:: Coisas para repetir
Ali tem sempre vasinhos com miniflores de verdade no banheiro, um saleiro automático todo moderno que processa o sal-grosso e deixa a salada mais gostosa ainda, água com gás gelada para acompanhar o vinho tinto que certamente será aberto. Ali tem sempre alguma cantora do jazz tocando em bom som, meia-luz, as pessoas certas e as conversas da vida.
quinta-feira, dezembro 13
sexta-feira, dezembro 7
:: Bom pra mim ou pra você?
Tem gente que começa a trabalhar com comida e fica chata. Não acha nada bom, avalia tudo o tempo todo. Eu me policio pra não acabar assim. Presto sempre atenção na comida, claro, mas não fico numa neura em tudo quanto é lugar. A chance da coisa virar um pesadelo só cresce porque a tendência é achar defeito em tudo. Natural. Por outro lado, não consigo evitar minha exigência extrema com o serviço. Eu saio para comer para ser, entre outros, bem atendida. Muito bem atendida. Eu gosto de tudo nos trinques, gosto de chegar e ser recebida com cardápio na mesa, como deve ser. Gosto de pedir as bebidas rapidamente ou de ter qualquer tipo de ajuda se quiser escolher um vinho. Gosto que o couvert seja delicadamente oferecido e, se por um acaso eu não quiser, tenho de me sentir muitíssimo à vontade para dizer “não, obrigada”.
Fato é que, nas últimas voltas por aí, tem acontecido algo que me irrita profundamente e, tem quem diga, que é o auge do bom serviço. Discordo. Me lembro da primeira vez que registrei o fato na minha cabeça. Eu estava em Salvador, correndo por todos os restaurantes do Nordeste como repórter do guia Unicard, da Bei, e fui ao elegantíssimo (e bem empinado) Trapiche Adelaide. Os momentos mais difíceis na viagem (que durou dois meses) era comer sozinha nesses lugares sofisticados nos quais os garçons ficam te rodeando sem descanso. Eles já são assim normalmente. Quando uma menina aparece sozinha, então, a coisa ganha corpo de uma forma assustadora - ou porque é uma menina, ou pela estranheza da coisa (não é natural ir a lugares desse perfil sozinha).
Enfim, garçom sempre tem de estar atento e a postos. Sempre. Mas essa coisa de ficar servindo a sua bebida sem parar, é constrangedora. Primeiro porque quem disse que eu queria aquele gole? Quem disse que o gelo não derreteu e aquilo tudo está aguado e eu quero, de repente, trocar de copo? Quem disse que eu quero beber naquela velocidade? E ainda não é o pior. O pior é essa “mania” dos restaurantes-mais-que-chiques de deixar o seu refrigerante fora da sua mesa, apoiado longe, em uma mesinha onde somente eles têm o total controle.
E então, eles vão e vêm com as latinhas, te servem loucamente (e com toda a elegância, claro) e, se acaba, eles simplesmente abrem outra e continuam te servindo como se nada tivesse acontecido. Ninguém pergunta se você quer outra, ninguém quer saber se, por um acaso, você quer mudar de refrigerante ou resolveu optar por aquele vinho incrível da adega. Mais tarde, a conta chega com milhões de refrigerantes que você simplesmente não pediu, mas tomou. Que custam absurdos R$ 5 ou coisa que o valha. Não estou falando de preço. Normalmente, quem é habitué desses lugares tem mesmo dinheiro. Estou falando da concepção que está por trás disso.
Nestes últimos dias, passei por isso algumas vezes, durante uma matéria (que, lógico, não tem nada a ver com isso) que estou apurando aos poucos. Sempre em restaurantes com o mesmo perfil. Tem quem diga que essa é a forma mais adequada de um bom atendimento. Eu discordo.
Tem gente que começa a trabalhar com comida e fica chata. Não acha nada bom, avalia tudo o tempo todo. Eu me policio pra não acabar assim. Presto sempre atenção na comida, claro, mas não fico numa neura em tudo quanto é lugar. A chance da coisa virar um pesadelo só cresce porque a tendência é achar defeito em tudo. Natural. Por outro lado, não consigo evitar minha exigência extrema com o serviço. Eu saio para comer para ser, entre outros, bem atendida. Muito bem atendida. Eu gosto de tudo nos trinques, gosto de chegar e ser recebida com cardápio na mesa, como deve ser. Gosto de pedir as bebidas rapidamente ou de ter qualquer tipo de ajuda se quiser escolher um vinho. Gosto que o couvert seja delicadamente oferecido e, se por um acaso eu não quiser, tenho de me sentir muitíssimo à vontade para dizer “não, obrigada”.
Fato é que, nas últimas voltas por aí, tem acontecido algo que me irrita profundamente e, tem quem diga, que é o auge do bom serviço. Discordo. Me lembro da primeira vez que registrei o fato na minha cabeça. Eu estava em Salvador, correndo por todos os restaurantes do Nordeste como repórter do guia Unicard, da Bei, e fui ao elegantíssimo (e bem empinado) Trapiche Adelaide. Os momentos mais difíceis na viagem (que durou dois meses) era comer sozinha nesses lugares sofisticados nos quais os garçons ficam te rodeando sem descanso. Eles já são assim normalmente. Quando uma menina aparece sozinha, então, a coisa ganha corpo de uma forma assustadora - ou porque é uma menina, ou pela estranheza da coisa (não é natural ir a lugares desse perfil sozinha).
Enfim, garçom sempre tem de estar atento e a postos. Sempre. Mas essa coisa de ficar servindo a sua bebida sem parar, é constrangedora. Primeiro porque quem disse que eu queria aquele gole? Quem disse que o gelo não derreteu e aquilo tudo está aguado e eu quero, de repente, trocar de copo? Quem disse que eu quero beber naquela velocidade? E ainda não é o pior. O pior é essa “mania” dos restaurantes-mais-que-chiques de deixar o seu refrigerante fora da sua mesa, apoiado longe, em uma mesinha onde somente eles têm o total controle.
E então, eles vão e vêm com as latinhas, te servem loucamente (e com toda a elegância, claro) e, se acaba, eles simplesmente abrem outra e continuam te servindo como se nada tivesse acontecido. Ninguém pergunta se você quer outra, ninguém quer saber se, por um acaso, você quer mudar de refrigerante ou resolveu optar por aquele vinho incrível da adega. Mais tarde, a conta chega com milhões de refrigerantes que você simplesmente não pediu, mas tomou. Que custam absurdos R$ 5 ou coisa que o valha. Não estou falando de preço. Normalmente, quem é habitué desses lugares tem mesmo dinheiro. Estou falando da concepção que está por trás disso.
Nestes últimos dias, passei por isso algumas vezes, durante uma matéria (que, lógico, não tem nada a ver com isso) que estou apurando aos poucos. Sempre em restaurantes com o mesmo perfil. Tem quem diga que essa é a forma mais adequada de um bom atendimento. Eu discordo.
:: Descobertas para guardar
No meio de um monte de conversa informal, aprendi com a Giuliana Bastos duas coisas que anotei.
A primeira, ela aprendeu com a Beth, chef e dona do delicioso e sempre muito bem-cuidado bufê Beth Cozinha de Estar, no Itaim. Eu estava comentando que, depois do purê da minha avó, o melhor é o da cantina Nello´s, em Pinheiros, com preços ótimos. E então ela me contou que uma boa forma de fazer um purê bem cremoso é cozinhar as batatas no leite. Vou testar.
Depois, falando sobre café (aliás, um parênteses, leiam a matéria que saiu ontem na Ilustrada, no caderno Comida, "Caçador de Café", que está um brilho), ela me explicou algo que aprendeu com o craque Ensei Neto: quando for fazer café coado em casa, "despreze os últimos 50 a 100 ml de água, pois eles retêm grande parte de cafeína e de seu amargor".
No meio de um monte de conversa informal, aprendi com a Giuliana Bastos duas coisas que anotei.
A primeira, ela aprendeu com a Beth, chef e dona do delicioso e sempre muito bem-cuidado bufê Beth Cozinha de Estar, no Itaim. Eu estava comentando que, depois do purê da minha avó, o melhor é o da cantina Nello´s, em Pinheiros, com preços ótimos. E então ela me contou que uma boa forma de fazer um purê bem cremoso é cozinhar as batatas no leite. Vou testar.
Depois, falando sobre café (aliás, um parênteses, leiam a matéria que saiu ontem na Ilustrada, no caderno Comida, "Caçador de Café", que está um brilho), ela me explicou algo que aprendeu com o craque Ensei Neto: quando for fazer café coado em casa, "despreze os últimos 50 a 100 ml de água, pois eles retêm grande parte de cafeína e de seu amargor".
sábado, dezembro 1
:: Cão de aluguel
Outro fim de semana, meu celular apitou pela manhã:
"Morning neighbour. Tá dormindo? Acorda e vem me visitar no número 951".
Ele finalmente tinha voltado pra São Paulo (depois de morar na Austrália, no Rio, em Cumuru, na Bahia...). Agora é de verdade. Simplesmente o irmão que eu escolhi se mudou para a mesma rua que a minha. Umas casas pra lá, naquela parte com mais árvores ali. Como se não bastasse, trouxe meus afilhados e meu filho postiço.
Desde que Mordred nasceu, ele virou meio meu. Depois foi crescer no meio do mato da Bahia, na praia, aquela coisa saudável, que deixou ele um pouco magro e selvagem e não tão carinhoso como poderia ser se tivesse crescido ao meu lado. Fato é que agora a família voltou completa. E eu ganhei meu cachorro de novo, com casa e tudo. Ele fica uns números pra frente e eu posso buscá-lo pra passear a hora que eu bem entender e nem preciso limpar os estragos que ele faz dentro de casa, um luxo. Outro dia foi assim. Acordamos bem cedinho e fomos dar uma volta no bairro em família. Olha que coisa (ele é o de cima da direita, com coleira preta):
Outro fim de semana, meu celular apitou pela manhã:
"Morning neighbour. Tá dormindo? Acorda e vem me visitar no número 951".
Ele finalmente tinha voltado pra São Paulo (depois de morar na Austrália, no Rio, em Cumuru, na Bahia...). Agora é de verdade. Simplesmente o irmão que eu escolhi se mudou para a mesma rua que a minha. Umas casas pra lá, naquela parte com mais árvores ali. Como se não bastasse, trouxe meus afilhados e meu filho postiço.
Desde que Mordred nasceu, ele virou meio meu. Depois foi crescer no meio do mato da Bahia, na praia, aquela coisa saudável, que deixou ele um pouco magro e selvagem e não tão carinhoso como poderia ser se tivesse crescido ao meu lado. Fato é que agora a família voltou completa. E eu ganhei meu cachorro de novo, com casa e tudo. Ele fica uns números pra frente e eu posso buscá-lo pra passear a hora que eu bem entender e nem preciso limpar os estragos que ele faz dentro de casa, um luxo. Outro dia foi assim. Acordamos bem cedinho e fomos dar uma volta no bairro em família. Olha que coisa (ele é o de cima da direita, com coleira preta):
sábado, novembro 24
:: O que fazer em meio dia
O relógio marca 12h agora e eu já ganhei o mundo. É muito bom acordar cedo num sábado ensolarado, depois de ter dormido muito bem. Resolvi as pendências (da vida) pela manhã, em boa companhia. Depois fui à manicure e saí de lá sozinha, a pé, de unhas clarinhas, num clima verão. Tudo nos trinques. Estava com preguiça de voltar andando - é uma caminhada considerável e eu tinha deixado meu iPod em casa - mas quando respirei fundo, pensei num trajeto delicioso, ali por aqueles meios da Gabriel Monteiro da Silva. Foi uma delícia. Fui olhando as vitrines de lojas de casa, que eu adoro. Uma parada rápida na Mara Mello para apreciar aquela vitrine deslumbrante de doces. Entrei, fucei, perguntei os preços, mas não comprei nada. Doce não combina com manhã de sábado de sol (ufa!). Atravessei a rua e pensei "que vontade de um almoço judaico aqui na calçada do Z-Deli". Depois, entrei naquele meinho de algum dos Jardins e fui olhando todas as casas lindíssimas do caminho – numa ótima, protegida pela sombra das árvores.
Quando eu era menor, eu andava por ali. E foi a primeira vez que vi um quarto de janelão aberto com um armário gigantesco só de sapatos. Ok. Um armário de sapatos é algo incrível e não é tão incomum assim (mulher ama um sapato novo), mas, naquela idade, eu não conseguia entender aquilo. Enfim. Passei na frente desta mesma casa, dei uma olhada e parei ali adiante, numa praça muito gostosa, cheia de cachorro e crianças. Observei, pensei em algumas coisas da vida, e segui.
Chegou a hora de atravessar a Rebouças e o passeio perdeu todo o charme. Fiquei com vontade imensa de chegar em casa e tomar um banho gelado e uma água de coco. Até a hora do almoço, vou ficar aqui escrevendo meu texto para a prova de inglês. Hoje vou fazer aquele almoço tardio, com os amigos, na calçada. Carninha na chapa e salada fresca.
O relógio marca 12h agora e eu já ganhei o mundo. É muito bom acordar cedo num sábado ensolarado, depois de ter dormido muito bem. Resolvi as pendências (da vida) pela manhã, em boa companhia. Depois fui à manicure e saí de lá sozinha, a pé, de unhas clarinhas, num clima verão. Tudo nos trinques. Estava com preguiça de voltar andando - é uma caminhada considerável e eu tinha deixado meu iPod em casa - mas quando respirei fundo, pensei num trajeto delicioso, ali por aqueles meios da Gabriel Monteiro da Silva. Foi uma delícia. Fui olhando as vitrines de lojas de casa, que eu adoro. Uma parada rápida na Mara Mello para apreciar aquela vitrine deslumbrante de doces. Entrei, fucei, perguntei os preços, mas não comprei nada. Doce não combina com manhã de sábado de sol (ufa!). Atravessei a rua e pensei "que vontade de um almoço judaico aqui na calçada do Z-Deli". Depois, entrei naquele meinho de algum dos Jardins e fui olhando todas as casas lindíssimas do caminho – numa ótima, protegida pela sombra das árvores.
Quando eu era menor, eu andava por ali. E foi a primeira vez que vi um quarto de janelão aberto com um armário gigantesco só de sapatos. Ok. Um armário de sapatos é algo incrível e não é tão incomum assim (mulher ama um sapato novo), mas, naquela idade, eu não conseguia entender aquilo. Enfim. Passei na frente desta mesma casa, dei uma olhada e parei ali adiante, numa praça muito gostosa, cheia de cachorro e crianças. Observei, pensei em algumas coisas da vida, e segui.
Chegou a hora de atravessar a Rebouças e o passeio perdeu todo o charme. Fiquei com vontade imensa de chegar em casa e tomar um banho gelado e uma água de coco. Até a hora do almoço, vou ficar aqui escrevendo meu texto para a prova de inglês. Hoje vou fazer aquele almoço tardio, com os amigos, na calçada. Carninha na chapa e salada fresca.
quinta-feira, novembro 22
:: Para você, o que você gosta
Eu não sou das mais fãs de Marisa Monte. Nunca fui. Mas acho ela uma gênia para escolher os parceiros e os repertórios dos discos. O que eu gosto 100% (e único que tenho original), é o "Mais". Deve ter um pouco a ver com o momento em que eu ouvia. Uma coisa de pré-adolescente com aqueles milhões de problemas, mas com momentos de felicidade suprema para equilibrar. Com certeza tem a ver com isso.
Outro dia, resolvi ouvir no carro um daqueles discos que montei pro Bardot (aquele incrível cabeleireiro da Vila Madalena). E lá estava "Diariamente", que eu sempre jurei que tinha letra de Arnaldo Antunes, mas não. Quem escreveu foi o Nando Reis.
E então eu entrei numa viagem deliciosa ao passado de quando eu estava na escola. Quando eu era pequena, eu amava as aulas de matemática e de educação física. E odiava química (que ainda estava dentro da matéria "ciências") e artes. Eu odiava aula de artes porque nunca soube desenhar. Eu nunca soube pintar. Eu nunca soube fazer nada de argila.
Mas, no meio disso tudo, teve uma aula que não vou esquecer mais. Ouvimos "Diariamente". Uma. Duas. Três vezes. Naquela sala deliciosa, inteira de vidro, com piso de cimento queimado e mesonas - podíamos nos debruçar sobre. Tínhamos de prestar atenção na letra e mergulhamos todos juntos naquilo. Lembro do sol que batia.
Depois, a proposta era desenhar (ou qualquer coisa desse mundo complexo da arte) alguma coisa que tivesse a ver com a música. Nessa hora, eu travei. Todos os meus rabiscos saiam abaixo da minha média de perfeccionista. Uma das minhas melhores amigas fez um trabalho lindo de morrer de um jacaré preso numa calota. Filha de artista, claro.
Foi assim. Fui andando de carro e aumento o som e a história voltou inteira e eu vivi tudo de novo.
Eu não sou das mais fãs de Marisa Monte. Nunca fui. Mas acho ela uma gênia para escolher os parceiros e os repertórios dos discos. O que eu gosto 100% (e único que tenho original), é o "Mais". Deve ter um pouco a ver com o momento em que eu ouvia. Uma coisa de pré-adolescente com aqueles milhões de problemas, mas com momentos de felicidade suprema para equilibrar. Com certeza tem a ver com isso.
