:: Nem tirar nem pôr
Aqui é assim: eu não acordo tão tão cedo. Estou de férias, né. E então, tem sempre café da manhã na mesa com baguete e croissant fresquinhos, que ele vai comprar bem cedinho numa boulangerie aqui do bairro, antes de sair. Na mesa, tem mais suco de laranja, queijos, geleia e manteiga Président, a que eu mais amo. A gente toma café com o caderninho de anotações do lado e eu vou rabiscando o mapa enquanto coloco "ok" nos programas que já fiz. Conforme os dias passam, eu reorganizo a agenda dos quereres. E, confesso, tenho certa pregüiça de trocar a luz do dia e esse sol inebriante que tem feito pelo Louvre (prontofalei).
Hoje foi o dia do museu Orangerie, pela manhã. Depois teve caminhada pela Champs-Élysées até o Arc de Triomphe e, confesso, não vi muita graça. Só na parte que parei na loja de maquiagem e comprei pepinos para os olhos, que você guarda na geladeira antes de usar, para mamãe. E então, na hora de pagar, ganhei uma amostra grátis do novo perfume do Jean Paul Gaultier, Madame. E não é que é bom?
Agora eu conto: na hora de fazer a mala, a sis disse pra eu deixar o perfume pro final. E eu deixei. Tão pro final que acabei esquecendo em São Paulo. God. Fiquei em pâ-ni-co (céus, será que só a BZ entende meu tom quando falo pau-sa-do?). Pois então inventei a incrível técnica de entrar numa lojinha por dia e provar um perfume diferente. Que glamour. Sempre perfumada e sem gastar nem um tostão, ela disse e me fez rir - ela sempre me faz rir.
Depois teve o museu Rodin e foi um dos passeios que mais amei até hoje. E eu, inexperiente, sem câmera, saí sem bateria, pode? Mas o jardim do museu é a melhor parte. Lindo de morrer. Delicado, gostoso de estar ao sol. Ouvi Grappelli e Baden e o "Samba de uma Nota Só" ali deitada, observando os movimentos do pato que estava nadando ali em volta de uma escultura linda e pensando na vida. E foi nesse mesmo jardim que pude ver "O Pensador", bem de pertinho, e até arrepiou e eu lembrei das aulas da escola que eu trocava bilhetes e fazia amigos - os amigos "de" até hoje.
Saindo de lá, caminhei um tantinho até chegar no Grand Epicerie du Bon Marché, um mercado que ela me recomendou. Ela que adora comida como eu, escrever e tudo. Quando a M.E. viu na listinha de dicas, comentou em cima e disse que foi um dos lugares que ela mais lembrou de mim: "lulu, só você ia entender esse mercado", dizia sem parar. E eu amei tudo ali mesmo. E entendi o que ela quis dizer.
Fiquei paralisada principalmente na ala dos sais. Ninguém imagina a ala dos sais. De cores e grãos e tamanhos e texturas e origens diferentes. Comprei um que vem em pedaços grandes, como cristais, e com um ralador micro, fofito. Se eu conseguir me desprender - porque existe mesmo todo um processo - vou dar pro meu pai. Na verdade, confesso, comprei pensando nele. Aqui lembro muito dele com essa coisa das comidas. E muito da minha mãe com essa coisa dos museus, da cidade em si, das lojas.
Pra além dos sais, num corredor ali adiante, uma seção de mostardas - comprei um kit pequetucho com seis tipos diferentes. Vontade de comprar tudo. E a ala dos queijos? E os foie gras? Me decepcionou o cantinho dos cafés, não podia ser diferente. Prateleiras e mais prateleiras de Lavazza e nada, nadinha do Brasil. Alguns até usam grãos brasileiros, mas é outra coisa, né. Enfim, os chocolates quase compensavam. Os chás. Ai, os chás.
Vim carregada pra casa. E tive um jantar glorioso. Dos melhores, apesar da exaustão.
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2 comentários:
Ai Lu, tudo muito lindo... que vontade viu... eu fico sonhando com o dia em que terei a mesma oportunidade... se é que esse dia existirá um dia...
claro que terá. eu esperei anos e de repente... e as oportunidades são diferentes, né. e a gente que cria. beijoca, flor.
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