle. Parece que capta as vibrações em seqüências (ai, os tremas que eu vou ficar a partir de janeiro) que combinam com o estado de espírito, uma coisa.
Olha só como foi hoje, no caminho pro jornal:
Jamiroquai
Elis Regina
Teresa Cristina
Postal Service
Caetano Veloso
João Gilberto
Thelonious Monk
Stevie Wonder
Eric Clapton
Caetano Veloso (again)
Vampire Weekend
Madeleine Peyroux
Milton Nascimento
Brooklyn Funk
Julie Delpy
Mayra Andrade (e minha música predileta, atenção)
Mundo Livre SA
Feist
Martina Topley Bird
Citzen Cope
Chico Buarque
Eu sou muito apegada a alguns objetos pessoais - e agora também a minha cozinha inteira. Dos discos e livros, que não gosto de emprestar, tem também a minha Nikon, que é o maior xodó, o laptop e o iPod. Às vezes, fico pensando o que vou fazer quando meu Ipod parar de funcionar - porque iPods, sabemos, pára de funcionar um dia e nunca mais... Bate certo desespero.
Cada dia, aliás, fico mais impressionada com a magia do meu shuffle. Parece que capta as vibrações em seqüências (ai, os tremas que eu vou ficar a partir de janeiro) que combinam com o estado de espírito, uma coisa.
Olha só como foi hoje, no caminho pro jornal:
Jamiroquai
Elis Regina
Teresa Cristina
Postal Service
Caetano Veloso
João Gilberto
Thelonious Monk
Stevie Wonder
Eric Clapton
Caetano Veloso (again)
Vampire Weekend
Madeleine Peyroux
Milton Nascimento
Brooklyn Funk
Julie Delpy
Mayra Andrade (e minha música predileta, atenção)
Mundo Livre SA
Feist
Martina Topley Bird
Citzen Cope
Chico Buarque
quarta-feira, novembro 5
:: O relato da entrada do jantar
Uns dias antes, eu abri o moleskine e anotei um monte, todas as recomendações. Vá ao Mercadão, na banca Ki Peixe, e fale com o japonês. Chegando lá, o japonês tinha se aposentado. Fiz o tipo da cliente de anos e pedi para falar com quem pudesse me atender com a mesma competência. Tudo certo. Seu Cícero fez às vezes do japa e ficou tudo certo. Exibiu todos os seus atuns, fresquíssimos, gordos, em lindas peças. Dizia, ao funcionário, mostre aquele, vire, vire de novo, pra lá, pra cá. Tá vendo?, ele dizia olhando pra mim. E eu estava _e a boca salivando. Eu preciso de mais ou menos um quilo, quanto está aquele ali, mais fresco e mais gordo? Ótimo. Eu quero aquele. Corte em toras para sashimi? O funcionário, que balbuciava algumas poucas palavras, embalou a vácuo, pediu minha sacola térmica _pois eu vou ao Mercadão com sacola térmica. Antes de guardar, me mostrou os cortes. Aprovei (como não?). Colocou gelo, sem que eu pedisse. Arrumou tudo, passou um pano e eu estava ali, apertando as mãos do Cícero e agradecendo. Eu volto para contar como foi o jantar.
***
O peixe ficou no fundo da geladeira, naquele pedaço mais geladinho, para suportar, muito bem, até o dia seguinte. E o dia seguinte começou tenso. Ela tensa, eu tensa. Relógio correndo e a coisa só ficava mais tensa. Caetano Veloso para acalmar _sempre funciona. A coisa foi amolecendo, fomos conversando lado a lado, disputando o melhor espaço na bancada preta da cozinha e certo cuidado para não estragar as unhas, que fizemos juntas um pouco antes de começar a produção. Tudo em ordem, mas ainda com as roupas do dia no corpo, chegam os primeiros convidados. Ela foi primeiro se arrumar. Eu fiz sala. Eu fui depois. A mesa criou certo impacto na chegada. Estava lindamente arrumada, com as louças novas que compramos na Liberdade, os hashis, a panela de shabu-shabu, que ajuda a no efeito.
***
Enquanto eu dava explicações sobre o saquê que eu ia servir _pois, claro, eu escolhi um “tobubetsu junmai”, com fermentação natural, sem adição de destilados, e com aproveitamento de 65% ou menos do arroz (que, quanto mais polido, melhor a bebida final)_, ela tirou a embalagem da geladeira. Somos uma dupla organizada na cozinha, é divertido. Ela esquentou uma frigideira nova, antiaderente, até ficar bem quente e começou a selar, rapidamente, o atum. Ao lado, eu estava esperando com uma faca bem afiada. Lentamente cortei as peças em sashimis, tombei um no outro em uma louça branca comprida e retomei a lista dos ingredientes _que já estavam ali, separados.
***
Cozinha e sala juntas permite uma interação e movimento que eu sempre aprendi a gostar muito com a família. Não foi diferente. Um passava perto, dava aquela olhadinha de lado, fazia perguntas. Antes de finalizar, circulei a flor-de-sal (vinda diretamente da França) entre os convidados para que todos provassem um pouco. É algo que merece ser provado sozinho. Depois, finalizei a entrada. Primeiro, um fio de azeite trufado. Em seguida, raiz-forte em pó. Um outro temperinho da S&B que mistura pimenta dedo-de-moça e gergelim torrado (fica bem vermelhinho com uns pontos pretos). Flor-de-sal e, para acabar, as lascas de limão-siciliano em duas espessuras diferentes.