Outro dia, resolvi ouvir no carro um daqueles discos que montei pro Bardot (aquele incrível cabeleireiro da Vila Madalena). E lá estava "Diariamente", que eu sempre jurei que tinha letra de Arnaldo Antunes, mas não. Quem escreveu foi o Nando Reis.
E então eu entrei numa viagem deliciosa ao passado de quando eu estava na escola. Quando eu era pequena, eu amava as aulas de matemática e de educação física. E odiava química (que ainda estava dentro da matéria "ciências") e artes. Eu odiava aula de artes porque nunca soube desenhar. Eu nunca soube pintar. Eu nunca soube fazer nada de argila.
Mas, no meio disso tudo, teve uma aula que não vou esquecer mais. Ouvimos "Diariamente". Uma. Duas. Três vezes. Naquela sala deliciosa, inteira de vidro, com piso de cimento queimado e mesonas - podíamos nos debruçar sobre. Tínhamos de prestar atenção na letra e mergulhamos todos juntos naquilo. Lembro do sol que batia.
Depois, a proposta era desenhar (ou qualquer coisa desse mundo complexo da arte) alguma coisa que tivesse a ver com a música. Nessa hora, eu travei. Todos os meus rabiscos saiam abaixo da minha média de perfeccionista. Uma das minhas melhores amigas fez um trabalho lindo de morrer de um jacaré preso numa calota. Filha de artista, claro.
Foi assim. Fui andando de carro e aumento o som e a história voltou inteira e eu vivi tudo de novo.
quarta-feira, novembro 21
segunda-feira, novembro 19
:: Vendendo o peixe
Nessa peregrinação pelos restaurantes caríssimos de São Paulo (que faz parte de uma pauta que estou fazendo em conjunto que, depois de publicada, pretendo contar detalhes extras aqui), percebi que, durante os fins de semana, no almoço, é comum ter um rapaz na porta vendendo cartões para a Mega-sena. Passamos batido por um deles no sábado. Mas hoje foi impossível: o cara realmente era bom de marketing. Se aproximou e disse: "você gostaria de 17 milhões de reais?" Quem responde que não?
Nessa peregrinação pelos restaurantes caríssimos de São Paulo (que faz parte de uma pauta que estou fazendo em conjunto que, depois de publicada, pretendo contar detalhes extras aqui), percebi que, durante os fins de semana, no almoço, é comum ter um rapaz na porta vendendo cartões para a Mega-sena. Passamos batido por um deles no sábado. Mas hoje foi impossível: o cara realmente era bom de marketing. Se aproximou e disse: "você gostaria de 17 milhões de reais?" Quem responde que não?
:: Um domingo dos sonhos
Uma das coisas mais gostosas da vida é estar com os amigos. Hoje foi um dia cheio de momentos especiais: uma mistura perfeita de boa companhia, boa música e boa comida.
Chegamos na casa do casal-que-a-gente-adora lá pelas quatro da tarde. Antes disso, eu já tinha trabalhado um monte e eles tinham andado no parque com o cachorro (coisa de saudável). Antes de ir pra lá, passamos em um restaurante português na Vila Madalena para comprar pastéis de Santa Clara. Explico: ela ia nos receber para um almoço feito a quatro mãos e a gente ficou responsável pelos três tipos de coca (!) e pela sobremesa. Ela estava com desejo dos pastéis e nós, por outro lado, gostamos de fazer esses pequenos agrados.
O livro da Dona Benta estava aberto sobre a bancada de mármore preto da cozinha, que eu acho um charme, enquanto aquele cheirinho de tempero tomava conta da casa. Boa música no iPod ligado ao som + frestas de sol entrando na sala. Uma delícia.
Ali estava a receita do frango xadrez. Eu entrei, dei uma olhada e pedi licença para abrir a geladeira e guardar as bebidas e as sobremesas (levamos também sorvete com bobagens para incrementar). Ao mesmo tempo, o arroz integral estava na panela Zojirushi quase pronto. A comida está na mesa. Na verdade, fomos até o fogão nos servir e comemos como manda o figurino: hashis e tudo!
Tudo nos trinques. Para finalizar o prato, cada um colocava sobre sua porção um temperinho seco delicioso desses mercados orientais que alucinam a gente. Uma mistura de gergelim, sardinha desidratada, algas, shoyu e sal... Uma beleza...
Pós-sobremesa, sentamos ali no quintal para conversar sobre tudo. Ele ofereceu Amarula, mas estava esquisita, então concluímos com uma tacinha linda (foto) de Limoncello (licor de limão da região de Capri, Itália) devidamente gelado, trazido de Nápoles (mais charme ao ritual).
Depois, um momento papo de menininhas e, já à noite, fomos ali no computador pegar os highlights para o meu iPod. Claro, não deu tempo nem para o começo. Logo mais era hora de sair, em pleno domingão, para uma pauta em mais um restaurante (haja!). Mesmo assim, no balanço eu saí no lucro: mais um pouco de jazz e funk para alegrar o meu shuffle.
Uma das coisas mais gostosas da vida é estar com os amigos. Hoje foi um dia cheio de momentos especiais: uma mistura perfeita de boa companhia, boa música e boa comida.
Chegamos na casa do casal-que-a-gente-adora lá pelas quatro da tarde. Antes disso, eu já tinha trabalhado um monte e eles tinham andado no parque com o cachorro (coisa de saudável). Antes de ir pra lá, passamos em um restaurante português na Vila Madalena para comprar pastéis de Santa Clara. Explico: ela ia nos receber para um almoço feito a quatro mãos e a gente ficou responsável pelos três tipos de coca (!) e pela sobremesa. Ela estava com desejo dos pastéis e nós, por outro lado, gostamos de fazer esses pequenos agrados.
O livro da Dona Benta estava aberto sobre a bancada de mármore preto da cozinha, que eu acho um charme, enquanto aquele cheirinho de tempero tomava conta da casa. Boa música no iPod ligado ao som + frestas de sol entrando na sala. Uma delícia.
Ali estava a receita do frango xadrez. Eu entrei, dei uma olhada e pedi licença para abrir a geladeira e guardar as bebidas e as sobremesas (levamos também sorvete com bobagens para incrementar). Ao mesmo tempo, o arroz integral estava na panela Zojirushi quase pronto. A comida está na mesa. Na verdade, fomos até o fogão nos servir e comemos como manda o figurino: hashis e tudo!
Tudo nos trinques. Para finalizar o prato, cada um colocava sobre sua porção um temperinho seco delicioso desses mercados orientais que alucinam a gente. Uma mistura de gergelim, sardinha desidratada, algas, shoyu e sal... Uma beleza...
Pós-sobremesa, sentamos ali no quintal para conversar sobre tudo. Ele ofereceu Amarula, mas estava esquisita, então concluímos com uma tacinha linda (foto) de Limoncello (licor de limão da região de Capri, Itália) devidamente gelado, trazido de Nápoles (mais charme ao ritual).
Depois, um momento papo de menininhas e, já à noite, fomos ali no computador pegar os highlights para o meu iPod. Claro, não deu tempo nem para o começo. Logo mais era hora de sair, em pleno domingão, para uma pauta em mais um restaurante (haja!). Mesmo assim, no balanço eu saí no lucro: mais um pouco de jazz e funk para alegrar o meu shuffle.
sábado, novembro 17
sexta-feira, novembro 16
:: A quinta-domingo
Ato 1: Good Morning
E eu, que pensei que nunca mais fosse ter feriado, estou aqui, de pernas para o ar. Hoje foi assim: uma quinta com cara de domingo. Mas acabou perfeita porque, na verdade, era mesmo uma quinta e não um domingo.
Acordei. Aquela chuva. Peguei o jornal, li. Conversei um pouco na sala, tomando um café Santo Grão coado. Depois, voltei pra cama e dormi tudo de novo. Sem culpa. Energias recuperadas, uma delícia.
Ato 2: As canções mais lindas do mundo
Levantei pela segunda vez encanada com uma música do Caetano. Eu estava puta comigo mesma: como eu consigo cantarolar a melodia da música e não lembro - jamais - do nome e do disco para ouvir e repetir? Sou mesmo meio esquecida com nomes e afins. Mas... Caetano? Tenho todos os discos. Podia percorrer tranqüilamente a prateleira ali na letra “c” da ala “MPB” e.... pronto! Nada. Não lembrei, mas também não desisti.
Eu lembrava, ao menos, o motivo que tinha feito a melodia grudar na minha cabeça. Outro dia, ao acaso, revi "Eros". Aquele filme com três momentos que falam de amor, um de Michelangelo Antonioni, outro de Steven Soderbergh e, o último, de Kar Wai Wong (mesmo de "Amor à Flor da Pele"). Não sei bem porque vi pela segunda vez se, logo na primeira, saí irritada do cinema - não gostei nem um pouco de duas, das três histórias. Acho que foram as circunstâncias - tenho pensado nessa coisa das circunstâncias ultimamente...
E então, no final do Antonioni para o Soderbergh, desenhos com o fundo de... Caetano Veloso. Fucei e descobri que a música era justamente " Michelangelo Antonioni". Depois ficou fácil achar o disco e, ao mesmo tempo, lembrar um dos únicos bons motivos para ouvir "Noites do Norte". Foi assim. Almocinho em casa ouvindo Caetano no repeat.
Ato 3: Telão
Fiz algumas coisas burocráticas (quem escapa?) e o dia já estava com cara de noite. Enrolei um pouco fora de casa e chegou a hora de ir para o cinema. Assisti "Crimes de Autor", do Lelouch. É inteiro bom. É inteiro incrível. A gente até desacredita. Na verdade, essa sensação boa que bons filmes trazem se repetiu algumas vezes durante a Mostra. Mas "Crimes de Autor" deixei para ver depois da estréia no circuito. Dito e feito. Vale muito a pena.
Ato 4: Voltando para casa...
As luzes já estavam apagadas, como costuma ser. Sempre sou a última a chegar e a última a dormir. Mas ela gritou lá do quarto e eu entrei. Estava lendo o final do livro que não larga. Conversa rápida para avisar que “tem quitutes da Douce France ali na cozinha”... Fui até lá agradecendo. É muito luxo acabar um feriado com croissants e mil-folhas de Fabrice Lenud.
Ato 5: Antes de ir "já pra cama"
A fórmula perfeita: escrevo um pouco, enquanto atualizo o iPod com as melhores coisas: o disco mais recente do Joshua, Zé da Velha, D'Angelo... Carrego a bateria e: estou pronta para amanhã.
Ato 1: Good Morning
E eu, que pensei que nunca mais fosse ter feriado, estou aqui, de pernas para o ar. Hoje foi assim: uma quinta com cara de domingo. Mas acabou perfeita porque, na verdade, era mesmo uma quinta e não um domingo.
Acordei. Aquela chuva. Peguei o jornal, li. Conversei um pouco na sala, tomando um café Santo Grão coado. Depois, voltei pra cama e dormi tudo de novo. Sem culpa. Energias recuperadas, uma delícia.
Ato 2: As canções mais lindas do mundo
Levantei pela segunda vez encanada com uma música do Caetano. Eu estava puta comigo mesma: como eu consigo cantarolar a melodia da música e não lembro - jamais - do nome e do disco para ouvir e repetir? Sou mesmo meio esquecida com nomes e afins. Mas... Caetano? Tenho todos os discos. Podia percorrer tranqüilamente a prateleira ali na letra “c” da ala “MPB” e.... pronto! Nada. Não lembrei, mas também não desisti.
Eu lembrava, ao menos, o motivo que tinha feito a melodia grudar na minha cabeça. Outro dia, ao acaso, revi "Eros". Aquele filme com três momentos que falam de amor, um de Michelangelo Antonioni, outro de Steven Soderbergh e, o último, de Kar Wai Wong (mesmo de "Amor à Flor da Pele"). Não sei bem porque vi pela segunda vez se, logo na primeira, saí irritada do cinema - não gostei nem um pouco de duas, das três histórias. Acho que foram as circunstâncias - tenho pensado nessa coisa das circunstâncias ultimamente...
E então, no final do Antonioni para o Soderbergh, desenhos com o fundo de... Caetano Veloso. Fucei e descobri que a música era justamente " Michelangelo Antonioni". Depois ficou fácil achar o disco e, ao mesmo tempo, lembrar um dos únicos bons motivos para ouvir "Noites do Norte". Foi assim. Almocinho em casa ouvindo Caetano no repeat.
Ato 3: Telão
Fiz algumas coisas burocráticas (quem escapa?) e o dia já estava com cara de noite. Enrolei um pouco fora de casa e chegou a hora de ir para o cinema. Assisti "Crimes de Autor", do Lelouch. É inteiro bom. É inteiro incrível. A gente até desacredita. Na verdade, essa sensação boa que bons filmes trazem se repetiu algumas vezes durante a Mostra. Mas "Crimes de Autor" deixei para ver depois da estréia no circuito. Dito e feito. Vale muito a pena.
Ato 4: Voltando para casa...
As luzes já estavam apagadas, como costuma ser. Sempre sou a última a chegar e a última a dormir. Mas ela gritou lá do quarto e eu entrei. Estava lendo o final do livro que não larga. Conversa rápida para avisar que “tem quitutes da Douce France ali na cozinha”... Fui até lá agradecendo. É muito luxo acabar um feriado com croissants e mil-folhas de Fabrice Lenud.
Ato 5: Antes de ir "já pra cama"
A fórmula perfeita: escrevo um pouco, enquanto atualizo o iPod com as melhores coisas: o disco mais recente do Joshua, Zé da Velha, D'Angelo... Carrego a bateria e: estou pronta para amanhã.
:: Ai, os abacaxis
Confesso: eu continuo ganhando os tais dos abacaxis, cuidadosamente desenhados na lousa, nas aulas de inglês. É praticamente mais forte que eu. Quanto mais eu falo inglês, mas eu falo português. Porque olha só o processo: quanto mais eu falo inglês na aula, mais interajo. Quanto mais interação, mais eu tenho aqueles surtos de querer me expressar super. Aí o português aparece e não tem mesmo jeito. Ok, tentei recorrer à listinha lá embaixo. Anotei as dicas que vieram nos comentários e tudo - impecável. Depois, quando tentei usar, percebi que não dá: eu sou uma lady e as sugestões foram todas meio indelicadas. Prefiro seguir com os meus abacaxis...
Confesso: eu continuo ganhando os tais dos abacaxis, cuidadosamente desenhados na lousa, nas aulas de inglês. É praticamente mais forte que eu. Quanto mais eu falo inglês, mas eu falo português. Porque olha só o processo: quanto mais eu falo inglês na aula, mais interajo. Quanto mais interação, mais eu tenho aqueles surtos de querer me expressar super. Aí o português aparece e não tem mesmo jeito. Ok, tentei recorrer à listinha lá embaixo. Anotei as dicas que vieram nos comentários e tudo - impecável. Depois, quando tentei usar, percebi que não dá: eu sou uma lady e as sugestões foram todas meio indelicadas. Prefiro seguir com os meus abacaxis...
quinta-feira, novembro 8
:: Dos pequenos prazeres
Ontem fui jantar no meu pai, comemos uma comidinha deliciosa (ali tudo sempre no maior capricho) com uma tacinha de vinho tinto. Conversamos um monte, como costuma ser. Quando eu estava indo embora, ele fez um pequeno raminho de jasmim branco e amarelo para mim. Para a minha noite ficar perfumada, ele disse.
Ontem fui jantar no meu pai, comemos uma comidinha deliciosa (ali tudo sempre no maior capricho) com uma tacinha de vinho tinto. Conversamos um monte, como costuma ser. Quando eu estava indo embora, ele fez um pequeno raminho de jasmim branco e amarelo para mim. Para a minha noite ficar perfumada, ele disse.
:: O português no inglês
E então desde agosto voltei para as salas de aula. Sou, de novo, uma estudante de inglês e, hoje em dia, é algo que me traz grande satisfação. É legal porque, depois de anos, fui capaz de inventar um mecanismo ótimo que não tem falhado. Sempre fui travada com inglês - sobretudo depois de alguns traumas engraçadissímos de infância. Agora voltei a praticar e soltei a língua. Mesmo assim, vez ou outra bate aquela vergonha de dizer algo errado - algo muito errado. Nesses momentos, eu entro em ação com a minha versão mais engraçada de mim mesma. É perfeito. Todo mundo ri porque você tá sendo engraçada (sempre cola) e as risadas das pessoas ridicularizando o seu erro terrível ficam diluídas ali no meio. Aí, você fica com fama de muito divertida (e as pessoas ficam te amando porque depois de trabalharem horas ainda têm de falar inglês e eu chego com o bom humor para salvar todo mundo - rá!) e, ao mesmo tempo, não se traumatiza ainda mais porque riem dos seus erros. Não é incrível?
Na teoria é. Mas, na prática, a verdade é que eu não consigo me expressar em inglês. O xuxu do meu professor desenha um abacaxi na lousa e coloca o meu nome embaixo. Sempre o meu. Só o meu. Ganha o troféu quem fala português na aula. Eu sou muitíssimo comprometida em falar inglês o tempo todo. Mesmo. Mas, tem momentos especiais em que eu sinto uma necessidade além do meu controle de expressar alguma coisa. E aí solto as minhas manias em português, que os amigos conhecem. Solto, eventualmente, o meu "nooossaaaa", ou "que situação", ou "ai, tô tensa". Imagina falar isso em inglês? Por isso, só por uma liberdade extrema de expressão, eu ganho vez ou outra o tal do abacaxi (é o maior frisson, na verdade).
