terça-feira, outubro 2

:: Nem mais, nem menos: o ponto ideal da boa mesa

Neste fim de semana, meu pai me pegou para criar. Aquele colo bem quentinho para aplacar o frio e, entre um filme e outro naquela televisão gigante, mimos da cozinha. No sábado me buscou para irmos ao Garabed. Agora é assim, cada sábado e domingo liga alguém diferente para fazer o tour. A reação é sempre a mesma: ficam impressionados como sou bem-orientada e não me perco ali na zona norte. O caminho todo, aliás, faz parte da experiência. E todo mundo fica alerta, também, quando digo: chegamos, é ali naquela porta de alumínio de garagem.

Desta vez, paramos ali no início da rampa da entrada. A fila ia até lá embaixo. E então o garçom informou a espera. Não foi 10 minutos, nem meia hora. "São 50 minutos ou mais". Desistimos na hora. Não que não valesse a pena esperar. A gente sabe que vale. Mas "50 minutos ou mais", dá aquela impaciência que pode colocar tudo a perder. Também não é pelo tempo em si, pois, sair da zona norte e ir até a zona oeste e achar um outro restaurante, talvez demorasse o mesmo, ou mais. Mas ficar parado, no frio, mal-acomodado...

Fomos até o caixa, na frente da cozinha aberta, onde fica aquele belo forno a lenha e abrimos todos os freezers para escolher o que levar para casa. Foram esfihas, homus, babaganouj, pãezinhos, charutinho de uva... Tudo embalado e pago, pegamos o carro sentido Rua Sergipe.






Ai, que presente. Enfim, chegamos ao Carlota, da Carla Pernambuco (adoro esses turnos emendados do almoço até o jantar). O cardápio é aquela coisa: só de ler, sua boca vai salivando e preparando suas papilas e seu estômago para o que vem pela frente. Começamos com os pastéizinhos de alho-poró e camarão. Uma perdição, o recheio era praticamete um creme, com sabores equilibrados... A fritura no ponto ideal, deixou a massa crocante e sem nada de gordura extra, escorrendo - ficou sequinha.

Na taça, um delicioso Los Vascos - Domaines Barons de Rothschild (Lafite) -, produzido em uma das vinícolas mais tradicionais do Chile - um tinto encorpado e seco, que adoro, apesar de não entender muito desse mundo das uvas...

Para o principal, ele pediu carne e eu fiquei nos frutos do mar. Chegaram ao mesmo tempo à mesa um filé mignon ao molho de vinho do Porto e balsâmico e risoto de figos e os meus camarões suculentíssimos empanados com algum creme que ainda não descobri exatamente o que é, ao lado de um risoto al dente de Parma.

A sobremesa fechou o almoço em altíssimo nível: um bolo quente de banana com sorvete de canela. É, na verdade, uma espécie de petit gâteau, é o mesmo formato e o mesmo princípio. Então, quando você dá a primeira colherada, sai aquela bananada de dentro com consistência de geléia e esparrama no seu prato, misturando, delicadamente, com o sorvete de canela que estava ali ao lado, estrategicamente posicionado. Um arraso.

Depois disso, quem resiste ao novo livro de receitas? Eu recomendo: "As Doceiras", de Carla Pernambuco. Só com quitutes incríveis e imperdíveis. Nesta semana, tem festa!

Bolo quente e cremoso de banana

400 g de bananada cremosa
200 g de manteiga
4 ovos
4 gemas
1/2 xíc. + 2 col. (sipa) de açúcar
1/2 xíc. de farinha de trigo peneirada
manteiga para untar
Sorvete para acompanhar

Derreta a bananada no microondas ou em banho-maria.
Numa tigela, junte a bananada, os ovos, as gemas e misture bem com um batedor de mão ou um fouet. Acrescente o açúcar e a farinha. Misture até formar uma massa homogênea. Unte 10 forminhas individuais com manteiga e distribua a massa. Leve ao forno por 8 minutos. Sirva quente, acompanhado de sorvete a sua escolha.

10 porções.

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