***
Todos sentam à mesa e é hora de explicar a receita, o dia de ir até o Mercadão-Cícero; a embalagem-a-vácuo-mais-temperos-da-Liberdade; onde-se-come-na-Liberdade-ára-uma-pausa; onde-se-come-no-centrão-idem; a frigideira-bem-quente-mais-lascas-de-limão-siciliano e tal. Porque eu adoro esses pequenos rituais e meu eleitorado idem. E aí comemos.
Uns dias antes, eu abri o moleskine e anotei um monte, todas as recomendações. Vá ao Mercadão, na banca Ki Peixe, e fale com o japonês. Chegando lá, o japonês tinha se aposentado. Fiz o tipo da cliente de anos e pedi para falar com quem pudesse me atender com a mesma competência. Tudo certo. Seu Cícero fez às vezes do japa e ficou tudo certo. Exibiu todos os seus atuns, fresquíssimos, gordos, em lindas peças. Dizia, ao funcionário, mostre aquele, vire, vire de novo, pra lá, pra cá. Tá vendo?, ele dizia olhando pra mim. E eu estava _e a boca salivando. Eu preciso de mais ou menos um quilo, quanto está aquele ali, mais fresco e mais gordo? Ótimo. Eu quero aquele. Corte em toras para sashimi? O funcionário, que balbuciava algumas poucas palavras, embalou a vácuo, pediu minha sacola térmica _pois eu vou ao Mercadão com sacola térmica. Antes de guardar, me mostrou os cortes. Aprovei (como não?). Colocou gelo, sem que eu pedisse. Arrumou tudo, passou um pano e eu estava ali, apertando as mãos do Cícero e agradecendo. Eu volto para contar como foi o jantar.
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O peixe ficou no fundo da geladeira, naquele pedaço mais geladinho, para suportar, muito bem, até o dia seguinte. E o dia seguinte começou tenso. Ela tensa, eu tensa. Relógio correndo e a coisa só ficava mais tensa. Caetano Veloso para acalmar _sempre funciona. A coisa foi amolecendo, fomos conversando lado a lado, disputando o melhor espaço na bancada preta da cozinha e certo cuidado para não estragar as unhas, que fizemos juntas um pouco antes de começar a produção. Tudo em ordem, mas ainda com as roupas do dia no corpo, chegam os primeiros convidados. Ela foi primeiro se arrumar. Eu fiz sala. Eu fui depois. A mesa criou certo impacto na chegada. Estava lindamente arrumada, com as louças novas que compramos na Liberdade, os hashis, a panela de shabu-shabu, que ajuda a no efeito.
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Enquanto eu dava explicações sobre o saquê que eu ia servir _pois, claro, eu escolhi um “tobubetsu junmai”, com fermentação natural, sem adição de destilados, e com aproveitamento de 65% ou menos do arroz (que, quanto mais polido, melhor a bebida final)_, ela tirou a embalagem da geladeira. Somos uma dupla organizada na cozinha, é divertido. Ela esquentou uma frigideira nova, antiaderente, até ficar bem quente e começou a selar, rapidamente, o atum. Ao lado, eu estava esperando com uma faca bem afiada. Lentamente cortei as peças em sashimis, tombei um no outro em uma louça branca comprida e retomei a lista dos ingredientes _que já estavam ali, separados.
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Cozinha e sala juntas permite uma interação e movimento que eu sempre aprendi a gostar muito com a família. Não foi diferente. Um passava perto, dava aquela olhadinha de lado, fazia perguntas. Antes de finalizar, circulei a flor-de-sal (vinda diretamente da França) entre os convidados para que todos provassem um pouco. É algo que merece ser provado sozinho. Depois, finalizei a entrada. Primeiro, um fio de azeite trufado. Em seguida, raiz-forte em pó. Um outro temperinho da S&B que mistura pimenta dedo-de-moça e gergelim torrado (fica bem vermelhinho com uns pontos pretos). Flor-de-sal e, para acabar, as lascas de limão-siciliano em duas espessuras diferentes.
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Todos sentam à mesa e é hora de explicar a receita, o dia de ir até o Mercadão-Cícero; a embalagem-a-vácuo-mais-temperos-da-Liberdade; onde-se-come-na-Liberdade-ára-uma-pausa; onde-se-come-no-centrão-idem; a frigideira-bem-quente-mais-lascas-de-limão-siciliano e tal. Porque eu adoro esses pequenos rituais e meu eleitorado idem. E aí comemos.
terça-feira, novembro 4
domingo, novembro 2
sábado, novembro 1
:: Pequenos desesperos
Acordar bem cedo no sábado, ir a uma reunião, almoçar em um restaurante para fazer matéria (para discutir a reunião da manhã), ir pra casa, arrumar a bolsa com caderno e afins rapidamente, caminhar, ao sol, até o ponto de ônibus, esperar o ônibus que não chega para ir para o plantão da noite no jornal, enquanto, ali bem ao lado, está rolando aquela jam session do Matic, ao ar livre, com todo mundo na rua.
Acordar bem cedo no sábado, ir a uma reunião, almoçar em um restaurante para fazer matéria (para discutir a reunião da manhã), ir pra casa, arrumar a bolsa com caderno e afins rapidamente, caminhar, ao sol, até o ponto de ônibus, esperar o ônibus que não chega para ir para o plantão da noite no jornal, enquanto, ali bem ao lado, está rolando aquela jam session do Matic, ao ar livre, com todo mundo na rua.
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