Eis que ontem saí para jantar com a Dri e contei um pouco essa história toda. E sabe o que ela me prometeu de presente? Uma lista de formas-incontroláveis-de-expressão-em-inglês. Dito e feito, chegou no e-mail há pouco:
Oh my God!
For Christ's sake!
Holy shit!
Fuckin shit!
Fuckin' assroll!
E então desde agosto voltei para as salas de aula. Sou, de novo, uma estudante de inglês e, hoje em dia, é algo que me traz grande satisfação. É legal porque, depois de anos, fui capaz de inventar um mecanismo ótimo que não tem falhado. Sempre fui travada com inglês - sobretudo depois de alguns traumas engraçadissímos de infância. Agora voltei a praticar e soltei a língua. Mesmo assim, vez ou outra bate aquela vergonha de dizer algo errado - algo muito errado. Nesses momentos, eu entro em ação com a minha versão mais engraçada de mim mesma. É perfeito. Todo mundo ri porque você tá sendo engraçada (sempre cola) e as risadas das pessoas ridicularizando o seu erro terrível ficam diluídas ali no meio. Aí, você fica com fama de muito divertida (e as pessoas ficam te amando porque depois de trabalharem horas ainda têm de falar inglês e eu chego com o bom humor para salvar todo mundo - rá!) e, ao mesmo tempo, não se traumatiza ainda mais porque riem dos seus erros. Não é incrível?
Na teoria é. Mas, na prática, a verdade é que eu não consigo me expressar em inglês. O xuxu do meu professor desenha um abacaxi na lousa e coloca o meu nome embaixo. Sempre o meu. Só o meu. Ganha o troféu quem fala português na aula. Eu sou muitíssimo comprometida em falar inglês o tempo todo. Mesmo. Mas, tem momentos especiais em que eu sinto uma necessidade além do meu controle de expressar alguma coisa. E aí solto as minhas manias em português, que os amigos conhecem. Solto, eventualmente, o meu "nooossaaaa", ou "que situação", ou "ai, tô tensa". Imagina falar isso em inglês? Por isso, só por uma liberdade extrema de expressão, eu ganho vez ou outra o tal do abacaxi (é o maior frisson, na verdade).
Eis que ontem saí para jantar com a Dri e contei um pouco essa história toda. E sabe o que ela me prometeu de presente? Uma lista de formas-incontroláveis-de-expressão-em-inglês. Dito e feito, chegou no e-mail há pouco:
Oh my God!
For Christ's sake!
Holy shit!
Fuckin shit!
Fuckin' assroll!
quarta-feira, novembro 7
:: Os papos que surgem em lugares com muita mulher concentrada por metro quadrado
Outro dia fui à depilação e a minha depiladora master não estava. E então fiz "a limpeza" (rá!) com outra "da casa". Normalmente, quando faço esse tipo de coisa com desconhecidas, peço licença com toda a delicadeza, invento aquele papinho de "ai, desculpe, sinto muita, muita dor, preciso me distrair senão grito" e pronto, coloco meu iPod. Na verdade, o que não suporto são os papos. Eu gosto de conversar em geral. Na vida. Mas nessas situações, confesso, ando com um pouco de preguiça. Eis que, desta última vez, resolvi bancar a dama e não ouvi música. Interagi. E então a mocinha começou a conversar. Sempre o tempo, sempre:
- Nossa, mas está um calor insuportável.
- Pois é, eu não gosto desse calor na cidade...
- Nossa, ontem eu estava em casa e fiquei toda molhadinha.
- ...
- Assim, né, molhadinha no bom sentido.
Rá rá rá!
Outro dia fui à depilação e a minha depiladora master não estava. E então fiz "a limpeza" (rá!) com outra "da casa". Normalmente, quando faço esse tipo de coisa com desconhecidas, peço licença com toda a delicadeza, invento aquele papinho de "ai, desculpe, sinto muita, muita dor, preciso me distrair senão grito" e pronto, coloco meu iPod. Na verdade, o que não suporto são os papos. Eu gosto de conversar em geral. Na vida. Mas nessas situações, confesso, ando com um pouco de preguiça. Eis que, desta última vez, resolvi bancar a dama e não ouvi música. Interagi. E então a mocinha começou a conversar. Sempre o tempo, sempre:
- Nossa, mas está um calor insuportável.
- Pois é, eu não gosto desse calor na cidade...
- Nossa, ontem eu estava em casa e fiquei toda molhadinha.
- ...
- Assim, né, molhadinha no bom sentido.
Rá rá rá!
:: Ala infantil
Outra seção são as frases das creonças. Adoro e anoto. Always. A última que ouvi foi a história da mãe que estava ensinando a filhinha de 3 anos a largar o dedo. Ela chupava dois dedos ao mesmo tempo, o tempo todo. Aos poucos, parou durante o dia e, à noite, a chupeta veio substuir o dedo (fica mais fácil de administrar).
Um dia, a mãe voltou para casa à tarde e a filhinha estava com os dois dedos na boca. A mãe deu aquela olhada de reprovação e a menina logo falou:
- Mamãe, mamãe! De repente os dedos pularam na minha boca, mamãe.
Outra seção são as frases das creonças. Adoro e anoto. Always. A última que ouvi foi a história da mãe que estava ensinando a filhinha de 3 anos a largar o dedo. Ela chupava dois dedos ao mesmo tempo, o tempo todo. Aos poucos, parou durante o dia e, à noite, a chupeta veio substuir o dedo (fica mais fácil de administrar).
Um dia, a mãe voltou para casa à tarde e a filhinha estava com os dois dedos na boca. A mãe deu aquela olhada de reprovação e a menina logo falou:
- Mamãe, mamãe! De repente os dedos pularam na minha boca, mamãe.
:: Direto do mundo paralelo dos gordos
É muito engraçada essa relaçao de cumplicidade entre os gordos, os gordinhos, os fofos - essas espécies dessa família incrivelmente divertida. E então tem um capítulo no moleskine que aborda só as melhores frases desse meio. Tenho duas novas:
"Essa maionese é realmente muito boa. Mas tem um defeito que todas as maioneses têm: acaba."
"- Vamos dividir uma sobremesa?
- Vamos. Pedimos essa e essa e dividimos em dois".
É muito engraçada essa relaçao de cumplicidade entre os gordos, os gordinhos, os fofos - essas espécies dessa família incrivelmente divertida. E então tem um capítulo no moleskine que aborda só as melhores frases desse meio. Tenho duas novas:
"Essa maionese é realmente muito boa. Mas tem um defeito que todas as maioneses têm: acaba."
"- Vamos dividir uma sobremesa?
- Vamos. Pedimos essa e essa e dividimos em dois".
segunda-feira, novembro 5
:: Discoteca brasileira
Eu inventei de fazer jornalismo porque, nos velhos tempos, idolatrava a Patrícia Palumbo, da rádio Eldorado, e queria ser como ela quando eu crescesse. Eu queria ter o meu próprio programa de rádio. E ele ia se chamar "Discoteca Brasileira". Depois, trabalhamos juntas, realizei meu sonho de estúdio, de apertar botões e planejar um roteiro ou outro de programa. Ainda assim, queria ser como ela. Ela pegava os discos de repente, como bem entendia, sem roteiro nenhum, abria os encartes e falava. Simplesmente ela falava ao vivo, uma beleza, aquela voz espetacular, aquela seleção musical sem uma bola fora. Passou um tempo. E então eu não queria ser como ela. Me decepcionei um pouco com esse mundo. Melhor, me desiludi. Fui parar no jornal. Depois, fui aprender a tirar café espresso.
Hoje, escrevo um pouco para o jornal, coordeno estagiárias num outro trabalho, tiro café e discoteco em festas de amigos. Tudo sempre com meus discos prediletos embaixo do braço, pra cá e pra lá. Bem musical. Outro dia mesmo, fiz uma trilha para o Bardot, um cabeleireiro moderninho aqui na Vila Madalena. Eu adoro. O ambiente é uma delícia, os esmaltes são da MAC, tem uma tenda nos fundos toda rústica onde pessoas incríveis fazem massagem a quatro mãos - é algo de outro mundo, a gente some da terra por uns tempos e volta depois, cheia de óleo quente espalhado pelo corpo. A cabeleireira - e dona de tudo aquilo - simplesmente fez o cabelo da Els, do Vive La Fête, quando eles vieram fazer aquele show fantástico aqui. E foi a única que acabou com essa coisa sem graça de fio reto nas minhas madeixas. E então ela me pediu uns discos. E eu fiz. Fiz vários, misturados, com aquelas seqüências pensadas, uma ordem naquela bagunça, na diversidade. Eles estão fluindo que é uma beleza, equilibram os tipos de música muito bem, sempre com o estilo de lá, claro.
E aí, mudando de assunto, hoje é aniver de uma amiga minha. E ela é uma das coisas mais importantes da vida. Aí fiquei pensando num presente. E sempre é muito difícil. Blusinhas? Acessórios? Cadernos? Eu tinha decidido que queria dar uma coisa para a casa nova - quando houver. Eu queria alguma coisa que trouxesse muita alegria sempre. Um vaso colorido daqueles classudíssimos da Benedixt (escreve assim?) para ter flores sempre brilhando naquele sol da tarde (se estiver na sala) ou da manhã (se estiver na cozinha). Fico inventando a posição das coisas e do sol... E então desisti. Porque, depois de falar com ela no telefone pela milésima vez no dia, ela disse que queria os "discos básicos de MPB".
Isso que é muita alegria. Poder ir na Pop's neste final de dia chuvoso, depois de unhas feitas, cabeleira arrumadinha, para fuçar os discos mais incríveis da “Discoteca Brasileira” básica. Aí, por todo isso, lembrei do meu quem-sabe-programa-de-rádio e bateu aquela vontade de fazer existir. Hoje eu vou começar pelo essencial. Pelo meu essencial.
Eu inventei de fazer jornalismo porque, nos velhos tempos, idolatrava a Patrícia Palumbo, da rádio Eldorado, e queria ser como ela quando eu crescesse. Eu queria ter o meu próprio programa de rádio. E ele ia se chamar "Discoteca Brasileira". Depois, trabalhamos juntas, realizei meu sonho de estúdio, de apertar botões e planejar um roteiro ou outro de programa. Ainda assim, queria ser como ela. Ela pegava os discos de repente, como bem entendia, sem roteiro nenhum, abria os encartes e falava. Simplesmente ela falava ao vivo, uma beleza, aquela voz espetacular, aquela seleção musical sem uma bola fora. Passou um tempo. E então eu não queria ser como ela. Me decepcionei um pouco com esse mundo. Melhor, me desiludi. Fui parar no jornal. Depois, fui aprender a tirar café espresso.
Hoje, escrevo um pouco para o jornal, coordeno estagiárias num outro trabalho, tiro café e discoteco em festas de amigos. Tudo sempre com meus discos prediletos embaixo do braço, pra cá e pra lá. Bem musical. Outro dia mesmo, fiz uma trilha para o Bardot, um cabeleireiro moderninho aqui na Vila Madalena. Eu adoro. O ambiente é uma delícia, os esmaltes são da MAC, tem uma tenda nos fundos toda rústica onde pessoas incríveis fazem massagem a quatro mãos - é algo de outro mundo, a gente some da terra por uns tempos e volta depois, cheia de óleo quente espalhado pelo corpo. A cabeleireira - e dona de tudo aquilo - simplesmente fez o cabelo da Els, do Vive La Fête, quando eles vieram fazer aquele show fantástico aqui. E foi a única que acabou com essa coisa sem graça de fio reto nas minhas madeixas. E então ela me pediu uns discos. E eu fiz. Fiz vários, misturados, com aquelas seqüências pensadas, uma ordem naquela bagunça, na diversidade. Eles estão fluindo que é uma beleza, equilibram os tipos de música muito bem, sempre com o estilo de lá, claro.
E aí, mudando de assunto, hoje é aniver de uma amiga minha. E ela é uma das coisas mais importantes da vida. Aí fiquei pensando num presente. E sempre é muito difícil. Blusinhas? Acessórios? Cadernos? Eu tinha decidido que queria dar uma coisa para a casa nova - quando houver. Eu queria alguma coisa que trouxesse muita alegria sempre. Um vaso colorido daqueles classudíssimos da Benedixt (escreve assim?) para ter flores sempre brilhando naquele sol da tarde (se estiver na sala) ou da manhã (se estiver na cozinha). Fico inventando a posição das coisas e do sol... E então desisti. Porque, depois de falar com ela no telefone pela milésima vez no dia, ela disse que queria os "discos básicos de MPB".
Isso que é muita alegria. Poder ir na Pop's neste final de dia chuvoso, depois de unhas feitas, cabeleira arrumadinha, para fuçar os discos mais incríveis da “Discoteca Brasileira” básica. Aí, por todo isso, lembrei do meu quem-sabe-programa-de-rádio e bateu aquela vontade de fazer existir. Hoje eu vou começar pelo essencial. Pelo meu essencial.
segunda-feira, outubro 29
:: Sobre o show que não fui
Depois de um acesso de pânico, pensando na muvuca do Anhembi e naquele público teen que fala durante o show, na distância que euzinha ia ficar do palco e nos R$ 200 que tinha gastado, vendi meu ingresso para ver Björk. Não me arrependo, apesar de a repercussão ter sido espetacular. O aproveitamento máximo do "meu querido amigo comprador" ajudou:
"Oi Amore,
o show ontem foi um escandalo! Muito bom....mesmo! E eu pensei em vc várias horas pq achei q vc devia estar lá...e como fui representando seu ingresso, tinha q te fazer presente nem q fosse no pensamento.
A Bjork mandou beijos, gritados e com arranjos músicais fantásticos acompanhando...
beijos e brigado pelo ingresso."
Depois de um acesso de pânico, pensando na muvuca do Anhembi e naquele público teen que fala durante o show, na distância que euzinha ia ficar do palco e nos R$ 200 que tinha gastado, vendi meu ingresso para ver Björk. Não me arrependo, apesar de a repercussão ter sido espetacular. O aproveitamento máximo do "meu querido amigo comprador" ajudou:
"Oi Amore,
o show ontem foi um escandalo! Muito bom....mesmo! E eu pensei em vc várias horas pq achei q vc devia estar lá...e como fui representando seu ingresso, tinha q te fazer presente nem q fosse no pensamento.
A Bjork mandou beijos, gritados e com arranjos músicais fantásticos acompanhando...
beijos e brigado pelo ingresso."
:: A nossa jovem Janis Joplin
A última música do show da Cat Power me lembrou um dos momentos mágicos de NY e meu "primeiro encontro" com ele, aqui em São Paulo, numa festinha da psicologia. Ela simplesmente fechou o show com "I've been loving you too long", do Otis Redding, com a máxima classe. É para quem pode, claro.
***
Não fosse Otis Redding, a gente não teria ficado junto, provavelmente. Porque foi quando ele colocou Otis para tocar na pista, que eu cheguei perto para fuçar o que estava ali atrás das pick-ups. Otis já era símbolo pra mim muito antes. Talvez por isso tenha me chamado tanto a atenção. Meu pai contava, quando eu era pequena, que ele fazia som nas festas com cassete e tocava esse negão incrível que morreu precocemente, em um acidente de avião.
***
Quando cheguei em NY, depois de horas de viagem muito mal-dormidas, encontrei minha irmã e Mari e fomos com o saudoso "L train" to Brooklyn. Foi no meu primeiro dia que conheci Williamsburg e o café Aurora, que a gente gosta tanto e toma brunch com ovos de todas as espécies (com Mari Sil e Roger, sempre). Frio e sol batendo no rosto e, adivinha, Otis Redding no som ambiente. Foi arrasador. Das coisas que marcam a gente.
***
Tudo isso para dizer que o show do sábado do Tim, no Auditório Ibirapuera, me deixou assim, pensando nessa coisa de "melhores momentos". O show valeu cada centavo e, no final das contas, compensou a frustração de não ter visto a Feist. A Feist é frustração dupla. A primeira foi em NY quando saí da aula de mochila e iPod, na chuva, naquela guerra de guarda-chuva em plena Manhattam, correndo até o Town Hall para comprar os ingressos para o show. Cheguei lá: esgotado. Lá é assim, as coisas esgotam com meses de antecedência, dá um certo nervoso. Agora veio essa em SP.
***
No balanço, sem crises, porque Cat Power realmente arrasou e, além disso, eu também tinha tentando comprar ingressos para vê-la e já estavam esgotados. Cat Power veio para compensar os dois primeiros shows, da Kátia B e da Cibelle. Kátia B fez um ar diva no palco, mas não era aquilo tudo. Um vestido longo meio hippie, uma projeção duvidosa no telão, aquela voz sem potência misturada com efeitos eletrônicos sem nenhuma novidade. E, sempre, a tal pose de diva.
