quarta-feira, setembro 5

:: Antes do discurso, pilulinhas sobre o show do Drexler

1.

Primeiro que foi um inferno estacionar. Combinei de encontrar a Dri lá mesmo porque ela ia sair correndo da Folha e eu ia sair correndo do inglês. Cheguei em um segundo, mas não tinha mais vaga no estacionamento nem na rua. Isso me mata. Aquelas ruas são escuras e eu morro de medo. Mas, enfim, parei. Em cima da hora, mas parei.

Andando até o Sesc Pinheiros, ouvi um diálogo dos guardadores de carro. São os diálogos prediletos.

- Quem vem hoje aí? - um dos caras pergunta pra uma menina que foi pegar alguma coisa no carro
- Jorge Drexler.

O outro ouve e vem correndo lá de longe, gritando:

- Jorge Desxeler, Jorge Desxeler! - pronunciando mais ou menos assim: des-quisi-ler

- Ah, tá... - o outro responde. O filho... O Jorge filho...

Vai entender, né?

***

2.

Chegamos no teatro, sentamos. As nossas cadeiras eram a terceira e quarta da fileira, do corredor pra dentro. Na primeira, tinha um garoto sentado, uma vaga e as nossas em seguida. Sentamos. Pouco depois, ainda com todo mundo se movimentando, procurando seus lugares, luz acesa e aquele agito todo, o mesmo garoto vira pra gente e diz:

- Vocês podem guardar meu lugar um pouco?

E a gente disse sim. Pra que entender as perguntas que as pessoas fazem, né? Como assim "guarda pra mim"? Os lugares são numerados, cada um tem seu ingresso, seu assento. Depois ele voltou. E, atenção, agradeceu!!! rarara

***

2b.

Chega uma amiga dele (uma menina lá do Sesc mesmo) e senta do lado. Pouco depois de começar o show, levanta, sai, e nunca mais volta. A cadeira ficou vazia. Bem na minha frente, tava um cara de uma cabeça que meu Deus. A Dri perguntou se a menina ia voltar, se a gente podia sentar ali. Ele disse que sim, ela ia voltar. Mas passou tanto tempo e a menina não voltou que acho que ele ficou constrangido.

- Olha, pode pular pra cá. Se minha amiga aparecer eu aviso.

A Dri abriu alas pra que eu passasse e cochichou "Senta você porque ese cara é mala". Sentei.

Passa um minuto e o Drexler anuncia a próxima música, numa versão dele, "A Idade do Céu", que o Paulinho Moska gravou no "Tudo Novo De Novo". Eis que o garoto segura o meu braço e pergunta: "Meu, você conhece essa música? Nossa, essa música...". Eu disse que sim e logo comecei a cantar junto. Foi muito bizarro. Mas, ao mesmo tempo, eu entendi, sabe? Ele sentiu um treco tão forte que precisou compartilhar. Eu sinto isso nos shows classudos, que mexem comigo, com as menórias, com o remelexo! É foda!

Mais um tempo e o Drexler disse que ia cantar "Disneylandia", do Arnaldo Antunes. Explicou isso e aquilo sobre a música e começou. O garoto, de novo, se volta pra mim: "Você que sabe tudo sobre o Drexler, que música é essa?" A minha primeira reação foi virar pra Dri pra confirmar. Confirmei e passei a info adiante. Porque como assim o cara tá perguntando sobre a música que foi detalhadamente apresentada? Será que de repente euzinha tinha entendido tudo errado? Mas não. E, atenção, como assim "você que sabe tudo sobre o Drexler"??? rara

O show acabou. Eu e Dri fomos aplaudir o bis lá de pertinho, na escada. E pedir mais. E mais. E mais.

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