Cibelle fez o tipo "menininha afetada que veio de Londres", que me irritou do começo ao fim. Mas a voz dela é mesmo um encanto. Sobretudo quando teve a sóbria idéia de cantar só com o violão. Ficou lindo de ver. Se ela arrancasse todo aquele lance teatral que eu achei extremamente forçado, tentando bancar uma coisa que ela simplesmente não era, talvez tivesse sido melhor. Mas não. Ela fez piadinhas sem parar, fez ginástica e fez graça o tempo todo. Eu não dei risada, mas, nem por isso, deixei de apreciar os bons momentos de sua voz. Aliás, eu quero comprar o disco. Ela deve funcionar muito bem no estúdio. Em certo momento, chamou a "amiga que eu amo muito, muito, muito, muito" (disse) ao palco para fazer um experimento sonoro, explicou. Vanessa da Mata subiu e cantou "Boa sorte". Foi lindo mas eu fiquei concentrada nas minhas preces, pensando "será que ela vai chamar o Ben Harper no palco também?". Não chamou, mas a palhinha foi interessante _embora eu preferisse algo mais limpo, sem aquele monte de invenções de sons.
***
Depois do segundo intervalo foi a vez dela. Cat Power subiu ao palco sem rodeios e fez um show delicioso, cheio de classe. Modelito básico: jeans preto, sapato branco (que só ela pode usar) e uma blusinha de tecido verde-escuro, que caia um pouco no ombro e causava frisson. No pescoço, uma gravata descartável, preta, de lantejoulas (ou só brilhante?), fazendo o maior tipo. Franjinha e cabelo preso, sem frescura. No começo, fez bicos e caras para os fotógrafos, de um lado a outro do palco. Na terceira música, os fotógrafos saíram e ela chamou a platéia pertinho. Todo mundo correu e colou no palco. Depois, só gentileza. Ela ganhou flores, pegou na mão de todo mundo, jogou as toalhas brancas que usou para limpar o rosto delicadamente (ao menos pareceu preocupada com a maquiagem)...
Dançou e cantou. Dançou como ninguém. Uma dancinha sexy e simples sempre percorrendo o palco inteiro, raramente parada no centro. E a voz saía. Ela tossiu algumas vezes e, no final do show, depois de jogar um cigarro para o alto algumas vezes e deixá-lo cair no chão e pegá-lo de volta, pediu para alguém da platéia acender e fumou durante a última música. Mesmo assim, a voz dela simplesmente saía e era de arrepiar. Ainda tão novinha e com essa classe toda ao vivo, de gente grande, sem medo de ser feliz. Talvez tenha sido essa postura que mais tenha me atraído. Essa coisa de não ficar bancando nada. De ser natural, simples. E tudo com aquela voz rouca que saía sem esforço, fazendo um som que me lembrou uma jovem Janis Joplin, na maior elegância.
Para digerir tudo aquilo, só uma sessão de "comes e bebes" no Balcão com as amigas até 3 am.
A última música do show da Cat Power me lembrou um dos momentos mágicos de NY e meu "primeiro encontro" com ele, aqui em São Paulo, numa festinha da psicologia. Ela simplesmente fechou o show com "I've been loving you too long", do Otis Redding, com a máxima classe. É para quem pode, claro.
***
Não fosse Otis Redding, a gente não teria ficado junto, provavelmente. Porque foi quando ele colocou Otis para tocar na pista, que eu cheguei perto para fuçar o que estava ali atrás das pick-ups. Otis já era símbolo pra mim muito antes. Talvez por isso tenha me chamado tanto a atenção. Meu pai contava, quando eu era pequena, que ele fazia som nas festas com cassete e tocava esse negão incrível que morreu precocemente, em um acidente de avião.
***
Quando cheguei em NY, depois de horas de viagem muito mal-dormidas, encontrei minha irmã e Mari e fomos com o saudoso "L train" to Brooklyn. Foi no meu primeiro dia que conheci Williamsburg e o café Aurora, que a gente gosta tanto e toma brunch com ovos de todas as espécies (com Mari Sil e Roger, sempre). Frio e sol batendo no rosto e, adivinha, Otis Redding no som ambiente. Foi arrasador. Das coisas que marcam a gente.
***
Tudo isso para dizer que o show do sábado do Tim, no Auditório Ibirapuera, me deixou assim, pensando nessa coisa de "melhores momentos". O show valeu cada centavo e, no final das contas, compensou a frustração de não ter visto a Feist. A Feist é frustração dupla. A primeira foi em NY quando saí da aula de mochila e iPod, na chuva, naquela guerra de guarda-chuva em plena Manhattam, correndo até o Town Hall para comprar os ingressos para o show. Cheguei lá: esgotado. Lá é assim, as coisas esgotam com meses de antecedência, dá um certo nervoso. Agora veio essa em SP.
***
No balanço, sem crises, porque Cat Power realmente arrasou e, além disso, eu também tinha tentando comprar ingressos para vê-la e já estavam esgotados. Cat Power veio para compensar os dois primeiros shows, da Kátia B e da Cibelle. Kátia B fez um ar diva no palco, mas não era aquilo tudo. Um vestido longo meio hippie, uma projeção duvidosa no telão, aquela voz sem potência misturada com efeitos eletrônicos sem nenhuma novidade. E, sempre, a tal pose de diva.
Cibelle fez o tipo "menininha afetada que veio de Londres", que me irritou do começo ao fim. Mas a voz dela é mesmo um encanto. Sobretudo quando teve a sóbria idéia de cantar só com o violão. Ficou lindo de ver. Se ela arrancasse todo aquele lance teatral que eu achei extremamente forçado, tentando bancar uma coisa que ela simplesmente não era, talvez tivesse sido melhor. Mas não. Ela fez piadinhas sem parar, fez ginástica e fez graça o tempo todo. Eu não dei risada, mas, nem por isso, deixei de apreciar os bons momentos de sua voz. Aliás, eu quero comprar o disco. Ela deve funcionar muito bem no estúdio. Em certo momento, chamou a "amiga que eu amo muito, muito, muito, muito" (disse) ao palco para fazer um experimento sonoro, explicou. Vanessa da Mata subiu e cantou "Boa sorte". Foi lindo mas eu fiquei concentrada nas minhas preces, pensando "será que ela vai chamar o Ben Harper no palco também?". Não chamou, mas a palhinha foi interessante _embora eu preferisse algo mais limpo, sem aquele monte de invenções de sons.
***
Depois do segundo intervalo foi a vez dela. Cat Power subiu ao palco sem rodeios e fez um show delicioso, cheio de classe. Modelito básico: jeans preto, sapato branco (que só ela pode usar) e uma blusinha de tecido verde-escuro, que caia um pouco no ombro e causava frisson. No pescoço, uma gravata descartável, preta, de lantejoulas (ou só brilhante?), fazendo o maior tipo. Franjinha e cabelo preso, sem frescura. No começo, fez bicos e caras para os fotógrafos, de um lado a outro do palco. Na terceira música, os fotógrafos saíram e ela chamou a platéia pertinho. Todo mundo correu e colou no palco. Depois, só gentileza. Ela ganhou flores, pegou na mão de todo mundo, jogou as toalhas brancas que usou para limpar o rosto delicadamente (ao menos pareceu preocupada com a maquiagem)...
Dançou e cantou. Dançou como ninguém. Uma dancinha sexy e simples sempre percorrendo o palco inteiro, raramente parada no centro. E a voz saía. Ela tossiu algumas vezes e, no final do show, depois de jogar um cigarro para o alto algumas vezes e deixá-lo cair no chão e pegá-lo de volta, pediu para alguém da platéia acender e fumou durante a última música. Mesmo assim, a voz dela simplesmente saía e era de arrepiar. Ainda tão novinha e com essa classe toda ao vivo, de gente grande, sem medo de ser feliz. Talvez tenha sido essa postura que mais tenha me atraído. Essa coisa de não ficar bancando nada. De ser natural, simples. E tudo com aquela voz rouca que saía sem esforço, fazendo um som que me lembrou uma jovem Janis Joplin, na maior elegância.
Para digerir tudo aquilo, só uma sessão de "comes e bebes" no Balcão com as amigas até 3 am.
:: Umas voltas por aí
Eu sempre tenho preguiça de ir ao centro. Sobretudo nesses dias de calor insuportável. Eu reclamo do cheiro ruim, fico irritada com o trânsito, fico acabada com o tanto de polícia na rua e com os mendigos detonados que vivem ali jogados. Isso tudo realmente me abala e, para piorar, tenho um certo medo, confesso. Mas, sempre que eu supero essa birra inicial e vou, vale muito a pena. Eu saio de lá feliz com as novas descobertas, querendo voltar. O processo, depois, se repete. Mas, pelo menos, eu acumulo bons motivos para superar a preguiça mais uma vez. Assim vai.
Hoje foi a mesma coisa. Acordei cheia de preguiça e com a pressão estranha por conta do calor. Tinha de descer logo depois do banho para esperar o carro do jornal e ir até o centro. As janelas abertas e aquele bafo, sem ar-condicionado. Fui. Chegando lá, aconteceu o previsto: aquela onda de irritação, o calor cada vez pior, o trânsito, a pressão. O carro parou num farol e eu desci.
Era ali na Rua do Comércio, ao lado da Bolsa de Valores, que eu precisava ir. Caminhei por aquelas ruas onde não anda carro. Olhei os camelôs gritando e aquele trânsito todo de pessoas comuns. Mais adiante, estava o Salve Jorge. Lembrei da picanha na chapa que comi ali outro dia, num sábado, e foi delicioso. Mais uns passos e cheguei no Caffè Latte. Foi pisar ali dentro para agradecer e sentir todo o esforço aparente compensado.
Uma decoração charmosinha e clean, com piso claro, mesinhas e poltronas confortáveis, um balcão atraente com quitutes quentinhos, uma prateleira com os cafés Pessegueiro e Orfeu expostos _também para venda_ e uma máquina de café vermelha toda bonitona, fazendo a maior presença ali no meio.
Sentei sozinha em uma das poltronas, deixei minha bolsa pendurada e meu livro fechado sobre a mesinha baixa. Peguei o jornal que estava ao lado (podia ser o Valor, Folha de S.Paulo ou Estadão, além dos guias) e fiquei lendo as críticas dos shows do Tim. Enquanto isso, um jazz tocava baixinho, fazendo o som ambiente perfeito. Ar-condicionado na medida, um paraíso. Abri o cardápio, dei uma olhada com calma nos driques de café e pedi um cappuccino gelado, que estava fora do cardápio, mas é servido normalmente se o cliente quiser.
Veio com as proporções corretas de leite, leite vaporizado e espresso Pessegueiro e duas pedrinhas de gelo. Um pouco de chocolate polvilhado interferindo na receita clássica italiana, mas ok, estava gostoso. Fiquei com vontade de ficar ali por mais tempo e aproveitar para almoçar. Não deu tempo. Por isso tenho de voltar.
Tem saladinhas bacanas, com kani e outras cositas mas. Entre os pratos rápidos, lasanha de legumes ou filé com shiitake e shimeji servido com legumes grelhados. Para um lanche rápido, me interessou o sanduíche de salmão com geléia de pimenta e, para a sobremesa, fiquei curiosa para experimentar o cheesecake de tangerina.
A manhã foi ótima e agora minha listinha de "motivos para voltar ao centro" tem mais um item de peso, já devidamente registrado no meu Moleskine que anda na bolsa.
Eu sempre tenho preguiça de ir ao centro. Sobretudo nesses dias de calor insuportável. Eu reclamo do cheiro ruim, fico irritada com o trânsito, fico acabada com o tanto de polícia na rua e com os mendigos detonados que vivem ali jogados. Isso tudo realmente me abala e, para piorar, tenho um certo medo, confesso. Mas, sempre que eu supero essa birra inicial e vou, vale muito a pena. Eu saio de lá feliz com as novas descobertas, querendo voltar. O processo, depois, se repete. Mas, pelo menos, eu acumulo bons motivos para superar a preguiça mais uma vez. Assim vai.
Hoje foi a mesma coisa. Acordei cheia de preguiça e com a pressão estranha por conta do calor. Tinha de descer logo depois do banho para esperar o carro do jornal e ir até o centro. As janelas abertas e aquele bafo, sem ar-condicionado. Fui. Chegando lá, aconteceu o previsto: aquela onda de irritação, o calor cada vez pior, o trânsito, a pressão. O carro parou num farol e eu desci.
Era ali na Rua do Comércio, ao lado da Bolsa de Valores, que eu precisava ir. Caminhei por aquelas ruas onde não anda carro. Olhei os camelôs gritando e aquele trânsito todo de pessoas comuns. Mais adiante, estava o Salve Jorge. Lembrei da picanha na chapa que comi ali outro dia, num sábado, e foi delicioso. Mais uns passos e cheguei no Caffè Latte. Foi pisar ali dentro para agradecer e sentir todo o esforço aparente compensado.
Uma decoração charmosinha e clean, com piso claro, mesinhas e poltronas confortáveis, um balcão atraente com quitutes quentinhos, uma prateleira com os cafés Pessegueiro e Orfeu expostos _também para venda_ e uma máquina de café vermelha toda bonitona, fazendo a maior presença ali no meio.
Sentei sozinha em uma das poltronas, deixei minha bolsa pendurada e meu livro fechado sobre a mesinha baixa. Peguei o jornal que estava ao lado (podia ser o Valor, Folha de S.Paulo ou Estadão, além dos guias) e fiquei lendo as críticas dos shows do Tim. Enquanto isso, um jazz tocava baixinho, fazendo o som ambiente perfeito. Ar-condicionado na medida, um paraíso. Abri o cardápio, dei uma olhada com calma nos driques de café e pedi um cappuccino gelado, que estava fora do cardápio, mas é servido normalmente se o cliente quiser.
Veio com as proporções corretas de leite, leite vaporizado e espresso Pessegueiro e duas pedrinhas de gelo. Um pouco de chocolate polvilhado interferindo na receita clássica italiana, mas ok, estava gostoso. Fiquei com vontade de ficar ali por mais tempo e aproveitar para almoçar. Não deu tempo. Por isso tenho de voltar.
Tem saladinhas bacanas, com kani e outras cositas mas. Entre os pratos rápidos, lasanha de legumes ou filé com shiitake e shimeji servido com legumes grelhados. Para um lanche rápido, me interessou o sanduíche de salmão com geléia de pimenta e, para a sobremesa, fiquei curiosa para experimentar o cheesecake de tangerina.
A manhã foi ótima e agora minha listinha de "motivos para voltar ao centro" tem mais um item de peso, já devidamente registrado no meu Moleskine que anda na bolsa.
quinta-feira, outubro 25
quarta-feira, outubro 24
:: Highlights
(na minha mera opinião)
Eu não entendo nada de cinema. Eu só gosto. Eu esqueço os nomes dos diretores, dos atores, dos próprios filmes. Eu não tenho jeito para escrever sinopses, nem para explicar, em palavras, o que eu achei daquele detalhe ou daquela atuação. Eu não ouso fazer relações malucas com outros filmes, muito menos com acontecimentos políticos que não sejam óbvios. Ao mesmo tempo, eu sinto um monte de coisa, eu levo questões para o divã, eu discuto com amigos sobre as coisas simples que fizeram algum sentido para mim.
Vi bastante coisa da Mostra até agora. Tenho feito o meu melhor para conciliar horários - coisa de gente louca, mas tem valido muito a pena. No balanço, até agora, acho que foi uma das melhores.
Os meus prediletos até aqui:
"Um Amor Jovem", do meu queridinho Ethan Hawke, que atuou na dupla "Antes do Amanhecer" e "Depois do Pôr-do-sol". Para melhorar, Catalina Sandino Moreno (de Maria Cheia de Graça e que, há pouco, atuou num dos curtas de "Paris, te amo").
"Do outro lado", de Fatih Akin, um diretor de origem turca, que talvez seja um dos meus prediletos de hoje, que fez "Contra a Parede" e "Crossing the Bridge"
"Em Paris" - com os dois gostosinhos Romain Duris (protagonista de "De Tanto Bater Meu Coração Parou" - amo!) e Louis Garrel, que fez "Os Sonhadores" e atua em outros filmes em cartaz na Mostra.
"I'm Not There" - um jeito original de falar sobre Bob Dylan, que ganhou prêmios no Festival de Veneza, com a atuação deslumbrante de Cate Blanchett.
"Viagem a Darjeeling", de Wes Anderson (de "A Vida Marina com Steve Zissou", com os atores mais engraçados (eu rolei de rir) e com as incríveis malas da Louis Vuitton (feitas especialmente para o filme?).
"Sonhando Acordado", do mesmo diretor de "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", Michel Gondry. E quem diria que Gael Garcia ia se dar tão bem num papel como esse?
"Sombras de Goya" - a dupla Javier Barden e Natalie Portman é imperdível
Ufa!
(na minha mera opinião)
Eu não entendo nada de cinema. Eu só gosto. Eu esqueço os nomes dos diretores, dos atores, dos próprios filmes. Eu não tenho jeito para escrever sinopses, nem para explicar, em palavras, o que eu achei daquele detalhe ou daquela atuação. Eu não ouso fazer relações malucas com outros filmes, muito menos com acontecimentos políticos que não sejam óbvios. Ao mesmo tempo, eu sinto um monte de coisa, eu levo questões para o divã, eu discuto com amigos sobre as coisas simples que fizeram algum sentido para mim.
Vi bastante coisa da Mostra até agora. Tenho feito o meu melhor para conciliar horários - coisa de gente louca, mas tem valido muito a pena. No balanço, até agora, acho que foi uma das melhores.
Os meus prediletos até aqui:
"Um Amor Jovem", do meu queridinho Ethan Hawke, que atuou na dupla "Antes do Amanhecer" e "Depois do Pôr-do-sol". Para melhorar, Catalina Sandino Moreno (de Maria Cheia de Graça e que, há pouco, atuou num dos curtas de "Paris, te amo").
"Do outro lado", de Fatih Akin, um diretor de origem turca, que talvez seja um dos meus prediletos de hoje, que fez "Contra a Parede" e "Crossing the Bridge"
"Em Paris" - com os dois gostosinhos Romain Duris (protagonista de "De Tanto Bater Meu Coração Parou" - amo!) e Louis Garrel, que fez "Os Sonhadores" e atua em outros filmes em cartaz na Mostra.
"I'm Not There" - um jeito original de falar sobre Bob Dylan, que ganhou prêmios no Festival de Veneza, com a atuação deslumbrante de Cate Blanchett.
"Viagem a Darjeeling", de Wes Anderson (de "A Vida Marina com Steve Zissou", com os atores mais engraçados (eu rolei de rir) e com as incríveis malas da Louis Vuitton (feitas especialmente para o filme?).
"Sonhando Acordado", do mesmo diretor de "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", Michel Gondry. E quem diria que Gael Garcia ia se dar tão bem num papel como esse?
"Sombras de Goya" - a dupla Javier Barden e Natalie Portman é imperdível
Ufa!
:: Das dobradinhas que eu adoro
Ontem, fiquei com o celular mais desligado do que ligado. Até o final do dia, resolvi umas pendências de trabalho e fui assistir, às 19h, "Viagem a Darjeeling".
Depois, por conveniência, assisti "People - Histórias de Nova York", na mesma sala IG, antiga e querida Sala Uol reformada. Saí tarde da sessão. Tarde para o habitual. Num pensamento rápido, resolvi jantar no Pasquale.
É a dobradinha perfeita. Ali fica aberto até tarde, os preços são bons, tem aquela alcachofrinha no azeite deliciosa para abrir o apetite - ou a caponata que também é alvo de desejo. E então aquelas massas que sempre estão gostosas, com tomatinhos frescos picados, manjericão e mussarela de búfala, ou com pancetta, azeitonas pretas, molho de tomate, queijo peccorino... Humm...
E então, você vai para a casa feliz da vida e dorme ouvindo o barulhinho da chuva.
Ontem, fiquei com o celular mais desligado do que ligado. Até o final do dia, resolvi umas pendências de trabalho e fui assistir, às 19h, "Viagem a Darjeeling".
Depois, por conveniência, assisti "People - Histórias de Nova York", na mesma sala IG, antiga e querida Sala Uol reformada. Saí tarde da sessão. Tarde para o habitual. Num pensamento rápido, resolvi jantar no Pasquale.
É a dobradinha perfeita. Ali fica aberto até tarde, os preços são bons, tem aquela alcachofrinha no azeite deliciosa para abrir o apetite - ou a caponata que também é alvo de desejo. E então aquelas massas que sempre estão gostosas, com tomatinhos frescos picados, manjericão e mussarela de búfala, ou com pancetta, azeitonas pretas, molho de tomate, queijo peccorino... Humm...
E então, você vai para a casa feliz da vida e dorme ouvindo o barulhinho da chuva.
:: Leio, anoto e releio
Uma prima de uma amiga minha que também é amiga de uma outra amiga e, então, também é minha amiga escreveu um e-mail para essa amiga com uma citação de Clarice L. - ela deve ter lido em algum lugar, gostado e anotado. Depois, quis compartilhar. Esta amiga, quando recebeu o e-mail, anotou para reler (eu acho) e colocou no blog dela - porque também queria compartilhar. Aí, eu fui dar o meu giro habitual por esse mundo dos blogs-que-eu-mais-gosto e li isso que a amiga da minha amiga e também prima de outra amiga e por tudo isso minha amiga também escreveu. Eu gostei e anotei para reler - mas também coloquei aqui porque gosto compartilhar.
"A vida serve é para a gente morrer dela."
Uma prima de uma amiga minha que também é amiga de uma outra amiga e, então, também é minha amiga escreveu um e-mail para essa amiga com uma citação de Clarice L. - ela deve ter lido em algum lugar, gostado e anotado. Depois, quis compartilhar. Esta amiga, quando recebeu o e-mail, anotou para reler (eu acho) e colocou no blog dela - porque também queria compartilhar. Aí, eu fui dar o meu giro habitual por esse mundo dos blogs-que-eu-mais-gosto e li isso que a amiga da minha amiga e também prima de outra amiga e por tudo isso minha amiga também escreveu. Eu gostei e anotei para reler - mas também coloquei aqui porque gosto compartilhar.
"A vida serve é para a gente morrer dela."
quinta-feira, outubro 18
:: Minha musa
Por que eu não consigo parar de ouvir Nina Simone? Por que ela sempre cai tão bem em todos os dias e momentos? Agrada em todas as temperaturas e climas? Por que eu olha essa mulher e acho ela um deslumbre? Um luxo? Pura classe? Uma coisa que não existe nada igual ou parecido? Ela é a minha m.u.s.a.
Por que eu não consigo parar de ouvir Nina Simone? Por que ela sempre cai tão bem em todos os dias e momentos? Agrada em todas as temperaturas e climas? Por que eu olha essa mulher e acho ela um deslumbre? Um luxo? Pura classe? Uma coisa que não existe nada igual ou parecido? Ela é a minha m.u.s.a.
:: O rascunho da agenda
Ontem comecei a esboçar a minha agenda da Mostra (atenção, esse assunto não esgota e eu não canso dele). Foi um caos. Resolvi marcar, assim por cima, os que quero muito ver, a partir dos diretores que conheço (que, claro, sempre esqueço os nomes, mas tenho uma boa consultoria por trás, rá!). Não dá pra listar tudo aqui (porque a pré-lista ficou gigantesca), mas olha uma palhinha:
**Filme novo de Fatih Akin, que dirigiu "Contra a Parede", um dos meus filmes prediletos da mostra de 2003 (ou 2004?) e de "Crossing the Bridge - O Som de Istambul", da mostra de 2005 (ou de 2006?).
**"A Desconhecida", de Giuseppe Tornatore, que fez o meu querido "Cinema Paradiso".
**"Paranoid Park", de Gus Van Sant, que dirigiu "Elefalte" e "Gerry".
**"Caótica Ana", do mesmo diretor de, atenção, "Lucia e o Sexo", Julio Medem.
**"Sonhando Acordado", de Michel Gondry, do imperdível "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança"
Tem ainda Wes Anderson, Neil Jordan (de um dos meus prediletos da mostra de 2005, "Café da Manhã em Plutão"). Tem Paul Auter (!!!), Kitano (mesmo de "Dolls"). Tem David Lynch, Tarantino, Irmãos Coen. Tem retorspectiva de Claude Lelouch. Eba!
Por aí vai. Mais e melhor.
Ontem comecei a esboçar a minha agenda da Mostra (atenção, esse assunto não esgota e eu não canso dele). Foi um caos. Resolvi marcar, assim por cima, os que quero muito ver, a partir dos diretores que conheço (que, claro, sempre esqueço os nomes, mas tenho uma boa consultoria por trás, rá!). Não dá pra listar tudo aqui (porque a pré-lista ficou gigantesca), mas olha uma palhinha:
**Filme novo de Fatih Akin, que dirigiu "Contra a Parede", um dos meus filmes prediletos da mostra de 2003 (ou 2004?) e de "Crossing the Bridge - O Som de Istambul", da mostra de 2005 (ou de 2006?).
**"A Desconhecida", de Giuseppe Tornatore, que fez o meu querido "Cinema Paradiso".
**"Paranoid Park", de Gus Van Sant, que dirigiu "Elefalte" e "Gerry".
**"Caótica Ana", do mesmo diretor de, atenção, "Lucia e o Sexo", Julio Medem.
**"Sonhando Acordado", de Michel Gondry, do imperdível "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança"
Tem ainda Wes Anderson, Neil Jordan (de um dos meus prediletos da mostra de 2005, "Café da Manhã em Plutão"). Tem Paul Auter (!!!), Kitano (mesmo de "Dolls"). Tem David Lynch, Tarantino, Irmãos Coen. Tem retorspectiva de Claude Lelouch. Eba!
Por aí vai. Mais e melhor.
:: Tensão pré-mostra
Tem a ansiedade pré-mostra e tem a tensão pré-mostra. Explico.
A ansiedade pré-mostra é uma coisa gostosa e eu já escrevi um pouco lá embaixo. Você faz a carteirinha com fotinhos divertidas - que você nunca mais se desfaz -, lê nos cadernos de cultura sobre um filme ou outro, espera pelo incrível Guia da Folha que tem bolinhas para colorir (imagina pra mim, a rainha das canetinhas), você discute um pouco com as pessoas into it.
A tensão pré-mostra é quando você entra em contato pela primeira vez com o monstro da programação e percebe, aos poucos, que não consegue ajustar uma agenda impecável que dê conta de todos os seus prediletos. Nem sequer dos prediletos. Aí você quer faltar no inglês, na terpia, você quer trabalhar só depois da última sessão, você fica com aqueles horários na cabeça, você anota na agenda, você levanta no meio da noite para encaixar mais aquele filme que você tinha esquecido. É uma espécie de minipânico, simples assim.
Depois que a programação intensiva começa, você respira fundo e percebe que dá sim para ver boas coisas nas suas janelas e que você pode, quem sabe, dar um cano naquele compromisso importante por mais um filme. E, se por um acaso você perder alguma grande exibição, você não vai morrer. I hope so.
Tem a ansiedade pré-mostra e tem a tensão pré-mostra. Explico.
A ansiedade pré-mostra é uma coisa gostosa e eu já escrevi um pouco lá embaixo. Você faz a carteirinha com fotinhos divertidas - que você nunca mais se desfaz -, lê nos cadernos de cultura sobre um filme ou outro, espera pelo incrível Guia da Folha que tem bolinhas para colorir (imagina pra mim, a rainha das canetinhas), você discute um pouco com as pessoas into it.
A tensão pré-mostra é quando você entra em contato pela primeira vez com o monstro da programação e percebe, aos poucos, que não consegue ajustar uma agenda impecável que dê conta de todos os seus prediletos. Nem sequer dos prediletos. Aí você quer faltar no inglês, na terpia, você quer trabalhar só depois da última sessão, você fica com aqueles horários na cabeça, você anota na agenda, você levanta no meio da noite para encaixar mais aquele filme que você tinha esquecido. É uma espécie de minipânico, simples assim.
Depois que a programação intensiva começa, você respira fundo e percebe que dá sim para ver boas coisas nas suas janelas e que você pode, quem sabe, dar um cano naquele compromisso importante por mais um filme. E, se por um acaso você perder alguma grande exibição, você não vai morrer. I hope so.
:: Pela tangente
Sabe que outro dia meu querido professor de inglês deu um retorno individual para cada aluno depois das provas (escrita e oral). O assunto "provas" vai aparecer aqui mais dia menos dia, com um post inteirinho só pra ele. Enquanto isso, só uma prévia porque veio a calhar.
Tirei boa nota na prova oral e o feedback foi que o meu problema é que eu dou umas travadas quando não sei uma mísera palavra e que eu preciso ser mais trqnquila para, sem crise, contornar essas situações e buscar novos jeitos de falar uma mesma coisa. Eu concordei, claro. Faz todo o sentido. Só tentei explicar que, que situação, eu sou meio assim no minha língua nativa também.
Outro dia estava conversando e precisava citar uma história de uma pessoa que ficou grávida várias vezes. Não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que contava essa história e muito menos a primeira, segunda ou terceira vez que eu travava no plural de gravidez. Rá! Eu parei no clímax e perguntei:
- Mas.... e o plural de gravidez?
- Gestações.
Sabe que outro dia meu querido professor de inglês deu um retorno individual para cada aluno depois das provas (escrita e oral). O assunto "provas" vai aparecer aqui mais dia menos dia, com um post inteirinho só pra ele. Enquanto isso, só uma prévia porque veio a calhar.
Tirei boa nota na prova oral e o feedback foi que o meu problema é que eu dou umas travadas quando não sei uma mísera palavra e que eu preciso ser mais trqnquila para, sem crise, contornar essas situações e buscar novos jeitos de falar uma mesma coisa. Eu concordei, claro. Faz todo o sentido. Só tentei explicar que, que situação, eu sou meio assim no minha língua nativa também.
Outro dia estava conversando e precisava citar uma história de uma pessoa que ficou grávida várias vezes. Não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que contava essa história e muito menos a primeira, segunda ou terceira vez que eu travava no plural de gravidez. Rá! Eu parei no clímax e perguntei:
- Mas.... e o plural de gravidez?
- Gestações.
quarta-feira, outubro 17
:: Sobre a ansiedade pré-mostra
A Mostra Internaconal de Cinema é um dos eventos que mais espero no ano, desde 2000, quando fiz minha primeira maratona. Sempre existe uma tensão pré-mostra, um ajuste de agendas, uma dedicação integral nos fins de semana, sem trela pra encontros familiares ou festas até tarde. No máximo, um almoço ou jantar entre um filme e outro, naquele restaurante que fica no caminho da sala a para a sala b.
A vinheta, é uma expectativa pararela. Às vezes, muito maluco, mas tão grande quanto. Pelo que me lembro, a que mais gostei até hoje foi a da 28º criada pelo designer gráfico Amir Admoni, com trilha do Abujamra. Naquele ano, vi mais ou menos 30 filmes - por sorte estava fazedo um frila com horários bem flexíveis - e, juro, não cansei. Jamais. Eu sempre queria mais e mais daquela abertura que dava uma alegria na gente. Ele achou o mesmo. Em uma entrevista que Admoni deu na época para o meu amigo Igor Ribeiro, que escreveu uma matéria sobre na Ilustrada, disse que "a vinheta está próxima da mistura de paz e sonho que há na arte de Gitai, por isso satisfez o público". Pode até ser. Mas pode ser mais. Eu gosto do colorido e do astral da trilha. Infelizmente, não achei no YouTube pra mostrar. Droga, droga.
No ano passado, a vinheta foi mais sóbria. Criava certa tensão que persistia quando os filmes que vinham a seguir eram mais pesados. Mas belíssima ainda assim.
Neste ano, não resisti. E talvez tenha sido cagada, mas não dá mais para voltar atrás. Fuçando o site da Mostra achei a vinheta desta 31º, do Hector Babenco, e assisti. Talvez perca aquele clima de ansiedade que é uma delícia, da espera para ver a vinheta. Talvez não. Talvez o fato de eu ter visto num pequeno computador não queira dizer nada, já que a exibição nas grandes telas é sempre imbatível. Para quem, como eu, não resistir, tá aqui:
A Mostra Internaconal de Cinema é um dos eventos que mais espero no ano, desde 2000, quando fiz minha primeira maratona. Sempre existe uma tensão pré-mostra, um ajuste de agendas, uma dedicação integral nos fins de semana, sem trela pra encontros familiares ou festas até tarde. No máximo, um almoço ou jantar entre um filme e outro, naquele restaurante que fica no caminho da sala a para a sala b.
A vinheta, é uma expectativa pararela. Às vezes, muito maluco, mas tão grande quanto. Pelo que me lembro, a que mais gostei até hoje foi a da 28º criada pelo designer gráfico Amir Admoni, com trilha do Abujamra. Naquele ano, vi mais ou menos 30 filmes - por sorte estava fazedo um frila com horários bem flexíveis - e, juro, não cansei. Jamais. Eu sempre queria mais e mais daquela abertura que dava uma alegria na gente. Ele achou o mesmo. Em uma entrevista que Admoni deu na época para o meu amigo Igor Ribeiro, que escreveu uma matéria sobre na Ilustrada, disse que "a vinheta está próxima da mistura de paz e sonho que há na arte de Gitai, por isso satisfez o público". Pode até ser. Mas pode ser mais. Eu gosto do colorido e do astral da trilha. Infelizmente, não achei no YouTube pra mostrar. Droga, droga.
No ano passado, a vinheta foi mais sóbria. Criava certa tensão que persistia quando os filmes que vinham a seguir eram mais pesados. Mas belíssima ainda assim.
Neste ano, não resisti. E talvez tenha sido cagada, mas não dá mais para voltar atrás. Fuçando o site da Mostra achei a vinheta desta 31º, do Hector Babenco, e assisti. Talvez perca aquele clima de ansiedade que é uma delícia, da espera para ver a vinheta. Talvez não. Talvez o fato de eu ter visto num pequeno computador não queira dizer nada, já que a exibição nas grandes telas é sempre imbatível. Para quem, como eu, não resistir, tá aqui:
domingo, outubro 14
:: Do No Scrubs!
Eu estou dizendo que é muito bom ela ter voltado. Olha a última do www.no-scrubs.blogspot.com:
:: Das Pequenas Transgressões
Ter filhos é poder falar cocô, pum e arrotão na frente da tia-avó do seu marido.
:: Das pequenas transgressões 2
Ter filhos é estimular que façam cocô/pum/arrotão na frente da tia-avó do seu marido.
:: Das pequenas transgressões 3
Ter filhos é ter em quem jogar a culpa caso lhe escape um pum na frente da tia-avó do seu marido.
(É claro que isso não aconteceu, gente. É só um exemplo hipotético, ok? Meu marido nem tem tia-avó...)
Eu estou dizendo que é muito bom ela ter voltado. Olha a última do www.no-scrubs.blogspot.com:
:: Das Pequenas Transgressões
Ter filhos é poder falar cocô, pum e arrotão na frente da tia-avó do seu marido.
:: Das pequenas transgressões 2
Ter filhos é estimular que façam cocô/pum/arrotão na frente da tia-avó do seu marido.
:: Das pequenas transgressões 3
Ter filhos é ter em quem jogar a culpa caso lhe escape um pum na frente da tia-avó do seu marido.
(É claro que isso não aconteceu, gente. É só um exemplo hipotético, ok? Meu marido nem tem tia-avó...)
sábado, outubro 13
:: Lichia
Vale muito ir ao Astor (predileto da vida!) e tomar uma caipirinha da lichia. No Ritz também tem uma deliciosa. Mas, bom mesmo, é ir até a Liberdade, fazer uma pausa considerável ali no Marukai (tentador mercado oriental) e comprar o suco de lichia em latinha, o Chin Chin - Lyches Juice Drink, por um preço ótimo. A verdade é que aqui nesta casa também tem suco de lichia e geladinho. Meio doce demais, mas vale a pena e dá um toque especial para acompanhar o petisco da visita. É o Ceres Lithci, que você pode comprar no supermercado na esquina.
Vale muito ir ao Astor (predileto da vida!) e tomar uma caipirinha da lichia. No Ritz também tem uma deliciosa. Mas, bom mesmo, é ir até a Liberdade, fazer uma pausa considerável ali no Marukai (tentador mercado oriental) e comprar o suco de lichia em latinha, o Chin Chin - Lyches Juice Drink, por um preço ótimo. A verdade é que aqui nesta casa também tem suco de lichia e geladinho. Meio doce demais, mas vale a pena e dá um toque especial para acompanhar o petisco da visita. É o Ceres Lithci, que você pode comprar no supermercado na esquina.
:: O mundo paralelo dos gordos
Eu tenho uma teoria sobre os gordinhos: ou eles são amargurados (como o papel principal de Marilou Berry em "Uma Questão de Imagem") e invejam tudo, ou eles resolvem se amar muito e são insuperáveis, engraçados, tem um senso de humor invejável e são os prediletos da turma.
Outro dia o Phé começou um papo muito engraçado sobre essa história de ser gordo e eu adorei. Ele até citou o "de menininhas" lá no Phepperland (http://phepperland.blogspot.com)* quando postou isso aqui:
Não é um sucesso? Rá!
*eu ainda não sei fazer links aqui. Pronto, falei!
Eu tenho uma teoria sobre os gordinhos: ou eles são amargurados (como o papel principal de Marilou Berry em "Uma Questão de Imagem") e invejam tudo, ou eles resolvem se amar muito e são insuperáveis, engraçados, tem um senso de humor invejável e são os prediletos da turma.
Outro dia o Phé começou um papo muito engraçado sobre essa história de ser gordo e eu adorei. Ele até citou o "de menininhas" lá no Phepperland (http://phepperland.blogspot.com)* quando postou isso aqui:
Não é um sucesso? Rá!
*eu ainda não sei fazer links aqui. Pronto, falei!
:: Jogo do adivinha
Eu adoro brincar de adivinha. Sobretudo quando o assunto é música. E ele sempre inventa umas brincadeiras de adivinha divertidinhas. Outro dia estávamos falando de capas de discos. Depois, das mais lindas capas de discos.
- A minha preferida parece uma obra de arte...
- Hum...
- Dicas: é um disco de jazz. Eu tenho, você tem.
- Família Marsalis? Hum... Joshua Redman...?
- Não! Dica: a música mais importante do disco é um hit.
- Ai, tô tensa. Não seiii.
- A música é dividia em cinco tempos.
- Eu não sei compassos.
- Os tempos dão nome à música.
- Take Five! Dave Brubeck Quartet! Time Out!
- Ufa!
- Ufa!
Eu adoro brincar de adivinha. Sobretudo quando o assunto é música. E ele sempre inventa umas brincadeiras de adivinha divertidinhas. Outro dia estávamos falando de capas de discos. Depois, das mais lindas capas de discos.
- A minha preferida parece uma obra de arte...
- Hum...
- Dicas: é um disco de jazz. Eu tenho, você tem.
- Família Marsalis? Hum... Joshua Redman...?
- Não! Dica: a música mais importante do disco é um hit.
- Ai, tô tensa. Não seiii.
- A música é dividia em cinco tempos.
- Eu não sei compassos.
- Os tempos dão nome à música.
- Take Five! Dave Brubeck Quartet! Time Out!
- Ufa!
- Ufa!
:: Sobre a hierarquia dos papos
Eu e a Mari (sempre nós) temos manias de hierarquizar os assuntos. Alguns, por exemplo, são proibidos para o carro, para onde ficam reservadas só as amenidades, que também amamos - as melhores músicas, as estréias do cinema, a lista dos lugares novos que queremos ir, a cor do esmalte do pé (fúteis, mas gostosos)... E então hoje, estavávamos no elevador e:
- Ah, preciso te contar!
- Mas tem certeza que isso é assunto para elevador?
- Não! É assunto para banheiro público!
Rá, rá, rá!
Eu e a Mari (sempre nós) temos manias de hierarquizar os assuntos. Alguns, por exemplo, são proibidos para o carro, para onde ficam reservadas só as amenidades, que também amamos - as melhores músicas, as estréias do cinema, a lista dos lugares novos que queremos ir, a cor do esmalte do pé (fúteis, mas gostosos)... E então hoje, estavávamos no elevador e:
- Ah, preciso te contar!
- Mas tem certeza que isso é assunto para elevador?
- Não! É assunto para banheiro público!
Rá, rá, rá!
:: Ala infantil
Depois que meu priminho nasceu, em uma destas úlimas madrugadas, o pai foi até em casa conversar com a filha mais velha, de dois anos. E então contou que o "seu irmãozinho chegou" e se ela não queria visitar. Ficou calada e com bico. Ele tentou de novo, delicadamente. Ela cedeu. Colocou uns óculos escuros por livre e espontânea vontade e foi. Chegando no hospital, o pai e a mãe disseram:
- Viu seu irmãozinho, pituca?
Ela se virou, emburrada, com aquela pinta toda, com os óculos escuros:
- Não estou vendo nin-guém.
Com a devida pausa.
Outra das crianças:
No fim do ano, sempre tem jogos internos no Vera Cruz. Três séries se dividem em quatro cores (vermelho, azul, branco e amarelo) para um grande campeonato. Nestas circunstâncias, a coordenadora não pode usar nenhuma das quatro cores. Então ela foi um dia de verde, outro de... rosa. E uma menininha, quando a viu, saiu correndo e:
- Elisa, Elisa! Que bom você veio de vermelho!
- Mas eu estou de rosa.
- Então, Elisa, rosa é a mistura do vermelho com o branco.
Depois que meu priminho nasceu, em uma destas úlimas madrugadas, o pai foi até em casa conversar com a filha mais velha, de dois anos. E então contou que o "seu irmãozinho chegou" e se ela não queria visitar. Ficou calada e com bico. Ele tentou de novo, delicadamente. Ela cedeu. Colocou uns óculos escuros por livre e espontânea vontade e foi. Chegando no hospital, o pai e a mãe disseram:
- Viu seu irmãozinho, pituca?
Ela se virou, emburrada, com aquela pinta toda, com os óculos escuros:
- Não estou vendo nin-guém.
Com a devida pausa.
Outra das crianças:
No fim do ano, sempre tem jogos internos no Vera Cruz. Três séries se dividem em quatro cores (vermelho, azul, branco e amarelo) para um grande campeonato. Nestas circunstâncias, a coordenadora não pode usar nenhuma das quatro cores. Então ela foi um dia de verde, outro de... rosa. E uma menininha, quando a viu, saiu correndo e:
- Elisa, Elisa! Que bom você veio de vermelho!
- Mas eu estou de rosa.
- Então, Elisa, rosa é a mistura do vermelho com o branco.
quinta-feira, outubro 11
:: Fofito
A Mostra Internacional de Cinema do ano passado (ou foi de 2005?) foi muito musical. Primeiro pelos filmes e documentários de música que assisti, depois, pelas várias trilhas que eu e o Di anotamos na hora dos créditos e fomos fuçar depois. Em estado sempre alerta, com o caderninho na bolsa, é que conhecemos coisas incríveis que entraram pro nosso repertório.
Foi assim que vimos "Habana Blues". O filme tem uma coisa muito triste sobre as relações humanas e, ao mesmo tempo, muito alto astral do suingue cubano, o requebrado, a música que vem de dentro daqueles seres, de verdade. Por meses (até hoje, na verdade), eu e o Di cantamos "el rap del sei-la-o-que ratero", que é a coisa mais fofita.
Ontem na madrugada (mais uma daquelas que passei bem acordada) assiste o filme de novo. Chorei um pouco e fiquei animada o outro pouco. Não dá para resistir à energia da sonoridade. Hoje acordei querendo achar isso no Youtube:
Por que crianças cantando e dançando sempre acabam comigo?
A Mostra Internacional de Cinema do ano passado (ou foi de 2005?) foi muito musical. Primeiro pelos filmes e documentários de música que assisti, depois, pelas várias trilhas que eu e o Di anotamos na hora dos créditos e fomos fuçar depois. Em estado sempre alerta, com o caderninho na bolsa, é que conhecemos coisas incríveis que entraram pro nosso repertório.
Foi assim que vimos "Habana Blues". O filme tem uma coisa muito triste sobre as relações humanas e, ao mesmo tempo, muito alto astral do suingue cubano, o requebrado, a música que vem de dentro daqueles seres, de verdade. Por meses (até hoje, na verdade), eu e o Di cantamos "el rap del sei-la-o-que ratero", que é a coisa mais fofita.
Ontem na madrugada (mais uma daquelas que passei bem acordada) assiste o filme de novo. Chorei um pouco e fiquei animada o outro pouco. Não dá para resistir à energia da sonoridade. Hoje acordei querendo achar isso no Youtube:
Por que crianças cantando e dançando sempre acabam comigo?
:: Drops
Outro dia cheguei em casa agitada, já meio tarde. Então fiquei um pouco aqui no branquinho e depois fui ler. O plano para depois era: dormir! Mas, que nada. O livro está cada vez mais tenso, eu tinha mil coisas de trabalho na cabeça e, quando apaguei o abajur, despertei totalmente. Fui para a TV. Já não adiantava ler a história do cara que se droga sem parar. Então, na TV, coloquei em algum telecine e assisti "Terapia do Amor". Sim, eu fiz isso e faço isso de vez em quando. A história, em linhas gerais, é de uma mulher recém-separada, de 37 anos, que se apaixona por um artista não-assumido, de 23. Num certo dia, ela vai à manicure com uma amiga (afinal, ninguém é de ferro!) e fala:
- (...) e ainda tenho de comprar o presente para o meu namorado... Pensei em dar um jogo novo da Nintendo, que ele quer muito.
- Você gosta de sexo?! Então não faça isso!
Rá!
Enfim... compensou pela trilha sonora...
Outro dia cheguei em casa agitada, já meio tarde. Então fiquei um pouco aqui no branquinho e depois fui ler. O plano para depois era: dormir! Mas, que nada. O livro está cada vez mais tenso, eu tinha mil coisas de trabalho na cabeça e, quando apaguei o abajur, despertei totalmente. Fui para a TV. Já não adiantava ler a história do cara que se droga sem parar. Então, na TV, coloquei em algum telecine e assisti "Terapia do Amor". Sim, eu fiz isso e faço isso de vez em quando. A história, em linhas gerais, é de uma mulher recém-separada, de 37 anos, que se apaixona por um artista não-assumido, de 23. Num certo dia, ela vai à manicure com uma amiga (afinal, ninguém é de ferro!) e fala:
- (...) e ainda tenho de comprar o presente para o meu namorado... Pensei em dar um jogo novo da Nintendo, que ele quer muito.
- Você gosta de sexo?! Então não faça isso!
Rá!
Enfim... compensou pela trilha sonora...
terça-feira, outubro 9
:: Ela voltou!
Quando ela ficou grávida, voltou a escrever. E foi um sucesso. Mesmo. Os textos mais gostosos e engraçados que eu lia e relia e lia pros amigos e mandava por e-mail para as amigas. Depois ela pariu. Aí ficou sem dormir e aquela coisa toda e deixou de escrever. Só eu sei, que, escondida, ela fazia anotações em um caderninho horrendo que todo mundo sempre pensou que fossem as horas das mamadas, dos cocôs de alice, do peso que ganhou na semana e quantas vezes tomou aquele pozinho mágico que se chama funchicórea (como é que se escreve isso?). Mas não. Ela estava fazendo rascunhos e mais rascunhos de textos pós-parto. Enfim, ela voltou e isso é muito bom.
Vamos lá: www.no-scrubs.blogspot.com
Quando ela ficou grávida, voltou a escrever. E foi um sucesso. Mesmo. Os textos mais gostosos e engraçados que eu lia e relia e lia pros amigos e mandava por e-mail para as amigas. Depois ela pariu. Aí ficou sem dormir e aquela coisa toda e deixou de escrever. Só eu sei, que, escondida, ela fazia anotações em um caderninho horrendo que todo mundo sempre pensou que fossem as horas das mamadas, dos cocôs de alice, do peso que ganhou na semana e quantas vezes tomou aquele pozinho mágico que se chama funchicórea (como é que se escreve isso?). Mas não. Ela estava fazendo rascunhos e mais rascunhos de textos pós-parto. Enfim, ela voltou e isso é muito bom.
Vamos lá: www.no-scrubs.blogspot.com
segunda-feira, outubro 8
:: Intercâmbio
Então eu chamei de intercâmbio essa conversa entre os blogs. Aí, outro dia o Phé veio aqui e comentou uma das frases que anoto no dia-a-dia no moleskine para depois escrever aqui. Eu gostei tanto que vou copiar uma parte do comentário aqui:
"Dentro dessas frases legais, tenho uma boa! Era um adesivo colado no bumbo da minha primeira bateria:
I May Be FAT, But You're UGLY, And I Can DIET.
Que tal?"
Adorei.
Então eu chamei de intercâmbio essa conversa entre os blogs. Aí, outro dia o Phé veio aqui e comentou uma das frases que anoto no dia-a-dia no moleskine para depois escrever aqui. Eu gostei tanto que vou copiar uma parte do comentário aqui:
"Dentro dessas frases legais, tenho uma boa! Era um adesivo colado no bumbo da minha primeira bateria:
I May Be FAT, But You're UGLY, And I Can DIET.
Que tal?"
Adorei.
sexta-feira, outubro 5
:: O meu leite subiu!
O maior pavor na aula de barista é o leite. A gente tira café e fica aquele medinho da aula do leite, que vem depois. Porque é clássico que o leite não sobe. Ele precisa dobrar de volume quando é vaporizado, mas o processo não é simples. Ele precisa, ainda, ficar brilhante e sem bolhas. Sem bolhas???
Enfim, ontem tivemos a tal da aula do leito. Primeiro teórica, depois prática. Treinammos, no começo com água e detergente - o efeito é o mesmo. Depois, passamos para o próprio leite. É praticamente uma aula de pornografias sexuais. Rá!
Primeiro porque o leite tem de subir. Segundo porque você precisa limpar toda hora o bico vaporizador (aquela coisa meio cilíndrica e comprida): envolto naquele paninho de pia, você faz movimentos para cima e para baixo (!). Depois, quando o leite está devidamente vaporizado na pitcher você deve homogeneizar, mexendo rapidamente de um lado para o outro, no sentido horizontal, com certa velocidade. Para melhor explicar a natureza do movimento, a professora ainda fala: "Quem já empinou pipa?".
Nessa hora, eu não agüentei: caí na risada e os mais espertinhos - ou maliciosos - riram comigo.
O maior pavor na aula de barista é o leite. A gente tira café e fica aquele medinho da aula do leite, que vem depois. Porque é clássico que o leite não sobe. Ele precisa dobrar de volume quando é vaporizado, mas o processo não é simples. Ele precisa, ainda, ficar brilhante e sem bolhas. Sem bolhas???
Enfim, ontem tivemos a tal da aula do leito. Primeiro teórica, depois prática. Treinammos, no começo com água e detergente - o efeito é o mesmo. Depois, passamos para o próprio leite. É praticamente uma aula de pornografias sexuais. Rá!
Primeiro porque o leite tem de subir. Segundo porque você precisa limpar toda hora o bico vaporizador (aquela coisa meio cilíndrica e comprida): envolto naquele paninho de pia, você faz movimentos para cima e para baixo (!). Depois, quando o leite está devidamente vaporizado na pitcher você deve homogeneizar, mexendo rapidamente de um lado para o outro, no sentido horizontal, com certa velocidade. Para melhor explicar a natureza do movimento, a professora ainda fala: "Quem já empinou pipa?".
Nessa hora, eu não agüentei: caí na risada e os mais espertinhos - ou maliciosos - riram comigo.
quinta-feira, outubro 4
:: Um carioca?
Outro dia, na aula, aprendemos a linguagem das cafeterias. Acho que a maioria ali já sabia o que era um carioca. Eu só não sabia a receita exata (uma xícara com 20 ml de água quente e, depois, um espresso curto extraído em cima). Eu fiz cara feia de "eca!" me livre disso. "Como alguém pode?". E então, outro dia saí para jantar com meus tios e o núcleo da família e na hora do cafezinho minha tia gordinha e mais engraçada vira para o garçom com a maior espontaneidade e:
- Por favor, eu quero um carioca. Loiro, barriga tanquinho olhos azuis e.... cego!!!
Rá rá!
Amei.
Outro dia, na aula, aprendemos a linguagem das cafeterias. Acho que a maioria ali já sabia o que era um carioca. Eu só não sabia a receita exata (uma xícara com 20 ml de água quente e, depois, um espresso curto extraído em cima). Eu fiz cara feia de "eca!" me livre disso. "Como alguém pode?". E então, outro dia saí para jantar com meus tios e o núcleo da família e na hora do cafezinho minha tia gordinha e mais engraçada vira para o garçom com a maior espontaneidade e:
- Por favor, eu quero um carioca. Loiro, barriga tanquinho olhos azuis e.... cego!!!
Rá rá!
Amei.
:: Conversa de bar
Ontem encontrei uma amiga da escola que não via há muito tempo. Conversamos sobre a vida em geral e eu perguntei como estava a família. Desta vez, não foi a mesma pergunta que todo mundo faz para todo mundo. A irmã dela foi seqeüestrada há um tempo, por 20 e poucos dias, ao acaso. A família não tinha grana e foi um sofrimento tremendo. Achei lindo quando ela começou a falar do assunto e disse:
"'Estar sofrendo' passa.
'Ter sofrido' não passa nunca.
Então é preciso aprender a lidar."
Ontem encontrei uma amiga da escola que não via há muito tempo. Conversamos sobre a vida em geral e eu perguntei como estava a família. Desta vez, não foi a mesma pergunta que todo mundo faz para todo mundo. A irmã dela foi seqeüestrada há um tempo, por 20 e poucos dias, ao acaso. A família não tinha grana e foi um sofrimento tremendo. Achei lindo quando ela começou a falar do assunto e disse:
"'Estar sofrendo' passa.
'Ter sofrido' não passa nunca.
Então é preciso aprender a lidar."
terça-feira, outubro 2
:: Amigo sem cerimônia
O Vic é esse tipo de amigo sem cerimônia que eu adoro. Outro dia soube que eu estava fazendo curso de barista e escreveu um e-mail fofo. Olha:
"putz, se já era fresca com comida,
com música,
com cinema,
com balada,
e com homem,
agora vai ficar fresca também para tomar café???
hehe
quero tomar café quando chegar em sampa. feito por você."
O Vic é esse tipo de amigo sem cerimônia que eu adoro. Outro dia soube que eu estava fazendo curso de barista e escreveu um e-mail fofo. Olha:
"putz, se já era fresca com comida,
com música,
com cinema,
com balada,
e com homem,
agora vai ficar fresca também para tomar café???
hehe
quero tomar café quando chegar em sampa. feito por você."
:: Nem mais, nem menos: o ponto ideal da boa mesa
Neste fim de semana, meu pai me pegou para criar. Aquele colo bem quentinho para aplacar o frio e, entre um filme e outro naquela televisão gigante, mimos da cozinha. No sábado me buscou para irmos ao Garabed. Agora é assim, cada sábado e domingo liga alguém diferente para fazer o tour. A reação é sempre a mesma: ficam impressionados como sou bem-orientada e não me perco ali na zona norte. O caminho todo, aliás, faz parte da experiência. E todo mundo fica alerta, também, quando digo: chegamos, é ali naquela porta de alumínio de garagem.
Desta vez, paramos ali no início da rampa da entrada. A fila ia até lá embaixo. E então o garçom informou a espera. Não foi 10 minutos, nem meia hora. "São 50 minutos ou mais". Desistimos na hora. Não que não valesse a pena esperar. A gente sabe que vale. Mas "50 minutos ou mais", dá aquela impaciência que pode colocar tudo a perder. Também não é pelo tempo em si, pois, sair da zona norte e ir até a zona oeste e achar um outro restaurante, talvez demorasse o mesmo, ou mais. Mas ficar parado, no frio, mal-acomodado...
Fomos até o caixa, na frente da cozinha aberta, onde fica aquele belo forno a lenha e abrimos todos os freezers para escolher o que levar para casa. Foram esfihas, homus, babaganouj, pãezinhos, charutinho de uva... Tudo embalado e pago, pegamos o carro sentido Rua Sergipe.
Ai, que presente. Enfim, chegamos ao Carlota, da Carla Pernambuco (adoro esses turnos emendados do almoço até o jantar). O cardápio é aquela coisa: só de ler, sua boca vai salivando e preparando suas papilas e seu estômago para o que vem pela frente. Começamos com os pastéizinhos de alho-poró e camarão. Uma perdição, o recheio era praticamete um creme, com sabores equilibrados... A fritura no ponto ideal, deixou a massa crocante e sem nada de gordura extra, escorrendo - ficou sequinha.
Na taça, um delicioso Los Vascos - Domaines Barons de Rothschild (Lafite) -, produzido em uma das vinícolas mais tradicionais do Chile - um tinto encorpado e seco, que adoro, apesar de não entender muito desse mundo das uvas...
Para o principal, ele pediu carne e eu fiquei nos frutos do mar. Chegaram ao mesmo tempo à mesa um filé mignon ao molho de vinho do Porto e balsâmico e risoto de figos e os meus camarões suculentíssimos empanados com algum creme que ainda não descobri exatamente o que é, ao lado de um risoto al dente de Parma.
A sobremesa fechou o almoço em altíssimo nível: um bolo quente de banana com sorvete de canela. É, na verdade, uma espécie de petit gâteau, é o mesmo formato e o mesmo princípio. Então, quando você dá a primeira colherada, sai aquela bananada de dentro com consistência de geléia e esparrama no seu prato, misturando, delicadamente, com o sorvete de canela que estava ali ao lado, estrategicamente posicionado. Um arraso.
Depois disso, quem resiste ao novo livro de receitas? Eu recomendo: "As Doceiras", de Carla Pernambuco. Só com quitutes incríveis e imperdíveis. Nesta semana, tem festa!
Bolo quente e cremoso de banana
400 g de bananada cremosa
200 g de manteiga
4 ovos
4 gemas
1/2 xíc. + 2 col. (sipa) de açúcar
1/2 xíc. de farinha de trigo peneirada
manteiga para untar
Sorvete para acompanhar
Derreta a bananada no microondas ou em banho-maria.
Numa tigela, junte a bananada, os ovos, as gemas e misture bem com um batedor de mão ou um fouet. Acrescente o açúcar e a farinha. Misture até formar uma massa homogênea. Unte 10 forminhas individuais com manteiga e distribua a massa. Leve ao forno por 8 minutos. Sirva quente, acompanhado de sorvete a sua escolha.
10 porções.
Neste fim de semana, meu pai me pegou para criar. Aquele colo bem quentinho para aplacar o frio e, entre um filme e outro naquela televisão gigante, mimos da cozinha. No sábado me buscou para irmos ao Garabed. Agora é assim, cada sábado e domingo liga alguém diferente para fazer o tour. A reação é sempre a mesma: ficam impressionados como sou bem-orientada e não me perco ali na zona norte. O caminho todo, aliás, faz parte da experiência. E todo mundo fica alerta, também, quando digo: chegamos, é ali naquela porta de alumínio de garagem.
Desta vez, paramos ali no início da rampa da entrada. A fila ia até lá embaixo. E então o garçom informou a espera. Não foi 10 minutos, nem meia hora. "São 50 minutos ou mais". Desistimos na hora. Não que não valesse a pena esperar. A gente sabe que vale. Mas "50 minutos ou mais", dá aquela impaciência que pode colocar tudo a perder. Também não é pelo tempo em si, pois, sair da zona norte e ir até a zona oeste e achar um outro restaurante, talvez demorasse o mesmo, ou mais. Mas ficar parado, no frio, mal-acomodado...
Fomos até o caixa, na frente da cozinha aberta, onde fica aquele belo forno a lenha e abrimos todos os freezers para escolher o que levar para casa. Foram esfihas, homus, babaganouj, pãezinhos, charutinho de uva... Tudo embalado e pago, pegamos o carro sentido Rua Sergipe.
Ai, que presente. Enfim, chegamos ao Carlota, da Carla Pernambuco (adoro esses turnos emendados do almoço até o jantar). O cardápio é aquela coisa: só de ler, sua boca vai salivando e preparando suas papilas e seu estômago para o que vem pela frente. Começamos com os pastéizinhos de alho-poró e camarão. Uma perdição, o recheio era praticamete um creme, com sabores equilibrados... A fritura no ponto ideal, deixou a massa crocante e sem nada de gordura extra, escorrendo - ficou sequinha.
Na taça, um delicioso Los Vascos - Domaines Barons de Rothschild (Lafite) -, produzido em uma das vinícolas mais tradicionais do Chile - um tinto encorpado e seco, que adoro, apesar de não entender muito desse mundo das uvas...
Para o principal, ele pediu carne e eu fiquei nos frutos do mar. Chegaram ao mesmo tempo à mesa um filé mignon ao molho de vinho do Porto e balsâmico e risoto de figos e os meus camarões suculentíssimos empanados com algum creme que ainda não descobri exatamente o que é, ao lado de um risoto al dente de Parma.
A sobremesa fechou o almoço em altíssimo nível: um bolo quente de banana com sorvete de canela. É, na verdade, uma espécie de petit gâteau, é o mesmo formato e o mesmo princípio. Então, quando você dá a primeira colherada, sai aquela bananada de dentro com consistência de geléia e esparrama no seu prato, misturando, delicadamente, com o sorvete de canela que estava ali ao lado, estrategicamente posicionado. Um arraso.
Depois disso, quem resiste ao novo livro de receitas? Eu recomendo: "As Doceiras", de Carla Pernambuco. Só com quitutes incríveis e imperdíveis. Nesta semana, tem festa!
Bolo quente e cremoso de banana
400 g de bananada cremosa
200 g de manteiga
4 ovos
4 gemas
1/2 xíc. + 2 col. (sipa) de açúcar
1/2 xíc. de farinha de trigo peneirada
manteiga para untar
Sorvete para acompanhar
Derreta a bananada no microondas ou em banho-maria.
Numa tigela, junte a bananada, os ovos, as gemas e misture bem com um batedor de mão ou um fouet. Acrescente o açúcar e a farinha. Misture até formar uma massa homogênea. Unte 10 forminhas individuais com manteiga e distribua a massa. Leve ao forno por 8 minutos. Sirva quente, acompanhado de sorvete a sua escolha.
10 porções.
:: Vou confessar, meu cafezinho é um fracasso!
Como a gente faz para manter a auto-estima sem esmalte, de unhas rapadas, cutícula catastrófica, sem perfume, cabelo preso, avental preto escondendo o decote, calça suja de café e, além de tudo, o seu café espresso, no final das contas, é ruim?
Porque dava para encarar a ausência temporaria do "ritual menininhas" pela manhã por alguns dias fácil, fácil, caso o resultado final fosse incrível. É o meu terceiro dia na máquina e, óh, céus, o meu espresso já saiu repetidas vezes intragável. Tem a parte do grão, claro. Tem o moinho, que sempre está desregulado (sempre, sempre culpar o moinho!). Mas aí tem a sua mão mesmo. E essa, não dá pra trocar.
É tudo uma questão de prática e dom. Se você não leva jeito, esquece. Eu ainda estou na parte: "com a prática eu chego lá". É cedo para desistir. Fiz alguns espressos direitinho, até. Se você for pensar bem, não ultrapassei o tempo, alcancei a medida certa, de 30 ml, que é o padrão que utilizamos em aula.
Mas aí aparecem todos aqueles mínimos detalhes que fazem toda a diferença na hora de avaliar o produto final - a bebida que está ali, na sua xícara. É preciso aprender cuidadosamente a quantidade de pó certa (são 7 g para um espresso). É preciso aprender a força exata que se deve fazer na compactação, nem mais, nem menos. E então, é preciso ter o dom da compactação: a borra precisa estar superalinhada e sem nenhum resquício de pó de café sobrando sem compactação no porta-filtro.
Aí você faz todo o precesso milhões de vezes e seu espresso continua com algum problema! Aí você olha pro chão e vê seu decote escondido por um avental preto bem sem-graça. Aí você vira para o lado e seu cabelo não mexe porque está preso. Aí você inclina o pescoço e nada daquele perfuminho que você adora e que sempre alegra. Aí você olha para as suas mãos, tão macias.... E, de repente: elas estão meio calejadas da água quente, com aquela unha terrível, sem aquele esmalte bonitinho que você adora da Dior.
Depois disso tudo, para onde é que vai a sua auto-estima? Me diz!
Como a gente faz para manter a auto-estima sem esmalte, de unhas rapadas, cutícula catastrófica, sem perfume, cabelo preso, avental preto escondendo o decote, calça suja de café e, além de tudo, o seu café espresso, no final das contas, é ruim?
Porque dava para encarar a ausência temporaria do "ritual menininhas" pela manhã por alguns dias fácil, fácil, caso o resultado final fosse incrível. É o meu terceiro dia na máquina e, óh, céus, o meu espresso já saiu repetidas vezes intragável. Tem a parte do grão, claro. Tem o moinho, que sempre está desregulado (sempre, sempre culpar o moinho!). Mas aí tem a sua mão mesmo. E essa, não dá pra trocar.
É tudo uma questão de prática e dom. Se você não leva jeito, esquece. Eu ainda estou na parte: "com a prática eu chego lá". É cedo para desistir. Fiz alguns espressos direitinho, até. Se você for pensar bem, não ultrapassei o tempo, alcancei a medida certa, de 30 ml, que é o padrão que utilizamos em aula.
Mas aí aparecem todos aqueles mínimos detalhes que fazem toda a diferença na hora de avaliar o produto final - a bebida que está ali, na sua xícara. É preciso aprender cuidadosamente a quantidade de pó certa (são 7 g para um espresso). É preciso aprender a força exata que se deve fazer na compactação, nem mais, nem menos. E então, é preciso ter o dom da compactação: a borra precisa estar superalinhada e sem nenhum resquício de pó de café sobrando sem compactação no porta-filtro.
Aí você faz todo o precesso milhões de vezes e seu espresso continua com algum problema! Aí você olha pro chão e vê seu decote escondido por um avental preto bem sem-graça. Aí você vira para o lado e seu cabelo não mexe porque está preso. Aí você inclina o pescoço e nada daquele perfuminho que você adora e que sempre alegra. Aí você olha para as suas mãos, tão macias.... E, de repente: elas estão meio calejadas da água quente, com aquela unha terrível, sem aquele esmalte bonitinho que você adora da Dior.
Depois disso tudo, para onde é que vai a sua auto-estima? Me diz!
sábado, setembro 29
sexta-feira, setembro 28
:: Menininha
Eu estou tensa porque amanhã é dia de colocar a mão na massa e mexer na máquina de café. Além da tensão que isso gera em si, eu ainda desmarquei a manicure porque para tirar café eu preciso:
cortar todas as minhas unhas bem curtinhas
tirar o esmalte
abolir o perfume
prender o cabelo
E agora?
Eu estou tensa porque amanhã é dia de colocar a mão na massa e mexer na máquina de café. Além da tensão que isso gera em si, eu ainda desmarquei a manicure porque para tirar café eu preciso:
cortar todas as minhas unhas bem curtinhas
tirar o esmalte
abolir o perfume
prender o cabelo
E agora?
:: Um pedaço da saudade
Um pouco da saudade que eu sinto de NY tem a ver com as minhas tardes no gramadão do Central Park (que eu relembrei um pocuo outro dia vendo Woody Allen que amo tanto). Quando o tempo começou a melhorar e começaram a raiar aqueles dias ensolarados, ainda com alguma brisa, eu saía da escola, ia andando para a casa, sempre buscando caminhos diferentes dos que eu tinha feito de manhã, ou no dia anterior, ou na semana anterior. Eu queria olhar coisas novas, entender a disposição dos cafés, das bancas de revista, onde eu sempre parava para comprar o New York Times e, às quartas, religiosamente, a Time Out, as lojas... Eu queria entender melhor a direção das pessoas nas diferentes horas do dia e, mais, eu queria entender, de uma vez por todas, aqueles turistas alucinados pela Times Square enquanto eu só pensava ir para o Brooklyn, para Williamsburg. E então eu chegava em casa, preparava meu almoço (quando eu estava muito feliz, tinha aspargos e cogumelos nos pratos que eu inventava), comia, olhava meus e-mails, escrevia pra um ou pra outro. Desarrumava a minha mochila, pegava minha canga colorida nova que a Mari Tassi tinha me dado, bem grandona, checava se o iPod estava mesmo carregado, deixava caderninho, canetas e um livro na bolsa, colocava as havaianas verdes e saía. Eu caminhava até o Central Park... Ai, o Central Park. E então, eu deitava ali no meio, sempre no mesmo lugar. Foi assim que fiquei amiga de uma babá de duas crianças lindas, que peguei no colo e brinquei por dias. Falamos qualquer coisa em inglês no começo, eu meio tímida... Paramos. E então ela falou alguma coisa em português às crianças e eu não acreditei. Foi mais ou menos assim. Depois disso, chegou uma, duas, três babás. Depois outra e mais outra. Elas juntavam um monte de cangas (mesmo!) e espalhavam aquelas crianças fofitas ali. E eu virei conhecida depois do terceiro dia, acho. Me chamavam pelo nome e eu podia pegar no colo quem eu bem entendesse. Um dia que eu não ia, no seguinte perguntavam o que tinha acontecido. Uma delícia. Eu me sentia em casa - e estava. Às sextas, era dia das próprias mães levarem seus filhos para passear. Neste último dia de gramadão, com um aperto indscritível, tirei algumas fotos.
Um pouco da saudade que eu sinto de NY tem a ver com as minhas tardes no gramadão do Central Park (que eu relembrei um pocuo outro dia vendo Woody Allen que amo tanto). Quando o tempo começou a melhorar e começaram a raiar aqueles dias ensolarados, ainda com alguma brisa, eu saía da escola, ia andando para a casa, sempre buscando caminhos diferentes dos que eu tinha feito de manhã, ou no dia anterior, ou na semana anterior. Eu queria olhar coisas novas, entender a disposição dos cafés, das bancas de revista, onde eu sempre parava para comprar o New York Times e, às quartas, religiosamente, a Time Out, as lojas... Eu queria entender melhor a direção das pessoas nas diferentes horas do dia e, mais, eu queria entender, de uma vez por todas, aqueles turistas alucinados pela Times Square enquanto eu só pensava ir para o Brooklyn, para Williamsburg. E então eu chegava em casa, preparava meu almoço (quando eu estava muito feliz, tinha aspargos e cogumelos nos pratos que eu inventava), comia, olhava meus e-mails, escrevia pra um ou pra outro. Desarrumava a minha mochila, pegava minha canga colorida nova que a Mari Tassi tinha me dado, bem grandona, checava se o iPod estava mesmo carregado, deixava caderninho, canetas e um livro na bolsa, colocava as havaianas verdes e saía. Eu caminhava até o Central Park... Ai, o Central Park. E então, eu deitava ali no meio, sempre no mesmo lugar. Foi assim que fiquei amiga de uma babá de duas crianças lindas, que peguei no colo e brinquei por dias. Falamos qualquer coisa em inglês no começo, eu meio tímida... Paramos. E então ela falou alguma coisa em português às crianças e eu não acreditei. Foi mais ou menos assim. Depois disso, chegou uma, duas, três babás. Depois outra e mais outra. Elas juntavam um monte de cangas (mesmo!) e espalhavam aquelas crianças fofitas ali. E eu virei conhecida depois do terceiro dia, acho. Me chamavam pelo nome e eu podia pegar no colo quem eu bem entendesse. Um dia que eu não ia, no seguinte perguntavam o que tinha acontecido. Uma delícia. Eu me sentia em casa - e estava. Às sextas, era dia das próprias mães levarem seus filhos para passear. Neste último dia de gramadão, com um aperto indscritível, tirei algumas fotos.
quinta-feira, setembro 27
:: Artístico
Onde mais gosto de aprender arte, de ver arte, de ler sobre arte, de buscar arte é no www.ohdarling.zip.net.
Isso porque a Gi coloca ali imagens lindas que dizem um monte de coisas. Ou ela inventa de falar sobre as obras e aí vira o melhor programa para as minhas madrugadas no branquinho.
Eu dizia que não entendia nada de arte. Até ir pra NY e ficar viciada nessa coisa de ir aos museus, uma, duas, três, mil vezes. Foi bem assim mesmo. Aí, cada dia que eu visitava a Gi ela tinha um livro de arte novo, um texto (atenção, em inglês!) do curso de arte contemporânea que ela fez na NYU (ela é básica mesmo) sobre alguma exposição em cartaz. Aí, algumas vezes, faltava me carregar pelas mãos nos museus - que não fomos juntas. Porque ela me dava uma aula classudíssima antes das minhas visitas solitárias e, por isso, eu via as obras com aquele olhar novo, delicioso.
Depois discutíamos juntas. E ela me ensinando. O melhor é a postura. Um estilo ansioso, animado, de falar e falar e falar mais ainda quando via meus olhos brilhando, ouvindo, ouvindo e ouvindo mais ainda quando ela decidia falar mais ainda. Sabe assim? Sem topete, sem essa coisa chata de quem entende muito de alguma coisa, sem salto alto... Assim, de igual pra igual, enquanto eu descrevia os cardápios e discorria sobre as dores de amores ali no Carnegie Deli, depois de algum bom show.
Onde mais gosto de aprender arte, de ver arte, de ler sobre arte, de buscar arte é no www.ohdarling.zip.net.
Isso porque a Gi coloca ali imagens lindas que dizem um monte de coisas. Ou ela inventa de falar sobre as obras e aí vira o melhor programa para as minhas madrugadas no branquinho.
Eu dizia que não entendia nada de arte. Até ir pra NY e ficar viciada nessa coisa de ir aos museus, uma, duas, três, mil vezes. Foi bem assim mesmo. Aí, cada dia que eu visitava a Gi ela tinha um livro de arte novo, um texto (atenção, em inglês!) do curso de arte contemporânea que ela fez na NYU (ela é básica mesmo) sobre alguma exposição em cartaz. Aí, algumas vezes, faltava me carregar pelas mãos nos museus - que não fomos juntas. Porque ela me dava uma aula classudíssima antes das minhas visitas solitárias e, por isso, eu via as obras com aquele olhar novo, delicioso.
Depois discutíamos juntas. E ela me ensinando. O melhor é a postura. Um estilo ansioso, animado, de falar e falar e falar mais ainda quando via meus olhos brilhando, ouvindo, ouvindo e ouvindo mais ainda quando ela decidia falar mais ainda. Sabe assim? Sem topete, sem essa coisa chata de quem entende muito de alguma coisa, sem salto alto... Assim, de igual pra igual, enquanto eu descrevia os cardápios e discorria sobre as dores de amores ali no Carnegie Deli, depois de algum bom show.
:: Intercâmbio
(do Politéia Desvairada, porque faz sentido aqui também)
"Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos seus amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio, e, em cada homem honesto, acumula-se um número bastante considerável de coisas no gênero. E acontece até o seguinte: quanto mais honesto é o homem, mais coisas assim ele possui (…)
Agora, quero justamente verificar: é possível ser absolutamente franco, pelo menos consigo mesmo, e não temer a verdade integral?"
Dostoievski - Memórias do sub-solo (pág. 52)
(do Politéia Desvairada, porque faz sentido aqui também)
"Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos seus amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio, e, em cada homem honesto, acumula-se um número bastante considerável de coisas no gênero. E acontece até o seguinte: quanto mais honesto é o homem, mais coisas assim ele possui (…)
Agora, quero justamente verificar: é possível ser absolutamente franco, pelo menos consigo mesmo, e não temer a verdade integral?"
Dostoievski - Memórias do sub-solo (pág. 52)
:: Será que o meu coração resiste?
Sou fâ mesmo e daí? Sempre fui meio assim com o Caetano. Agora veio o Joshua. Junto com um monte de histórias. O Caetano apareceu na minha vida assim que eu nasci e então as histórias foram construídas com ele no meio. O Joshua não. O Joshua veio bem depois, depois mesmo das histórias. Cada um com o seu signficado, mas, eu me acabo pelos dois. Quando estou muito feliz, quando estou muito triste são eles que eu ouço. Eu pulo até perder o ar ou me afogo nas lágrimas - até perder o ar também.
E hoje foi assim, fiquei o dia todo fora fazendo um monte de coisas gostosas e, quando voltei, dois e-mails mexeram comigo. Adoro. Um deles era dela, dizendo que era estava me dando uma colherzinha de açúcar para adoçar meu dia. Achei fofo porque ela contava que fui elogiada (na verdade ela disse "superelogiadíssima") num almoço com umas cinco pessoas (ou foram quatro? ou seis?). Ela escreveu que um disse "que morre de inveja de você porque você é tão organizada e que seu texto é muito bom". Isso não é fofo?
Depois veio o e-mail da querida Cris Batista, do Bourbon, e produtora da festa de máscaras que eu mais adoro. Chamava "presentinho" e vinha com um monte de fotos do gato. Eu não agüento. Pago pau mesmo e coloco aqui pra todo mundo ver. Quem cansa de olhar uma beldade dessas? E ainda tive de suportar vê-lo nas ruas de Nova York. Mereço? Dá uma olhadinha de leve:
Sou fâ mesmo e daí? Sempre fui meio assim com o Caetano. Agora veio o Joshua. Junto com um monte de histórias. O Caetano apareceu na minha vida assim que eu nasci e então as histórias foram construídas com ele no meio. O Joshua não. O Joshua veio bem depois, depois mesmo das histórias. Cada um com o seu signficado, mas, eu me acabo pelos dois. Quando estou muito feliz, quando estou muito triste são eles que eu ouço. Eu pulo até perder o ar ou me afogo nas lágrimas - até perder o ar também.
E hoje foi assim, fiquei o dia todo fora fazendo um monte de coisas gostosas e, quando voltei, dois e-mails mexeram comigo. Adoro. Um deles era dela, dizendo que era estava me dando uma colherzinha de açúcar para adoçar meu dia. Achei fofo porque ela contava que fui elogiada (na verdade ela disse "superelogiadíssima") num almoço com umas cinco pessoas (ou foram quatro? ou seis?). Ela escreveu que um disse "que morre de inveja de você porque você é tão organizada e que seu texto é muito bom". Isso não é fofo?
Depois veio o e-mail da querida Cris Batista, do Bourbon, e produtora da festa de máscaras que eu mais adoro. Chamava "presentinho" e vinha com um monte de fotos do gato. Eu não agüento. Pago pau mesmo e coloco aqui pra todo mundo ver. Quem cansa de olhar uma beldade dessas? E ainda tive de suportar vê-lo nas ruas de Nova York. Mereço? Dá uma olhadinha de leve:
:: Das leituras
Ganhei "O Passado", de Alan Pauls, da Bel Coelho no meu primeiro - ou segundo? - fim de semana de volta ao Brasil. Escrevi sobre ele aqui, aliás. Escrevi sobre toda a história, como foi que ganhei e tal. E então, na época, logo comecei a ler. Parei depois de alguns dias. Os livros são assim, existem momentos certos para serem lidos. Não era o momento. E isso não tem a ver com gostar ou não da obra.
Peguei de volta da bancada do meu quarto ontem à noite, durante uma crise de insônia. Abri na página marcada com um marcador especial, que adoro, que me faz lembrar das minhas leituras prediletas e seus significados. Voltei algumas páginas para trás, tavez um capítulo, ou dois. Comecei a reler devagar, tentando digerir aquilo tudo. Não é das missões mais fáceis, mas agora senti que as coisas ganharam um novo sentido. Quem sabe isso quer dizer que a hora é agora. Ainda não sei. Li mais um pouco no ônibus cheio que peguei para ir para o curso. Me isolei completamente. Quando cheguei, fiz algumas anotações no meu caderninho...
"A separação não era o além do amor: era seu limite, seu auge, a borda interna de seu confim"
"Era curioso: a extinção do amor só fizera multiplicar as formas, os cuidados, as atmosferas do amor"
"Diga que me odeia, que gostaria de me bater, me fazer sangrar, que se apaixonou por outra mulher, que está indo morar noutro país, mas não diga que está se esquecendo de mim"
Ganhei "O Passado", de Alan Pauls, da Bel Coelho no meu primeiro - ou segundo? - fim de semana de volta ao Brasil. Escrevi sobre ele aqui, aliás. Escrevi sobre toda a história, como foi que ganhei e tal. E então, na época, logo comecei a ler. Parei depois de alguns dias. Os livros são assim, existem momentos certos para serem lidos. Não era o momento. E isso não tem a ver com gostar ou não da obra.
Peguei de volta da bancada do meu quarto ontem à noite, durante uma crise de insônia. Abri na página marcada com um marcador especial, que adoro, que me faz lembrar das minhas leituras prediletas e seus significados. Voltei algumas páginas para trás, tavez um capítulo, ou dois. Comecei a reler devagar, tentando digerir aquilo tudo. Não é das missões mais fáceis, mas agora senti que as coisas ganharam um novo sentido. Quem sabe isso quer dizer que a hora é agora. Ainda não sei. Li mais um pouco no ônibus cheio que peguei para ir para o curso. Me isolei completamente. Quando cheguei, fiz algumas anotações no meu caderninho...
"A separação não era o além do amor: era seu limite, seu auge, a borda interna de seu confim"
"Era curioso: a extinção do amor só fizera multiplicar as formas, os cuidados, as atmosferas do amor"
"Diga que me odeia, que gostaria de me bater, me fazer sangrar, que se apaixonou por outra mulher, que está indo morar noutro país, mas não diga que está se esquecendo de mim"
quarta-feira, setembro 26
:: Troca-troca
É muita responsabilidade isso de ser citado em outros blogs, viu? Ainda mais quando sai do âmbito "amizade" e a coisa vira pro lado profissional. Dá até um certo frio na barriga. Claro, antes de tudo, sou amiga da Cris Couto. Antes de tudo não. Antes de tudo mesmo, ela foi minha chefe no Basilico. Me transmitiu pacientemente ensinamentos importantes sobre o mundo do jornalismo e da comida. Depois disso, veio a amizade. Hoje em dia, conversamos sobre a vida - e é uma delícia -, viajamos juntas para congressos e, atenção, falamos muito sobre trabalho e jornalismo em geral. É sempre construtivo, apesar de algumas revoltas, que, em dupla, ganham força...
E ela vem me ensinando um monte sobre café também. Começou estudar desde cedo e entende bastante do assunto. Eu aproveito para aprender com ela, enquanto estudo bastante no meu mundo particular. Enfim, depois do meu texto sobre a Nespresso na Vejinha, ela fez um texto no blog dela (que, aliás, é um dos que mais gosto hoje em dia sobre o universo da gastronomia, sobretudo o que ela traz sobre a história da alimentação, já que ela é acadêmica da área) referindo-se ao meu. E até me linkou por lá. Vejam só:
http://www.sejabemvinho.blogspot.com
Pra quem gosta do assunto, vale ler o post porque complementa o meu. Pra quem não gosta, vale pelo primor do texto. Além disso, o site é bacana em si, o layout, o som ambiente, as fotos...
Passa lá. Depois me conta.
É muita responsabilidade isso de ser citado em outros blogs, viu? Ainda mais quando sai do âmbito "amizade" e a coisa vira pro lado profissional. Dá até um certo frio na barriga. Claro, antes de tudo, sou amiga da Cris Couto. Antes de tudo não. Antes de tudo mesmo, ela foi minha chefe no Basilico. Me transmitiu pacientemente ensinamentos importantes sobre o mundo do jornalismo e da comida. Depois disso, veio a amizade. Hoje em dia, conversamos sobre a vida - e é uma delícia -, viajamos juntas para congressos e, atenção, falamos muito sobre trabalho e jornalismo em geral. É sempre construtivo, apesar de algumas revoltas, que, em dupla, ganham força...
E ela vem me ensinando um monte sobre café também. Começou estudar desde cedo e entende bastante do assunto. Eu aproveito para aprender com ela, enquanto estudo bastante no meu mundo particular. Enfim, depois do meu texto sobre a Nespresso na Vejinha, ela fez um texto no blog dela (que, aliás, é um dos que mais gosto hoje em dia sobre o universo da gastronomia, sobretudo o que ela traz sobre a história da alimentação, já que ela é acadêmica da área) referindo-se ao meu. E até me linkou por lá. Vejam só:
http://www.sejabemvinho.blogspot.com
Pra quem gosta do assunto, vale ler o post porque complementa o meu. Pra quem não gosta, vale pelo primor do texto. Além disso, o site é bacana em si, o layout, o som ambiente, as fotos...
Passa lá. Depois me conta.
:: Boa notícia
Parece que o 7º Campeonato Brasileiro de Barista será de 5 a 8 de dezembro lá no nosso incrível Mercadão, o Mercado Municipal. E a final deve cair num sábado para todo mundo ter chance de assistir e prestigiar. Eba!
Para quem se animar, vale um tour bem curioso pelas barracas. Eu sugiro:
**Casa Irmãos Borges - são duas unidades, uma com bacalhau e azeitonas e outra com chocolates e frutas secas.
**Bar do Mané - que ganhou fama com o enorme sanduíche de mortadela.
**Empório Chiappetta - que é o mais "sofisticado" box dali e tem outras unidades espalhadas pela cidade igualmente suculentas: tem bons vinhos, o disputado bacalhau e frutas secas... Muitas!
**Hocca Bar - porque você nnao pode sair de lea sem ficar um tempão numa fila gigante para experimentar o pastel de bacalhau gigante e gorduroso.
Você ainda pode ficar ali parado.... Só olhando os belos vitrais:
Parece que o 7º Campeonato Brasileiro de Barista será de 5 a 8 de dezembro lá no nosso incrível Mercadão, o Mercado Municipal. E a final deve cair num sábado para todo mundo ter chance de assistir e prestigiar. Eba!
Para quem se animar, vale um tour bem curioso pelas barracas. Eu sugiro:
**Casa Irmãos Borges - são duas unidades, uma com bacalhau e azeitonas e outra com chocolates e frutas secas.
**Bar do Mané - que ganhou fama com o enorme sanduíche de mortadela.
**Empório Chiappetta - que é o mais "sofisticado" box dali e tem outras unidades espalhadas pela cidade igualmente suculentas: tem bons vinhos, o disputado bacalhau e frutas secas... Muitas!
**Hocca Bar - porque você nnao pode sair de lea sem ficar um tempão numa fila gigante para experimentar o pastel de bacalhau gigante e gorduroso.
Você ainda pode ficar ali parado.... Só olhando os belos vitrais:
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